quarta-feira, 25 de março de 2020

Entrevista com Jefferson Lima


Continuando nossas entrevistas com a turma da Liga de Autores Mineiros, hoje vamos conhecer um pouco mais do Jefferson Lima.




1.         Fale um pouco sobre sua trajetória de vida antes de se dedicar à literatura.

Desde criança fui um leitor ávido por boas estórias e por isto me tornei um dos mais assíduos frequentadores da biblioteca da escola. Na adolescência frequentava três bibliotecas ao mesmo tempo: a da escola, a do meu bairro e a biblioteca municipal da minha cidade, João Monlevade. Me enveredei pelos laboratórios químicos, farmacêuticos e depois pelo mundo industrial, mas a paixão pela leitura sempre me acompanhou.

2.         Quando descobriu sua “vocação” para a literatura?

Apesar de ler muito e conseguir elaborar boas redações na escola, não passava pela minha cabeça que um dia eu pudesse vir a produzir literatura. Foi já por volta dos dezessete anos que pensei num aforismo e anotei por anotar. Dias depois comecei a trabalhar na ideia e dali nasceu o primeiro poema. Tomei gosto pela ideia de colocar pensamentos e sentimentos no papel e não parei mais.

3.         Fale um pouco sobre seus livros.



Entre 2009 e 2017 eu publiquei em várias antologias poéticas. Foi uma forma de experimentar e mostrar os meus textos, que até então eu guardava só para mim. Foi uma boa experiência para ter feedbacks e para conhecer um pouco do mundo editorial. Em 2017 eu lancei então o meu primeiro livro solo, “Se For Poesia...”, que reúne boa parte do que escrevi ao longo de 23 anos e que traz desde versos românticos a temas existenciais. O pano de fundo que permeia todo o livro é alguma inquietação em relação à passagem do tempo, a saudade e a brevidade da existência, sem deixar de lado a mineiridade e as manifestações de fé e esperança.
Atualmente estou trabalhando no próximo livro de poemas e num livro de crônicas, que devem ser publicados entre o final deste ano e o primeiro semestre do próximo.

4.         Existe algum poema que seja o preferido? Por que?

“Minhas Questões” resume bem o sentimento do livro e que traz um viés de inquietação e questionamento. Gosto particularmente da segunda metade deste poema.

Onde você está? O que fizemos de nós?
Os rumos da vida justificam as ausências?
Por que as despedidas?

Num abraço apertado somos sinceros?
Guardamos o silêncio necessário diante da dor?

Onde estão os dias?
Em qual temporal chorei?
Por que há despedidas?

Há silêncio ante a dor?
Para as incertezas há respostas?

5.         Você baseia seus textos em fatos da vida real, ou são mera ficção?

Há um misto de vivências, percepções e pensamentos. Alguns são extraídos da realidade vivida ou das observações do que acontece ao meu redor. Outros surgem da necessidade de me expressar ou até mesmo me posicionar sobre algum tema e ainda tem os versos que provêm das fantasias e desejos que nos levam a divagar sem que necessariamente exista uma razão ou sentido específico.


6.         Queria saber sobre sua experiência com editoras, caso publique por elas, ou então se realiza produção independente. Quais as dificuldades encontradas?

Meu primeiro contato com uma editora foi através das antologias das quais participei (mais de dez antes do lançamento do Se For Poesia...). Nem todas as experiências foram felizes. Alguns trabalhos tiveram resultados decepcionantes. E foi assim que conheci a Editora Delicatta, de São Paulo. Uma editora que foi idealizada depois de alguns projetos publicados através de outras editoras e que nasceu tratando com muito cuidado as suas publicações. Gostei muito do resultado.
A maior dificuldade foi em relação à distribuição, pois sendo uma editora de outro estado e que não tem uma rede de distribuição a nível nacional, cabe a nós, escritores, sair para o mercado de forma independente, o que é bastante complicado para quem está começando.


7.         Nas entrevistas e bate-papos que acompanhamos pela internet, verificamos que existe uma preocupação muito grande com a revisão. Há livros sendo publicados sem revisão de espécie alguma, nem a técnica (própria da editora) nem a ortográfica/gramatical. O que você pode nos dizer a respeito? No seu caso particular, você contrata um(a) revisor(a)? Ou a editora se encarrega disso?

