domingo, 29 de outubro de 2017

Para conhecer o “niilismo humanista” de Camus

Sai a reedição, em português, de onze obras do escritor franco-argelino, Nobel de Literatura. Combatente do nazismo, e crítico da esquerda de seu tempo, ele acreditava que a tarefa de sua geração era salvar o mundo
Por Eduardo Nomomura, em Carta Capital

Sessenta anos atrás, um dos maiores escritores e romancistas do século XX traduzia um sentimento universal da época. “Cada geração é, sem dúvida, chamada a reformar o mundo. A minha sabe que não vai reformá-lo, mas sua tarefa talvez seja ainda maior. Consiste em evitar que o mundo se destrua”, proferiu em discurso o franco-argelino Albert Camus (1913-1960).

Naquele 10 de dezembro de 1957, ao receber o Prêmio Nobel de Literatura, o filósofo demarcou que um escritor jamais poderia estar à mercê daqueles que fazem a história, e sim a serviço daqueles que são afetados por ela. Em tempos de exacerbadas radicalizações políticas, o engajado e contestador Camus ressurge como alegoria perfeita para este tempo presente tão absurdo.

Cinco títulos de uma coleção de 11 obras de Camus acabam de ser relançados pela Editora Record – o restante dos títulos virá em 2018. O Estrangeiro, A Peste, O Homem Revoltado, A Queda e Diário de Viagem compõem um quadro amplo do pensamento filosófico camusiano. Estão presentes nesses cinco livros seus principais embates, como a confrontação do homem com a morte, a desolação da condição humana e a obstinada busca pela justiça social.

Filho de uma mãe que lavava roupas por dinheiro e de um pai que morreu na Primeira Guerra Mundial, quando ele tinha 1 ano, Camus cresceu contrariando o destino. A família pobre preferia que ele largasse os estudos para se tornar um tanoeiro, fabricante de tonéis de vinho, o trabalho do tio. Mas um professor primário e outro de filosofia, em épocas distintas, custearam os estudos daquele pied-noir, como era chamado o cidadão francês que vivia nos países ocupados no Norte da África.

Nascido em 1913, na Argélia, Camus foi membro do Partido Comunista, com o qual rompeu tempos depois, e ajudou a fundar o jornal Alger Républicain, onde denunciava a brutalidade dos franceses com os muçulmanos. As críticas o forçaram a se mudar para a França, em 1939, pouco antes da invasão alemã.

É nesse contexto que a filosofia camusiana é marcada pelo absurdo e pela revolta. O “homem absurdo” de Camus, mesmo sendo frágil, recusa-se a sucumbir ao destino de uma vida ordinária, sem frescor ou sentido.

Em O Estrangeiro, o mais popular dos romances do autor, esse sentimento é levado ao extremo com Meursault, o personagem que perde as referências e os anteparos emocionais a ponto de se tornar verdadeiramente livre – e, ironicamente, angustiado por se defrontar com a liberdade.
É uma das obras mais enigmáticas da literatura francesa, em que a narrativa abre indagações do começo (“Hoje, mamãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem”) ao fim da história (“Para que tudo se consumasse, para que me sentisse menos só, faltava-me desejar que houvesse muitos espectadores no dia da minha execução e que me recebessem com gritos de ódio”).

Camus não via uma dicotomia entre o coração niilista do anti-herói Meursault, em O Estrangeiro, e os esforços do doutor-herói Rieux, o personagem-narrador de A Peste, que luta para salvar a vida dos moradores de Orã, na Argélia. Ambos tratavam do engajamento camusiano pela preservação da vida. O romance de 1947 é interpretado como uma grande metáfora relativa à ascensão do Terceiro Reich alemão.

A Peste é a história de um grupo de homens que se juntam para lutar contra uma epidemia que ameaça dizimar uma cidade. Esses personagens seriam os equivalentes, nos dias de hoje, ao exército de médicos cubanos que salvam vidas em outros países ou aos profissionais de saúde que se arriscaram na epidemia do vírus Ebola na África. Mas há ainda outros tipos de pragas que A Peste invoca, como a de uma sociedade capitalista que incita os homens a consumirem cada vez mais, mesmo não havendo recursos para todos.

É sintomático lembrar que o pensamento de Camus foi reduzido a uma tese de direita por ocasião da publicação de O Homem Revoltado, em 1951. Intelectuais como Jean-Paul Sartre acusavam-no de ser impreciso com a história e de não se engajar nas causas revolucionárias. “Você não sonhou em ‘fazer a História’, como diz Marx, mas impedi-la de se fazer”, criticou Sartre.

A obra de Camus é uma dura crítica à radicalização e à degeneração de revoltas, da Revolução Francesa, passando pelo nazismo, até as revoluções marxistas. Para ele, a justa contestação contra a condição humana miserável se esfarela quando os revolucionários são pautados pela perpetuação do poder.

À luz dos acontecimentos, Camus manteve-se coerente ao condenar enfaticamente as formas totalitárias de poder, sejam elas de direita, sejam de esquerda. “Sem ela (a liberdade), a justiça parece inconcebível para os rebeldes. Chega um tempo, contudo, em que a justiça exige a suspensão da liberdade. O terror, maior ou menor, vem então coroar a revolução”, escreveu.

