Cerca de 10 anos após adquirir este livro, finalmente
consegui o tempo necessário para ler e admirar o trabalho do historiador
francês Michel Vovelle.
Aqui, como diz a sinopse, ele explora as fronteiras entre os
vivos e os mortos no Ocidente cristão. Amparado por grande número de fontes
iconográficas, o autor aborda as representações do purgatório em um período que
se situa entre a virada dos séculos XVIII e XIV até os dias de hoje.
Os suportes dessas imagens são diversos e evoluíram ao longo
do tempo: iluminuras, afrescos, pinturas e retábulos, gravuras e imagens
populares, figurações esculpidas, construções das mais modestas – nichos ou
oratórios – até as mais exuberantes basílicas. O autor sai ainda em busca da
representação do purgatório na época contemporânea, no cinema, na televisão ou
nas histórias em quadrinhos.
Partindo dessa pesquisa de imagens, o autor chega a seu
objetivo: desvendar o relacionamento do homem com seus mortos ao longo dos
séculos e compreender quais estratégias tem usado para apaziguar o trabalho de
luto e ficar em paz com as almas, especialmente aquelas que foram destinadas a
esse “terceiro local”: o purgatório.
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