Eu contratei uma revisora quando decidi publicar. Acho importante um outro olhar sobre o texto que não o do autor. A gente se acostuma com a escrita e alguns detalhes podem passar desapercebidos. Mas também é indispensável que haja um bom diálogo entre o escritor e o revisor, com liberdade suficiente para uma troca sincera de opiniões com o objetivo de extrair do texto a melhor qualidade, sem, no entanto, descaracterizá-lo.

8.         Outro ponto chave para os novos autores é a divulgação de suas obras. Pode nos dizer de sua experiência a respeito?

Hoje temos a internet como grande aliada. A divulgação nas redes sociais é fundamental para que a nossa obra chegue além do nosso alcance presencial. Também é importante, sendo possível, participar de feiras, saraus, rodas de conversa e outros eventos onde seja possível mostrar um pouco da nossa arte. Iniciativas como a Liga de Autores Mineiros também são bem-vindas, pois são capazes de reunir escritores com um mesmo objetivo e, uma vez reunidos, têm a oportunidade de compartilhar experiências e agruparem-se para promover ou participar de eventos diversos. Não é fácil abrir caminhos, mas qualquer passo pode nos levar um pouco adiante.

9.         Algo que muito me espanta são os comentários depreciativos sobre a literatura brasileira contemporânea. É comum ouvir-se algo do tipo “não gosto, não leio autores nacionais”. Em seu entendimento o que explicaria tal tipo de comentário?

O sistema educacional, desde o início da formação da criança, trata a leitura como uma “obrigação” para obtenção de boa nota numa prova (ou ficha de livro, como era chamada até um tempo atrás). A partir da adolescência, enquanto a escola está empurrando, a cada clássico uma avaliação, este mesmo adolescente está vendo que a literatura estrangeira, muitas vezes está relacionada com o filme ou a série que ele assiste nos cinemas ou nas plataformas digitais. Daí ele tem dois caminhos a seguir: ou não vai ler nada, porque leitura é coisa chata, ou só vai ler bestsellers internacionais, porque a literatura brasileira é chata.
Sou da opinião que as escolas precisam introduzir a literatura clássica, mas permeada também pela literatura brasileira contemporânea. E que no lugar das avaliações fossem promovidas rodas de conversa e debates sobre o tema proposto. Conversas interessantes, descontraídas, mas que buscassem discorrer o assunto de forma madura e provocativa, levando ao prazer do ler e do pensar.

10.      A partir de sua experiência pessoal, o que poderia dizer para aqueles e aquelas que pretendem publicar livros?

Escrevam por prazer. Escrevam por terem algo a dizer. Escrevam porque algo os inquieta e é preciso botar isso pra fora. Mas não escrevam por pretensão ou expectativa de fama ou grana. Se vier a fama, a grana ou os dois juntos, que seja consequência do talento aliado à sorte. A palavra que carrega em si a verdade de quem a escreve é joia de maior valor. Fujam das aparências e da superficialidade. Sua escrita é o seu legado.



Prana - Jacqueline Farid





A Índia, com sua cultura milenar, sempre habitou o imaginário dos ocidentais que, no entanto, muitas vezes não querem, ou não podem, se aventurar em terra tão distante.
O leitor de Prana vai ter a oportunidade de acompanhar os personagens num percurso que passa por lugares sagrados, tornando-se ele mesmo um viajante.
Viajar sem sair do lugar sempre foi um dos maiores fascínios dos livros e as narrativas de viagem são ainda mais fascinantes nessa mágica de conhecer o mundo através das palavras. Especialmente neste momento em que nos voltamos para dentro de nossas casas, a leitura é uma ótima pedida e, com Prana, o leitor poderá conhecer a Índia sem precisar sair da cama.

A personagem Prana, protagonista do livro que leva o mesmo nome, surgiu na minha imaginação durante um retiro de yoga realizado pelo Instituto Hermógenes em Mendes, no Rio de Janeiro. Ali, decidi simultaneamente que iria à Índia e que escreveria um livro cuja personagem principal se chamaria Prana.

Encontrei, pela Internet, um casal de publicitários brasileiros que tinham se mudado para a Índia e recebiam pequenos grupos para viagens pelo país. Sempre gostei muito de viajar sozinha, mas sempre ouvi que a Índia não é receptiva a mulheres solitárias, então decidi viajar com eles, através da empresa que eles criaram, chamada Vem Comigo para a Índia.