A reação surge em A Queda, um romance de 1956 que foi visto pelos estudiosos como uma resposta às críticas que sofrera. Nele, Camus apresenta um narrador, autodenominado juiz-penitente, que se dispõe a fazer uma autocrítica dos erros (“O sentimento do direito, a satisfação de ter razão, a alegria de nos estimarmos a nós próprios são, meu caro senhor, impulsos poderosos para nos manter de pé ou nos fazer avançar”), provocando os outros a fazerem o mesmo (“Não espere pelo Juízo Final. Ele se realiza todos os dias”).

Camus era dono de uma escrita sofisticada, ferina. Perdia amigos, mas não perdia a oportunidade da crítica. Dois anos após publicar A Peste, já aclamado, foi convidado a viajar para o Brasil, entre junho e agosto de 1949, onde conheceu do Rio de Janeiro a Pernambuco, de Porto Alegre a Iguape (texto abaixo).

Chamou São Paulo de “cidade estranha”, uma “Orã desmedida”. Espantou-se com o contraste entre o luxo dos palácios e os morros do Rio, nos quais “as mulheres vão buscar água no sopé dos morros”, entediou-se com um ritual de macumba, mas se encantou com o bumba meu boi. Conversou com Oswald de Andrade e gostou de Manuel Bandeira.

Nessa viagem, revelou estar com depressão e exprimiu vontade de morrer. A morte, um de seus temas recorrentes, veio três anos após o Nobel de Literatura, em 1960. Numa viagem a Paris, o carro em que ia de carona se espatifou contra uma árvore e Camus morreu às 13h55.

(fonte: http://outraspalavras.net/outrasmidias/capa-outras-midias/para-conhecer-o-niilismo-humanista-de-albert-camus/)

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Entrevista com autor: Luiz Amato

Na entrevista de hoje, também uma sinopse das obras deste autor que conheci por intermédio do Festival de Literatura e Artes Literárias (FLAL), criação dele e que proporciona bons debates, entrevistas e comentários com autores brasileiros.
Conheçam Luiz Amato.

Paulista, casado, pai de duas lindas filhas. Dedica seu tempo à filatelia, a música e a Literatura, essa última uma paixão adquirida ainda muito jovem. Seus autores preferidos são: James A. Michener, James Clavel, Sven Hassel, Jack Higgins, Machado de Assis e José Mauro de Vasconcelos, que, de uma forma ou de outra, influenciaram o seu modo de escrever. É autor de vários contos, entre eles: Psico - Fronteira Final -  Deus é mesmo Brasileiro -  Louco? Quem? Eu? -  Herói Urbano -  Felicidade, Um conto de Amor -  Amor Somente Amor -  O Plantonista - Malalú - Lá Vem o Sol - Seu Coisinha.

Entrevista: 


1.       Fale um pouco sobre sua trajetória de vida, antes de se dedicar à literatura.
Sou formado em exatas – Tecnólogo de nível médio em Eletrônica. Minha carreira profissional foi na área de Elétrica, onde trabalhei no setor técnico e em posterior Vendas/Administração

2.       Quando descobriu sua “vocação” para escrever?
Isso vem desde a época do ginásio/colegial, onde eu me divertia escrevendo as redações.

3.       Fale um pouco sobre os livros que já publicou.
Como autor independente foram publicados: Série A Grande Aventura – Volume 1, A Lenda e Volume 2, A Jornada. Também o Livro de contos Lua Cheia. Este ano assinei contrato com a editora Uirapuru, que cuidará do lançamento sobre selo oficial da editora do Volume 1 – A Lenda.

4.       Existe um que você gosta mais? Por quê?
Diria que não, pois todos são como filhos, ou filhas, hehehehehehehehehehe.

5.       Comente sobre sua experiência com editoras. Ou você é adepta de produção independente?
Já fiz publicações independentes. Eu usava a ferramenta Create Space do Amazon USA, mas com o custo do dólar, ficou inviável. Não sou adepto de enviar indistintamente originais para editoras. Eu prefiro aguardar uma oportunidade mais real (editora solicitando originais, ou alguma indicação). Não uso o sistema de pagar uma editora para imprimir meus livros.

6.       Nas entrevistas e bate-papos que acompanhamos pela internet, verificamos que existe uma preocupação muito grande com a revisão. Há livros sendo publicados sem revisão de espécie alguma, nem a técnica (própria da editora) nem a ortográfica/gramatical. O que você pode nos dizer a respeito? No seu caso particular, você contrata um(a) revisor(a)? Ou a editora se encarrega disso?
Eu tenho um grande amigo, Roosevelt Silveira, que faz as revisões dos meus textos. É uma pessoa maravilhosa e de uma capacidade sem igual. Aprendi e continuo aprendendo muito com ele. Seja na esfera ortográfica/gramatical ou na técnica.
Todo texto para ter um mínimo aspecto profissional, tem que ser revisado. Apresentar um trabalho sem qualidade é como dar uma bofetada na cara do leitor.

7.       Outro ponto chave para os novos autores é a divulgação de suas obras. Pode nos dizer de sua experiência a respeito?
Qualidade, divulgação e distribuição, são parâmetros essências para que o livro tenha uma mínima visibilidade. Não adianta o escritor pensar que ao acabar de escrever, o livro se venderá sozinho. Ledo engano. A partir daí o trabalho de divulgação (conjunto editora/autor) é de suma importância. Temos hoje vários tipos de mídias. O autor tem que se fazer presente, e atuante, em todas elas. Fora isso, eventos, feiras, festivais, bate-papos, etc. Tem que vender a sua imagem também.

