Escritor e pedagogo, Fernando Cardoso
nasceu no norte de Portugal, mais concretamente na cidade do Porto, mas aos
quatro anos de idade foi viver para Lisboa, onde começou a trabalhar aos doze anos.
Actualmente é professor universitário de Direito e de Literatura Infantil e
Juvenil. É autor de trinta e quatro obras e um dos melhores escritores para
crianças e jovens, tendo alguns dos seus livros atingido o maior número de
edições em Portugal, como “Flores para
Crianças” na 34ª edição. É, ainda, autor de livros de Poesia, Teatro e de
Direito. Cardoso procedeu à única recolha, em nível nacional, da poesia popular
(Colectânea de Poetas Populares, em quatro volumes). Atendendo ao conjunto da
sua obra, foi distinguido com a “Palma de Ouro” pela Accademia Internazionale
di Pontzen.
“Desses professores, constantemente
recebo, inclusive por meio do Facebook, palavras elogiosas e testemunhos de
utilizarem, com êxito, nas sua aulas, as minhas obras, o que, naturalmente,
muito me sensibiliza.”
Boa Leitura!
Escritor Fernando Cardoso, muito nos honra com a sua
participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que o motivou a ter gosto
pela escrita literária?
Fernando Cardoso - Desde
muito cedo, senti um enorme fascínio pelo livro, compreendi que, por meio de um
livro se obtêm respostas a muitas interrogações que pairam no espírito de
qualquer criança; que o livro se revela uma excelente companhia e que,
inclusive, nos permite viajar, conhecer o mundo. E sempre que os meus pais não
podiam comprar-me livros, eu próprio construía histórias com que me deleitava
e, assim, descobri que tinha fértil imaginação e que dentro de mim coexistia um
ávido leitor e um pequeno autor. O passo seguinte foi fácil: procurar
transmitir aos jovens e, sobremaneira, às crianças o prazer da leitura que
sempre experimentei.
Desde o início o gosto pela escrita era diversificado? Como
surgiram o gosto e a inspiração para a escrita em diferentes segmentos e
estilos literários?
Fernando Cardoso - A escrita
para crianças surgiu, fruto daquele enorme desejo de transmitir aos homens-do-amanhã
o enorme prazer que os livros sempre me proporcionaram; a poesia surgiu
do desejo de transmitir aos outros homens (não aos botões do poeta, como
alertava o grande vate português Sebastião da Gama) o que flui dos diferentes estados
de alma, o teatro por contribuir
para a formação da personalidade, para o conhecimento apurado da linguagem e
para a educação estética da criança, os livros de Direito têm que ver
com a minha formação jurídica.
Escritor Fernando Cardoso, você hoje tem vários livros
publicados. Conte-nos qual o livro que obteve mais sucesso?
Fernando Cardoso - Dos trinta e quatro livros publicados, Flores para Crianças foi, sem dúvida, o
que alcançou maior sucesso. Atingiu trinta e quatro edições, o que, em
Portugal, é inédito. E neste momento encontra-se traduzido em inglês, Flowers for Children; em francês; Fleurs pour Enfants; e em espanhol,
Flores para Niños.
Como se explica que o livro “Flores para Crianças” tenha alcançado tantas edições e cativado
várias gerações?
Fernando Cardoso - As crianças e
os jovens, por mais que se afirme o contrário, não são, no que concerne aos
livros, muito diferentes das crianças e jovens das gerações anteriores. Também
gostam de adivinhas, curiosidades, anedotas, enigmas, jogos, contos, magia,
fábulas, lendas, provérbios, poesia e teatro, ou seja, do conteúdo do livro em
apreço.
Sucede é
que dispõem de muitos outros atractivos desde o Game Boy, Playstation, jogos de
computador, televisão e internet. Mas a generalidade das crianças e jovens de
hoje, apesar destes fortes “concorrentes” dos livros, não os dispensam. E aqui
é que reside o actual mérito, porque são muitos e diferenciados os “amores”… Qual
é a criança que não gosta de escutar a educadora de infância a ler um conto ou,
ao deitar, ouvir a voz de um dos progenitores ou de um dos avós a ler-lhe uma
história, outra e outra até adormecer?!...
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