Antes, passei por Dubai para encontrar uma amiga e, desde que desembarquei na Ásia, foi como se estivesse em outro planeta. Anotava todos os dias a noite, nos hotéis, tudo o que tinha vivenciado durante o dia, sem pensar em nenhuma trama ainda. O principal fio que une todo o enredo do livro surgiu de um acaso completo que juntou Ouro Preto e Índia em uma das cidades que visitamos. A partir daí surgiu a ideia da história de uma mulher de Ouro Preto que busca o pai em terras indianas.


Sinopse: Prana viaja de Ouro Preto, sua terra natal, até a Índia, onde empreende uma rota sagrada em busca do pai. A jornada da protagonista tem início na futurista Dubai e passa por Nova Delhi, pelas maravilhas do Taj Mahal, pelos templos de Khajuraho, pelo budismo de Bodhgaya, pela yoga de Rishikesh e pelos crematórios de Varanasi, num percurso de descobertas que inclui sexo e repulsa, encontro e separação, medo e coragem, afeto e decepção, suspense e clímax, vida e morte.

O livro está disponível para compra nos seguintes formatos:

Físico: https://www.paginaseditora.com.br/product-page/prana
Em que vocês podem usar o CUPOM #ramificando para receberem 10% de desconto.

E-book: https://amzn.to/2vMdWYl
Também disponível pelo Kindle Unlimited.


Jacqueline Farid, jornalista e escritora se apresenta para nossos leitores.

Sou mineira nascida em Itabirito e moro há 20 anos no Rio de Janeiro. Durante mais de duas décadas trabalhei em jornais na editoria de Economia e hoje sou assessora de comunicação. Ler e escrever sempre foram quase tão importantes para mim quanto respirar e escrever um livro foi um desdobramento natural de uma necessidade da escrita que se impôs desde que eu era criança.

Publiquei meu primeiro livro em 2017 e não pretendo parar mais, tanto que estou lançando o Prana e já escrevendo outra história.

O primeiro livro que publiquei, chamado No Reino das Girafas, conta a história de uma mulher que viaja sozinha na Namíbia, um país africano de belíssimas paisagens. Viajei na Namíbia de férias nos anos de 2009, 2010 e 2011 e escrevi o livro em 2012, mas só publiquei muito tempo depois, pela editora Jaguatirica. Para minha alegria, o livro foi semifinalista do prêmio Oceanos, um dos mais importantes da literatura em língua portuguesa.

Já no primeiro livro comecei a exercitar o que tenho lapidado mais desde então, que é a mistura entre relato de viagem e ficção, a criação de um universo literário a partir da contemplação de paisagens, culturas, descobertas.

Lancei também, em 2017, com um grande amigo, Julio Bueno, um livro de não ficção, sobre a crise financeira do Estado do Rio de Janeiro.

O livro Prana, que estou lançando agora, aprofundou a minha exploração da tênue fronteira entre a ficção e a realidade, entre a criação literária e o relato de viagem.

A Fábula – William Faulkner



A fábula, uma história alegórica da Primeira Grande Guerra, passada nas trincheiras em França e que retrata um motim num regimento francês, foi originalmente considerada um afastamento vincado das obras anteriores de Faulkner. Nos últimos tempos começou a ser considerado como um dos seus principais romances e uma parte essencial da obra do autor.



O próprio Faulkner combateu na guerra, e as descrições que faz dela “ascendem ao magnífico”, segundo o New York Times, e incluem, nas palavras de Malcolm Cowley, “algumas das cenas mais poderosas que Faulkner alguma vez concebeu.”

Este romance foi galardoado com o Prêmio Pulitzer bem como com o National Book Award em 1955.


Fonte - www.portaldaliteratura.com/livros.php?livro=4747

Cadernos de Música - uma boa opção


Quem assinar os Cadernos de Música até dia 31 de março vai receber também a edição exclusiva “Tropicália” - que incluem entrevistas e textos de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Zé Celso e Torquato Neto, entre outros.




Com os Cadernos de Música, o assinante terá duas edições por mês. Uma dedicada a um nome consagrado da música brasileira e a outra a um artista reconhecido pela crítica e por seus pares. A estreia traz os volumes de Vinicius de Moraes e Letícia Novaes (Letrux).

Estão confirmados para os próximos números artistas como Elza Soares, Tom Jobim, Adriana Calcanhotto, Tom Zé, Jorge Mautner, Nara Leão, Hermeto Pascoal, João Bosco, Ana Frango Elétrico e Thiago Amud.