8.       Bienais e feiras de livros – são importantes para os novos autores?
São essenciais. Ilustres desconhecidos, eu me coloco nesse grupo, tem que trabalhar muito, para mostrar ao público o seu talento.
Um exemplo: Na última Bienal de São Paulo, tirei um dia só para passear pelos corredores, distribuindo marcadores de páginas dos meus livros, para o público.
Isso faz com que a pessoa que recebe o marcador (ou qualquer outra forma de divulgação) direto da mão do escritor, tenha um interesse maior sobre ele.
O mais legal, fui reconhecido como o escritor Luiz Amato, poucas vezes, mas fui.

9.       Ouvem-se muitos comentários depreciativos sobre a literatura brasileira contemporânea. É comum ouvir-se algo do tipo “não gosto, não leio autores nacionais”. Em seu entendimento o que explicaria tal tipo de assertiva?
São duas as razões principais, pelo meu modo de ver.:
1ª – A qualidade da divulgação e marketing, feito pelas editoras, em cima de uma obra e/ou de um autor estrangeiro, que elas pretendem vender.
2ª – Os leitores esquecem que os livros estrangeiros que chegam aqui no Brasil, nas maiorias das vezes, já foram consagrados em seus países de origem, ou seja, só chega a nata da literatura estrangeira.
Os leitores que dizem “não leio autores nacionais”, eu acredito que se deve ao fato de uma 1ª experiência ruim, mas não deixe que isso lhes privem dos maravilhosos livros nacionais, que não deixam nada a dever aos estrangeiros. Seria igual a dizer “Eu não gosto de beijo”.
Se a 1ª experiência não foi boa, tente a 2ª, 3ª e daí por diante.

10.   A partir de sua experiência pessoal, o que poderia dizer para aqueles e aquelas que pretendem publicar livros?
Escrever é um trabalho de formiguinha. Escreva muito, muito mesmo. Leia muito. Repare na vida ao seu redor. Sonhe, acredite. Seja feliz.
Porém não esqueça de fazer um trabalho sério e profissional. O trio, criatividade, qualidade e amor, ajuda muito. É uma boa parte do caminho andado. O resto é trabalho. Trabalho duro, mas muito gratificante.


Sinopse - A Lenda:
 
Uma aventura de tirar o fôlego. Para você que gosta de ficção, enigmas, suspense e ação, tudo isso em uma leitura fácil e gostosa. Conviva com personagens carismáticos e interessantes. Viaje pelo tempo, nas Cruzadas, século 12, ou em uma masmorra na Inglaterra, no século 15. Aventure-se por cemitérios esquecidos, corredores misteriosos e um laboratório de manipulação genética. Conheça o "Setor de Lendas" da igreja em Roma. Prepare-se, isso é só o começo.

Sinopse - A Jornada:
 
Conheça intimamente Los Sinistros. A enorme amizade que os une. Saiba quem é a paixão de Janis. Viaje com eles até Tihuacuatan, a terra dos Huancas e descubra seus segredos. Levante voo com uma família de Túrahk-turahkes. Você alguma vez já se imaginou em um ritual tenebroso, correndo risco de morte? Ou então aventurar-se na distante Cochinchina? Reme pelo rio Níger em uma expedição pela Africa Central. O que o nome Atlântida o faz lembrar? E Fonte da Juventude? Desvende o mistério que cerca a história do "Labyrinthe de la Mort". Tome café da tarde com a ultra aristocrata família de Sir Herbert Percival (será que você ficará chocada, ou terá câimbras de tanto rir). Conheça Marcel “Le Chein” Bofet e forme, você mesmo, sua opinião sobre ele. Tudo isso e mais um pouco na empolgante continuação de A Lenda. Quem sabe você achará o caminho para "A Revelação"


CULTURA-E - Um projeto à procura de colaboradores literários!


Pessoas: recebi este email de um autor que já divulguei aqui neste blog. O projeto é muito interessante. Peço sua leitura atenta e, com certeza, sua colaboração. O email para enviar colaborações está ao final.
Ricardo
 
Envio esta mensagem ao amigo, pois gostaria de contar com sua gentileza e apoio para a realização de um importante projeto envolvendo a construção de um site cultural, chamado CULTURA-E. Estamos em fase de finalização dos trabalhos, organizando alguns últimos detalhes com o desenvolvedor da página. A previsão de lançamento é para meados de novembro. Por enquanto, estamos buscando material inédito ou não, para ser publicado.
 
Pretendemos iniciar o projeto com poucas seções, para evitar o excesso de informações para o usuário. Queremos fazer algo simples, porém eficiente. No início, iremos tratar apenas de cinema, literatura, música, história e filosofia. Estamos procurando autores que não sejam os tradicionais "medalhões" de nossa cultura. Estamos buscando jovens talentos que já publicaram livros e pessoas que ainda buscam um espaço para lançar seus escritos. Por isso, o seu nome veio logo à tona, pois, como professor, deve ter contato com vários jovens escritores.


Se o amigo também quiser participar do projeto do CULTURA-E, será uma honra para nós poder contar com seus textos, sejam eles artigos, ensaios, crônicas ou contos, inéditos ou não. Fique à vontade para garimpar seus escritos que tratem de quaisquer assuntos dentro dessas áreas. Com relação à área de literatura especificamente, estamos pensando em montar uma seção chamada "Por que ler?", cujo título será complementado pelo respectivo autor examinado. Dessa forma, por exemplo, poderíamos ter: "Por que ler Machado de Assis?"; "Por que ler Lima Barreto?"; "Por que ler Cortázar?" etc. Esperamos concluir a seleção de textos referentes a todas as seções do projeto até o final deste mês e início do próximo.
 
Os textos precisam ser fluentes, claros, objetivos, usando uma linguagem ágil, com uma lauda, uma lauda e meia no máximo (sendo 14 o tamanho da fonte), afinal buscamos a concisão. Sabemos que nem faz sentido dizer ao amigo como devem ser a linguagem e estilo de texto que iremos utilizar, afinal seus escritos primam pela qualidade. Contamos também com suas sugestões, no tocante a novas seções e temas, bem como nos alertando sobre o que deve ser omitido ou evitado. Pode, portanto, soltar o verbo!
 
No mais, espero poder contar com seu apoio, engrandecendo nosso espaço com seus textos e com a indicação de novos autores. Como o site CULTURA-E não possui patrocinadores, a colaboração é espontânea e não remunerada, no entanto o espaço do projeto será uma vitrine onde pessoas que se interessam por arte e cultura poderão ler seus textos, portanto será bem-vinda a divulgação do site em redes sociais, inclusive nos seus perfis. Pode enviar o material para este meu endereço de e-mail (thiagojpam@yahoo.com.br), caso o amigo, de fato, queira colaborar com o projeto, bem como repasse este meu contato para outros escritores interessados. 

Thiago Macedo.

Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia


Autor Felipe Daiello é destaque de capa

Com mais de 30 autores participantes, uma das principais revistas Literárias da Lusofonia, a Divulga Escritor, disponibiliza grátis para leitura a edição de N.30. Abaixo link para acesso a revista. 
https://issuu.com/smc5/docs/30_divulga_escritor_revista_literar

Divulga Escritor é uma revista exclusivamente literária elaborada com autores, por autores, para leitores de todo o mundo.

Link para acesso gratuito a todas edições publicadas:
http://portalliterario.com/revista-divulga-escritor

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Algumas considerações sobre a Bienal de Pernambuco



Estive participando, de 6 a 15 de outubro, da Bienal Internacional do Livro, em Olinda. Belíssimo Centro de Convenções, local bem adequado para o evento. Infelizmente, alguns problemas graves de infraestrutura: poucos banheiros para as multidões que estiveram presentes. O banheiro masculino com vasos impedidos de serem usados. Sim, um banheiro apenas! O feminino, que não conheci pessoalmente, por óbvio motivo, também não estava adequado. Sim, um banheiro apenas e com filas para utilização. Lamentável esse aspecto.

Outro ponto que considerei negativo foi o de alimentação. Ora, quem fica de 10 às 22 horas num local precisa de um suporte alimentar. Para um almoço, só havia um estande, e a qualidade não era das melhores. Utilizei apenas duas vezes. Nos demais dias ou eu ia já almoçado, ou passava com pasteis e outras guloseimas...


O tamanho da feira não era dos maiores, mas eu até acho isso positivo. Grandes Bienais atraem grandes públicos, mas que "passam" pelos estandes, não param para ver o que tem neles. Em Pernambuco era possível entrar em todos os estandes, caso alguém quisesse realizar tal proeza.



Uma tendência que tem se revelado: a maioria dos frequentadores procura não a obra X ou o que há do autor Y, mas procuram onde tem os livros de 10,00. Havia vários estandes oferecendo pilhas de livros a baixo preço e estavam permanentemente abarrotados de compradores. Vi pessoas saindo com 12, 15 livros...todos de "dez real".

Algo que me deixou realmente emocionado em Pernambuco: os pais e avós foram à Bienal essencialmente para comprar livros para seus filhos e netos. Vários estiveram comigo, apresentei meu romance e eles me garantiram: "primeiro vou comprar os livros que meus filhos quiserem, se sobrar dinheiro eu venho comprar um livro pra mim!"
Isso, em um Estado que o pessoal do Sul Maravilha insiste em dizer que se trata de um povo analfabeto, sem educação... etc etc etc. Eles não estavam comprando eletrônicos, compraram LIVROS!!!

Por fim, a piada mais ouvida, não apenas lá, em todas as Bienais de que participei em 2016 e 2017:
" - Posso lhe apresentar meu livro?
- Olha, acabei de chegar, vou dar um giro e depois volto!"
A Bienal já acabou e eles ainda não voltaram... que coisa!

Entrevista com autora: Patricia Baikal

Há muito tinha solicitado esta entrevista com Patricia, escritora que conheci na Bienal de Brasilia e cuja obra "Mariposa" devorei em poucos dias após. Ela me enrolou um tempo, mas totalmente perdoável, porque estava às voltas com a publicação de seu segundo grande livro, que agora já está disponível: "Mulher com brânquias".
Com vocês, Patricia Baikal:


1. Fale um pouco sobre sua trajetória de vida, antes de se dedicar à literatura.

Sou aquariana, nascida em 13 de fevereiro em Campo Grande/Mato Grosso do Sul em 13 de fevereiro. Fui criada em Uberlândia, onde me graduei em Direito, e hoje moro em Brasília. Adoro passar o tempo no campo, assistindo a filmes e séries e me arriscando na pintura a óleo de vez em quando.