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quarta-feira, 18 de março de 2020

Bienal mineira - adiamento

Em função dos problemas causados pelo coronavirus, a Bienal Mineira, prevista para maio, foi adiada para setembro.


Entrevista - Maria Aparecida Vasconcelos Lavigne


Continuando a divulgação dos(as) autores(as) da Liga de autores mineiros, temos hoje a entrevista com Maria Aparecida Vasconcelos Lavigne.


1.       Fale um pouco sobre sua trajetória de vida antes de se dedicar à literatura.
Creio que me dedico à literatura desde a infância, pois as palavras sempre me acompanham! Na quinta série, fui premiada pela Academia Feminina Espiritossantense de Letras, como estudiosa da língua portuguesa! Sou professora de Português e Francês; lecionei durante 28 anos. Participo de concursos literários, sou atriz de Teatro, formada pelo Núcleo de Estudos Teatrais (NET), de Belo Horizonte. 

2.       Quando descobriu sua “vocação” para a literatura?
Escrevo desde os onze anos, as palavras me fascinam! Escrevo em português e francês. 

3.       Fale um pouco sobre seus livros.

Meu primeiro livro de poesias FIO POR FIO foi publicado em 14-3-2016. Preparo outro de poesias em português e outro de poesias em francês. Preparo também um livro infantil. 




4.       Existe algum que seja o preferido? Por que?
FIO POR FIO terá um lugar especial! 

5.       Você baseia seus textos em fatos da vida real, ou são mera ficção?
Geralmente em fatos da vida real.

6.      Queria saber sobre sua experiência com editoras, caso publique por elas, ou então se realiza produção independente. Quais as dificuldades encontradas?
Produção independente. Editora Getsemani. Dificuldade de divulgação e comercialização dos livros. 

 7.      Nas entrevistas e bate-papos que acompanhamos pela internet, verificamos que existe uma preocupação muito grande com a revisão. Há livros sendo publicados sem revisão de espécie alguma, nem a técnica (própria da editora) nem a ortográfica/gramatical. O que você pode nos dizer a respeito? No seu caso particular, você contrata um(a) revisor(a)? Ou a editora se encarrega disso?
Na Editora Getsemani há trabalho de revisão. Eu também sou revisora. 

 8.      Outro ponto chave para os novos autores é a divulgação de suas obras. Pode nos dizer de sua experiência a respeito?
 Pertencer à Liga de Autores Mineiros facilita a divulgação do meu livro FIO POR FIO. 

9.     Algo que muito me espanta são os comentários depreciativos sobre a literatura brasileira contemporânea. É comum ouvir-se algo do tipo “não gosto, não leio autores nacionais”. Em seu entendimento o que explicaria tal tipo de comentário?
A literatura brasileira contemporânea possui importantes nomes. Clarice Lispector; Guimarães Rosa; meus colegas da Liga de Autores Mineiros enobrecem a nossa Literatura. 
A influência da literatura de língua inglesa é muito grande. Os filmes ingleses e/ou  norte-americanos conquistam o público, que procura nos livros/fonte a continuação do seu deleite.

 10.  A partir de sua experiência pessoal, o que poderia dizer para aqueles e aquelas que pretendem publicar livros?
Publicar livros é um prazer , pois o autor/a autora  espera partilhar com os seus leitores a emoção que o/a levou a elaborá-los e lhes dar vida. 

Relações abusivas são tema de romances escritos por mulheres



Livros serão lançados em evento dia 27 de março, em Pinheiros, São Paulo

A Editora Feminas lança dois romances que tratam de relações abusivas: “Martina”, de Vivian Retz Lucci, e “Abusada”, de Sonia Nabarrete, no próximo dia 27 de março. No evento, a jornalista e escritora Nanete Neves vai mediar a conversa com as duas autoras no Eugênia Bar e Café, em Pinheiros, São Paulo, das 19h às 23h.

“Martina”, livro de estreia de Vivian Retz Lucci, conta a história de uma publicitária que chega a São Paulo para trabalhar em uma grande agência. Ela chama a atenção de um homem misterioso que a convida para fazer um freelancer. Conforme tenta desenvolver os dois projetos, Martina se depara com mulheres em situação de vulnerabilidade e tem seu nome envolvido em um crime. A história, que se passa nos anos 2000, tem como pano de fundo a relação de poder entre homens e mulheres.