2. Quando descobriu sua “vocação” para escrever?
Desde criança, gostei de escrever diários. Com o tempo, fui fazendo contos, novelas, até começar a escrever o suspense Mariposa em 2013. Foram 2 anos de escrita, até publicá-lo em 2015.

3. Fale um pouco sobre os livros que já publicou.
 

 
"Mariposa" foi meu livro de estreia. A história se passa em 2020, em Brasília, e gira em torno de uma mulher, de codinome Mariposa, que ajuda um senador a desvendar crimes de corrupção no Senado Federal. A trama conta com elementos de realismo fantástico, levando o leitor a cenas reais e também sobrenaturais.
 

"Mulher com brânquias" é meu segundo suspense, lançado recentemente, em 2 de outubro. Como meu primeiro livro, este também se divide entre o real e o mágico. A protagonista é Rita, professora universitária, que começa a ter visões de uma realidade paralela, como se estivesse o tempo todo debaixo d'água. Em casa, no trabalho ou na rua, ela se vê rodeada por seres aquáticos e especialmente pelo grande peixe, uma criatura fantasmagórica que a persegue, mas que ninguém mais enxerga. Como se não bastasse, sua pele é tomada por escamas aos poucos e brânquias surgem em seu corpo. Isso pode significar o início ou o fim de uma jornada.

4. Existe um que você gosta mais? Por que?

Gosto muito dos dois ;)

5. Comente sobre sua experiência com editoras. Ou você é adepta de produção independente?

Ter uma boa editora é o sonho de qualquer escritor, por isso, sempre observo o mercado editorial e as oportunidades. Hoje sou autora independente. Já estive numa editora pequena, mas a experiência não foi legal. Se uma grande editora se interessasse pelos meus trabalhos, certamente eu analisaria com carinho.

6. Nas entrevistas e bate-papos que acompanhamos pela internet, verificamos que existe uma preocupação muito grande com a revisão. Há livros sendo publicados sem revisão de espécie alguma, nem a técnica (própria da editora) nem a ortográfica/gramatical. O que você pode nos dizer a respeito? No seu caso particular, você contrata um(a) revisor(a)? Ou a editora se encarrega disso?

A revisão é muito importante para o livro e, quando malfeita, pode levar a história a um verdadeiro desastre. Eu reviso dezenas de vezes meus livro e os revisores são contratados por mim. 

7. Outro ponto chave para os novos autores é a divulgação de suas obras. Pode nos dizer de sua experiência a respeito?

A publicidade em mídias sociais  é uma ferramenta que impulsiona a venda dos livros. Por isso, uso bastante o Instagram e o Facebook. A parceria com blogs literário é outra ação que ajuda o escritor nacional a levar a sua obra para os leitores.

8. Bienais e feiras de livros – são importantes para os novos autores?

Muito! Principalmente o contato com outros escritores, a troca de experiência, o crescimento da rede de contatos do autor.

9. Ouvem-se muitos comentários depreciativos sobre a literatura brasileira contemporânea. É comum ouvir-se algo do tipo “não gosto, não leio autores nacionais”. Em seu entendimento o que explicaria tal tipo de assertiva? 

O desconhecimento da existência de bons autores nacionais leva muita gente a pensar dessa forma. Mas esse pensamento está mudando. Vejo, cada vez mais, a literatura nacional crescer. 

10. A partir de sua experiência pessoal, o que poderia dizer para aqueles e aquelas que pretendem publicar livros?

Persista!

Impactante e revelador: romance 'O Inferno é verde' do autor R.D. Silveira


O inferno é verde na Amazônia colombiana, brasileira, da droga, dos conluios e da safadeza da corrupção. Será que a vida precisa ser passada num inferno para que a sociedade possa melhorar, ou será que é preciso investigar as gangues modernas com ramificações no mundo inteiro?

A aclamação da critica sobre “O Inferno é Verde” leva em conta a narrativa sobre o narcotráfico, a guerrilha, as organizações multinacionais do crime e a realidade contemporânea de um Brasil que inclui a operação Lava-jato comandada pelo juiz Sergio Moro. Em momentos singulares o texto que espreita até os extremismos de Donald Trump, revela um cenário de amor improvável. Amaru, índia Baniwa e Nolan, agente especial, protagonizam um romance que une a selvagem nua a banhar-se nas águas amazônicas, a um  investigador acostumado a combater o crime com drones e robôs virtuais.



A trama dividida entre a Floresta Amazônica, Curitiba e o litoral paranaense, é protagonizada pela 3-i, fictícia agência internacional de inteligência com integrantes de diversos países. Uma megaoperação chamada Green Hell investiga um império de drogas bem no meio da Floresta Amazônica. À frente da operação está o psicólogo Nelson Moore, um homem analítico e que aplica a terapia cognitiva para entender adversários e amigos.

“... R. D. Silveira – consegue não somente fazer com que nos importemos com os personagens, como gerar uma reflexão pertinente sobre a sociedade, tudo embalado por uma narrativa nervosa, daquelas em que o leitor não consegue baixar o livro, algo que somente os bons romances são capazes de fazer. Com uma narrativa que poderia facilmente ser transportada para a tela do cinema ou da TV, “O Inferno é Verde” é uma das obras paranaenses mais interessantes do ano e que não deixa a desejar a nenhum bestseller por aí”.

Rodrigo de Lorenzi Oliveira.
Jornalista.

“... Posso afirmar a qualidade do livro,  pois o autor consegue relacionar os diversos episódios com a realidade da situação brasileira e, de certa forma, do mundo, vivida nos tempos atuais de segunda metade da segunda década do terceiro milênio, em que a tecnologia impera. Isso paralelo ao acirramento do tráfico de drogas e de influências em que o ganho de muito dinheiro é muitíssimo mais importante do que são os valores da vida humana”

Roque Aloisio Weschenfelder,
Crítico literário.

 

Onde comprar:


Inscrições abertas para Coletânea Os Melhores Poemas de 2017


A ZL Editora vai reunir poetas na Coletânea Os Melhores Poemas de 2017. Desta forma, está convocando poetas/escritores  para participarem desta seleção. 

Inscrições até 1 de novembro pelo e-mail: zlcomunicacao8@gmail.com

A seleção será feita pela equipe da editora. Caso seja escolhido o autor PAGA uma INSCRIÇÃO, para participar, com direito a receber 3 livros  após o lançamento do livro.
 A Coletânea será bilíngue português/espanhol.  

OS POEMAS
Poemas em língua portuguesa, com tema livre, em documento MS Word ou equivalente (doc), formato A4, espaço 2, fonte Times New Roman de tamanho 12. Cada autor tem direito a 2 páginas. Temos revisor.
 A EDITORA
Leitura e seleção
Revisão 
Projeto gráfico
Criação de capa
ISBN e ficha catalográfica/impressão

Quem desejar mais informações encaminhar e-mail para:

Lançamento: Tributo ao samba II Poesia de Bamba




Professor, fisioterapeuta, poeta, escritor, compositor. Carlos Alberto Carneiro Souza é “Artilheiro da Cultura” do Centro Literário do Museu do Forte de Copacabana e Acadêmico Correspondente da Academia de Letras e Arte de Goiás Velho.
Algumas premiações por mérito literário: “Pensando a Educação” (ABRAPA e Universidade Estadual de Salvador), 2015; “Federico García Lorca – Heranças Luso-Espanholas” –  Editora Comunicação, 2015; “Escritor Excelência” – Editora “Mágico de Oz”, 2015; convidado para ingressar por mérito literário em algumas academias literárias brasileiras e portuguesas; convidado para receber premiações por mérito literário, como a comenda “Luís Vaz de Camões” e o troféu “Cora Coralina”.
O poeta representou o Samba em Poesia e Composição (“Um Samba Tangado”, com parceria de Nilo Motta) no “Rio Tango Festival”, em 2015/2016, e agora por acontecer, em 2017; é autor de quatro livros, com participação nas bienais de 2012, 2013 e 2015.

“O livro foi acontecendo por intuição. Vinha a escola e ou o sambista na mente e eu criava os versos, algo aleatório.”

Boa Leitura!

Escritor Carlos Alberto Carneiro Souza, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a ter gosto pelo samba?
Carlos Alberto - Desde criança gostava do ritmo, da alegria do carnaval, das fantasias. No início da adolescência, comecei a frequentar os ensaios da Portela e me apaixonei.

Quais critérios foram utilizados para a escrita e seleção dos textos apresentados em seu livro “Tributo ao Samba II Poesia de Bamba”?
Carlos Alberto - Senti necessidade de maior pesquisa histórica, para realizar um trabalho de maior fundamento, procurando seguir uma cronologia, desde o século XIX, mantendo a linguagem irreverente dos versos mais próxima ao mundo do samba, crítica ao modelo do Estado, sempre discriminador e perseguidor e ao poder do capital, sempre se apropriando, explorando e deformando nossa arte popular. Este livro, como o anterior, representa apenas uma célula de um grande embrião; sendo assim, muitos bambas vão passar despercebidos aqui.

O que diferencia “Tributo ao Samba II Poesia de Bamba” de “Tributo aos Bambas do Samba, uma homenagem de palavra”?
Carlos Alberto - Maior pesquisa histórica e ordenação. “Tributo aos Bambas do Samba” nasceu por incentivo de minha revisora e consultora poética, professora Danielle Ramos de Moraes. Eu pretendia fazer um livro eclético de homenagens poéticas (vários artistas de ritmos variados, humor, esporte etc.) e ela convenceu-me a colocar o foco em minha grande paixão, o samba! O livro foi acontecendo por intuição. Vinha a escola e ou o sambista na mente e eu criava os versos, algo aleatório.

Leia entrevista completa clicando no link abaixo:
http://portalliterario.com/entrevistas/entrevistas-brasil/437-em-rio-de-janeiro-lancamento-do-livro-tributo-ao-samba-ii-poesia-de-bamba

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Entrevista com autor(a) - Anelise Vaz

Na última Bienal do Livro no Rio de Janeiro, as pessoas foram surpreendidas ao se depararem com uma jovem que expunha livros em um avental branco cheio de bolsos. Em cada bolso um livro. Fez sucesso! Até reportagem de jornal ela ganhou. Eu a vi postando sua corajosa iniciativa no Facebook e na mesma hora entrei em contato com ela. Queria divulgá-la aqui no blog. E ela atendeu, me enviou todo o material, respondeu à entrevista, mandou fotos.

Não vou escrever mais nada. Tudo que vem a seguir me foi enviado por ela. Desde a biografia, passando pelas sinopses e concluindo com a entrevista. Conheçam Anelise Vaz!