“Abusada”, primeiro romance de Sonia Nabarrete, autora também da novela Eretos e de Contos Safadinhos, contempla dois momentos da protagonista Regininha, nascida na década de 50 em uma cidade fictícia da Grande São Paulo. Ela abusa viver plenamente sua sexualidade em tempos de “sexo, drogas e rock and roll”, mas isso não impede que se envolva em uma relação abusiva. Como nas publicações anteriores, o livro tem erotismo, sob o ponto de vista feminino e feminista.

Cada uma a seu estilo, Vivian Retz Lucci e Sonia Nabarrete expõem um problema que atinge tantas mulheres em diferentes épocas: as relações abusivas em que elas são vítimas de todo tipo de violência.
A Editora Feminas tem a proposta de dar visibilidade a mulheres, não só às escritoras, mas a todas as profissionais envolvidas no processo editorial. Abusada sairá pelo selo Anitas, de autoras já publicadas, e Martina pelo selo Celinas, de autoras estreantes. A editora mantém ainda o selo Dandara, exclusivo para autoras negras.

Serviço
Evento: Lançamento dos romances Abusada, de Sonia Nabarrete, e Martina, de Vivian Retz Lucci, e conversa com as autoras, mediada pela escritora e jornalista Nanete Neves.
Quando: dia 27 de março, das 19h às 23h.
Onde: Eugênia Bar e Café - R. Cônego Eugênio Leite, 953 - Pinheiros, São Paulo - SP, 05414-010, próximo ao metrô Clínicas.
Entrada franca
Preço dos livros: Abusada (168 páginas), R$38,00, e Martina- (248 páginas). R$45,00 Aceita-se todos os cartões de crédito.

Lei Municipal de Incentivo à Cultura 2020 - inscrições abertas



Literatura mineira: trezentos anos



Jacyntho Lins Brandão (Org.)
BDMG Cultural
2020

Em “Literatura mineira: trezentos anos”, o leitor encontra muito mais do que a história das diversas literaturas de Minas. É um livro para nos havermos com palavras, versos, prosas, histórias e linguagem. A imaginação literária e as palavras são antídotos contra a intolerância e também lugares de encontro com o outro, com a memória e com a construção de um imaginário coletivo de futuro. Por tudo isso, são o sentimento do mundo.
Fiquei muito honrado com a menção a meu nome nesta verdadeira enciclopédia da literatura mineira.




quarta-feira, 11 de março de 2020

Entrevista - Francine Rodrigues

A partir de hoje publicarei entrevistas com os autores e autoras da Liga de autores mineiros. A primeira entrevistada é Francine Rodrigues.




1.       Fale um pouco sobre sua trajetória de vida antes de se dedicar à literatura.

Desde pequena sempre gostei de ler e imaginar histórias. Era uma garota introspectiva, mas que sempre pensava muito sobre tudo.
Aos 11 anos durante um projeto escolar da 4ª série, a poesia me chamou a atenção e naquela época comecei a colecionar num caderno recortes de poemas, poesias e gravuras que significavam algo para mim. Aos 15 anos comecei a escrever, em forma de críticas e crônicas sobre os conflitos da adolescência. Tinha muita vontade de cantar e tocar e foi através da música que flertei com a poesia. Já adulta, permaneci escrevendo e guardando tudo sem mostrar para ninguém. Em 2016 durante o estágio na Procuradoria do município entrei num concurso literário com uma poesia e fui selecionada para ser publicada na antologia Concurso Nacional Novos Poetas da Vivara Editora Nacional e a partir daí não parei mais de escrever poemas até que em 2018 publiquei meu primeiro livro, Veros Versos. Formei ainda naquele ano na faculdade de direito e decidi seguir carreira como escritora. Agora em maio de 2020 lanço meu segundo livro, Versos Tortos, mas nos últimos 4 anos participei de várias antologias. 


 2.       Quando descobriu sua “vocação” para a literatura?

quando entrei no concurso literário Concurso Nacional Novos Poetas e fui selecionada para estar na antologia poética de 2016

3.       Fale um pouco sobre seus livros.




Meus livros solo são de poemas, poesias e reflexões.
Veros Versos o primeiro, é simples, objetivo, romântico, saudosista, otimista.
Versos Tortos, o segundo, é mais intimista, revela meus inconformismos, meus dilemas, minhas dores.
Ambos fazem homenagens, chamam a atenção das pessoas para a carência de afeto na tratativa das pessoas umas com as outras no dia a dia.
Pretendo fechar esta trilogia de poesia com um terceiro livro de poemas eróticos.