Eu, Anelise Vaz, ou Ane ou Nise ou ZodiacAne pela internet afora, nasci em 30 de Novembro de 1992. Com o meu nome sendo escolhido por eu mesma. Um privilégio para poucos! haha Formada em Licenciatura Letras/Literatura em 2012 e cursando Jornalismo atualmente.
Sempre tive a mente bem fértil e brincava de coisas que eu inventava e por consequência disso que eu decidi começar a dar vida a isso. Com 11 anos, em 2004, peguei um caderno velho, que está bem mais velho hoje, e escrevi o primeiro capítulo de "As Super Agentes". Desde então, eu não parei mais.
Em 2014 comemorei os meus dez anos escrevendo as coisas que me davam vontade publicando o conto "Você, até o fim" na antologia Amor nas entrelinhas da Andross Editora. E repeti a dose esse ano com mais dois contos em 2015: "Noite das Damas" no King Edgar Hotel e "Promessa" no De repente, nós, ambas da Andross Editora.
Em 2016, publiquei o conto "Letras do Destino" na Antologia Poderes da Darda Editora. E publiquei meu primeiro livro solo, disponível apenas em formato e-book, na Amazon: As Aventuras de Jimmy Wayn - O Menino Virgem.
Em 2017, publiquei o conto "Dama de Gelo" na antologia Valquírias da Darda Editora.
Eu tenho um espaço que é totalmente dedicado aos meus filhos (Sim, são minhas "creanssas".): Contos Anê. Tem Tumblr, tem blog, twitter, canal no youtube, página no facebook... É minha "marca de autora" pela internet afora. Publico minhas histórias no Nyah Fanfiction, no Wattpad e no Contos Anê Blog. (Divulgação nunca é demais!)
Além disso, também escrevo em blogs: Ane-chan's Shizen?, Garota Zodíaco e Blog do Kyon. E também tem mais um blog que não tem relação com a "eu escritora": Seiyuu World Brasil. Estou com algumas histórias ativas e sendo sincera, maioria delas largadas por falta de leitores e feedback.
Escrevo para mim mesma, como costumo dizer. Eu realmente sou a primeira fangirl das minhas próximas coisas. É amor que nós devemos ter por eles! E muito amor.

Redes Sociais
Instagram: @zodiacane (Pessoal) / @contosane (Autora)
Canal do Youtube: https://www.youtube.com/user/ZodiacAne1 (Vlogs, resenhas) / https://www.youtube.com/user/ContosAne (Sobre os livros, contos, eu autora)

Onde ler meus livros online:

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As obras:



As Aventuras de Jimmy Wayn - O Menino Virgem
Jimmy Wayn é um garoto de 16 anos, que sofre de um grande problema, ele ainda é virgem, sendo muito zoado pelos seus inimigos do colégio. Os amigos e família entendem, já que ele deseja que aconteça na hora certa e com a pessoa certa. Ele também tem uma banda que escreveu uma música que conta seu dilema da virgindade. Em forma de diário, Jimmy conta as confusões que apronta com os amigos, além de contar seus sonhos e sentimentos, fazendo que tudo fique bem engraçado.
Link para compra na Amazon: https://www.amazon.com.br/dp/B01NCDSL2E

Antologias

Amor nas Entrelinhas


Conto na Antologia: Você, até o fim
O papel tem a magia de acolher palavras difíceis de serem ditas em voz alta, e que, muitas vezes, foram manchadas por lágrimas de alegrias ou de tristezas, correspondidas ou rejeitadas. Amor nas Entrelinhas é uma coletânea de cartas de amor, escritas por quem soube transpor para o papel todas as cores do coração e as sutilezas do amor.
Organizador: Leandro Schulai
Editora: Andross

De repente, nós


Conto na Antologia: Promessa
Há quem espere a vida inteira pelo seu amor, e desiste de esperar.
Há também aqueles que são convictos em viver casados consigo mesmos.
Em ambos os casos, o destino (ou o acaso) faz uma reviravolta e, de repente, o eu vira nós, sem mais nem menos.
Pode ser para sempre ou eterno enquanto dure. Mas enquanto os dois estão amarrados um no outro é difícil desatar esse nó que só o amor pode proporcionar.
Organizador: Leandro Schulai
Editora: Andross

King Edgar Hotel


Conto na Antologia: Noite das Damas
Você se hospedaria em um antigo hotel onde a camareira não tem braços, o mensageiro não tem olhos e o recepcionista aparenta ter idades distintas dependendo da hora do dia? Você ousaria pernoitar em um lugar cujo regulamento interno é estranhamente diferente de tudo o que você já viu? Muitos mistérios rondam o King Edgar Hotel. Fique à vontade para visitar os 21 andares deste lugar, que é a expiação dos pecados para uns, o inferno para outros e uma lembrança macabra para todos os que por ele passaram.
Organizadores: Lara Luft e Alfer Medeiros
Editora: Andross

Poderes


Conto na Antologia: Letras do Destino
O que você faria se tivesse um dom fantástico que o tornasse diferente de outras pessoas? O que acha que o seu vizinho faria se ele tivesse um superpoder? Acha que o seu melhor amigo usaria uma habilidade extraordinária para benefício próprio ou para ajudar a comunidade?
Na antologia Poderes Contos sobre Pessoas com Dons Extraordinários, os autores se aventuraram pelas possibilidades de gente comum ganhar dádivas e usá-las como quiserem: de vigilantes a pessoas que apenas tomaram outros rumos na vida, apresentamos aos leitores a resposta para a grande pergunta: o poder corrompe?
Organizador: Davi Paiva
Editora: Darda
Antologia Valquírias