4.       Existe algum que seja o preferido? Por que?

Amo todos os projetos igualmente, pois foram escritos com o mesmo objetivo, levar mais sensibilidade para as pessoas, em forma de poesia.

5.       Você baseia seus textos em fatos da vida real, ou são mera ficção?

Diria que um misto dos dois. Há muito de mim neles, e essa essência é muito real, porém, no mundo dos pensamentos tudo é possível, então há muito do que eu gostaria também que acontecesse, ou seja, ficção em forma de projeção, ideais.

6.      Queria saber sobre sua experiência com editoras, caso publique por elas, ou então se realiza produção independente. Quais as dificuldades encontradas?

Bom, minhas experiências são ambíguas, pois, quando lancei o primeiro livro, era inexperiente, não fazia ideia do mercado editorial, de como era a produção de um livro até ser impresso.
Penei nas mãos desta editora, que não cumpriu prazos, foi imatura na tratativa. Já na produção deste segundo livro, a experiência foi a melhor possível. Eu não criei expectativa, pois estava calejada, ainda mais porque o projeto resultou de um concurso literário que participei e ganhei em dezembro de 2019. A Lesto Editora me surpreendeu positivamente. 
Tenho vontade de realizar produções independentes, e acredito que as principais dificuldades estão ligadas a encontrar bons preços, profissionais que apostem na obra, que queiram mais que receber o pagamento.

7.      Nas entrevistas e bate-papos que acompanhamos pela internet, verificamos que existe uma preocupação muito grande com a revisão. Há livros sendo publicados sem revisão de espécie alguma, nem a técnica (própria da editora) nem a ortográfica/gramatical. O que você pode nos dizer a respeito? No seu caso particular, você contrata um(a) revisor(a)? Ou a editora se encarrega disso?

Minha opinião é a de que há casos onde o talento e licença poética, superam as técnicas, porém, acho importante a atuação destes profissionais na cadeia de produção de um livro, desde que não interfiram na essência do autor, da obra. No meu caso, sempre as editoras foram as responsáveis pela revisão. 

8.      Outro ponto chave para os novos autores é a divulgação de suas obras. Pode nos dizer de sua experiência a respeito?

Antes mesmo de publicar o primeiro livro eu já tinha as redes sociais para divulgar minhas pílulas poéticas e fotografias, acho fundamental uma boa divulgação e em tempos tecnológicos, a internet é a maior aliada. Minha experiência com a primeira editora não foi boa, já com a segunda espero que seja diferente, e vou só vou saber a partir de abril quando os livros forem enviados. Como escritores, precisamos de estratégias para divulgar nosso trabalho, que sejam chamativas, e façam as pessoas se interessarem em saber mais sobre nós e nossas obras. Eu uso e abuso da tecnologia.

9.     Algo que muito me espanta são os comentários depreciativos sobre a literatura brasileira contemporânea. É comum ouvir-se algo do tipo “não gosto, não leio autores nacionais”. Em seu entendimento o que explicaria tal tipo de comentário?

Vejo que tal fato se explica na própria cultura do nosso país, já que as artes não são uma prioridade, e as pessoas não vêem a escola como uma experiência rica e revolucionária, mas sim para cumprir o currículo e arrumar um emprego, outras coisas que preencham seu ego fútil e vazio.
Esta carência no ensino da importância da cultura e educação como um todo geram pessoas preguiçosas para leitura, e estas pessoas são as mesmas que buscam o alívio de suas frustrações no abuso dos celulares e redes sociais, seria um tipo de alienação, explicada pela cultura do país. Temos autores nacionais contemporâneos maravilhosos, com lindas obras, porém, vivemos uma recessão cultural.

 10.  A partir de sua experiência pessoal, o que poderia dizer para aqueles e aquelas que pretendem publicar livros?

Eu diria para o fazer por vocação, para dar vazão ao talento, sem expectativas de retorno financeiro ou fama, pois estes são consequência de vários fatores somados, e nem sempre a fórmula se aplica a todo mundo.
Eu diria também que até a publicação muita coisa vem antes e todos os passos da cadeia de produção são igualmente importantes. Então, muita calma, pesquisa.


  FRANCINE RODRIGUE​S - (31) 98206-6522
www.francinerodrigues.tambemescrevo.com