Conto na Antologia: Dama de Gelo
O gênero fantástico possui seus alicerces nas mitologias de diferentes culturas e períodos históricos. É a partir do mito e da contemplação do inexplicável que surgem as lendas, a fantasia. Em todas as mitologias, a participação feminina se mostra presente, na forma de deusas, seres mitológicos, rainhas ou guerreiras. É o caso das Valquírias, deidades responsáveis por conduzir os mais dignos aos salões do Valhalla. Apesar disso, por muito tempo o gênero fantástico foi visto sob uma ótica estritamente masculina. Criou-se um tabu de que as mulheres não pertencem ao universo da capa e da espada. Mas as coisas estão mudando. Protagonizado por mulheres e escrito por autoras, Valquírias tem como proposta reunir a voz feminina dentro da fantasia, um gênero ainda carente em representatividade.
Organizadoras: Fernanda Castro e Marcia Dantas
Editora: Darda
 
A entrevista:


1.       Fale um pouco sobre sua trajetória de vida, antes de se dedicar à literatura.
Comecei a dedicar à minha a literatura com 11 anos, quando comecei meu primeiro livro: As Super Agentes. Era só uma criança que tinha trocado de colégio e sentia saudade de várias coisas, então começou a escrever algo que lembrava aquilo tudo. Só que hoje já não é mais assim, é mais um começo de algo muito maior.

2.       Quando descobriu sua “vocação” para escrever?
Até os 16 anos só escrevia porque gostava. Foi nessa idade que comecei As Aventuras de Jimmy Wayn - O Menino Virgem e terminei o livro em poucos meses e percebi que era boa nisso e era isso que eu gostava de fazer. Não me imaginava sem alguma história me acompanhando no dia-a-dia.

3.       Fale um pouco sobre os livros que já publicou.
Eu já publiquei alguns contos em antologias. Três da Andross Editora: Amor nas Entrelinhas; De repente, nós; King Edgar Hotel. Duas da Darda Editora: Poderes; Antologia Valquírias.
Em 2016, publiquei meu livro solo na amazon, o que já citei antes: As Aventuras de Jimmy Wayn - O Menino Virgem.

4.       Existe um que você gosta mais? Por quê?
Difícil decidir qual das minhas histórias gosto mais, cada um deles tem uma parte de mim. Eu gosto mesmo é quando todos aparecerem juntos e já fiz uns três contos com isso.

5.       Comente sobre sua experiência com editoras. Ou você é adepta de produção independente?
Tive experiências apenas com editoras antológicas. E as experiências foram maravilhosas. Acho ótima a oportunidade que eles dão a novos autores. Eu arrisquei algumas editoras para meu livro, mas como não consegui, publiquei independente.

6.       Nas entrevistas e bate-papos que acompanhamos pela internet, verificamos que existe uma preocupação muito grande com a revisão. Há livros sendo publicados sem revisão de espécie alguma, nem a técnica (própria da editora) nem a ortográfica/gramatical. O que você pode nos dizer a respeito? No seu caso particular, você contrata um(a) revisor(a)? Ou a editora se encarrega disso?
A revisão é uma das partes mais importantes do processo de publicação de qualquer coisa, seja livro, conto, artigo, revisar é sempre bom! Acho que quem não revisa está perdendo oportunidade de refinar seu texto.
No caso do meu livro na Amazon, ele já tinha bastante tempo de maturação, então eu mesmo revisei. Tinha muito tempo que não relia e aproveitei para lembrar algumas coisas.
Quando são capítulos de histórias, especialmente O Diário da Escrava Amada, que publico online, como no wattpad, quem revisa é meu namorado.

7.       Outro ponto chave para os novos autores é a divulgação de suas obras. Pode nos dizer de sua experiência a respeito?
Divulgação é algo muito difícil. Eu tenho vários canais de divulgação: Tumblr, Twitter, página no Facebook, Instagram, Canal do Youtube. Eu divulgo no meu perfil pessoal, nas outras páginas que tenho que são de blog e tal, comento com as pessoas que convivo. Mas, não vendo tanto assim.

8.       Bienais e feiras de livros – são importantes para os novos autores?
Sim. São importantes para eles e os autores já consagrados. Lá podemos divulgar mais nossos trabalhos e conhecer novos leitores.

9.       Ouvem-se muitos comentários depreciativos sobre a literatura brasileira contemporânea. É comum ouvir-se algo do tipo “não gosto, não leio autores nacionais”. Em seu entendimento o que explicaria tal tipo de assertiva?
Que a pessoa ainda não deu uma oportunidade para ler a literatura nacional. Não digo da clássica, porque alguns só lembram dela e depreciam a atual. Trata-se da falta de conhecimento e entendimento do que realmente é literatura e do que é ser leitor.

10.   A partir de sua experiência pessoal, o que poderia dizer para aqueles e aquelas que pretendem publicar livros?
Acreditem no que vocês escrevem; escrevam; e sejam o primeiro fã surtado de vocês mesmo.
Dediquem-se pelos seus livros. Façam com que eles vejam a luz do mundo. Façam tudo por eles!