A partir de hoje publicarei entrevistas com os autores e autoras da Liga de autores mineiros. A primeira entrevistada é Francine Rodrigues.
1. Fale
um pouco sobre sua trajetória de vida antes de se dedicar à literatura.
Desde
pequena sempre gostei de ler e imaginar histórias. Era uma garota
introspectiva, mas que sempre pensava muito sobre tudo.
Aos 11
anos durante um projeto escolar da 4ª série, a poesia me chamou a atenção e
naquela época comecei a colecionar num caderno recortes de poemas, poesias e
gravuras que significavam algo para mim. Aos 15 anos comecei a escrever, em
forma de críticas e crônicas sobre os conflitos da adolescência. Tinha muita
vontade de cantar e tocar e foi através da música que flertei com a poesia. Já
adulta, permaneci escrevendo e guardando tudo sem mostrar para ninguém. Em 2016
durante o estágio na Procuradoria do município entrei num concurso literário
com uma poesia e fui selecionada para ser publicada na antologia Concurso
Nacional Novos Poetas da Vivara Editora Nacional e a partir daí não parei mais
de escrever poemas até que em 2018 publiquei meu primeiro livro, Veros Versos.
Formei ainda naquele ano na faculdade de direito e decidi seguir carreira como
escritora. Agora em maio de 2020 lanço meu segundo livro, Versos Tortos, mas
nos últimos 4 anos participei de várias antologias.
2. Quando
descobriu sua “vocação” para a literatura?
quando
entrei no concurso literário Concurso Nacional Novos Poetas e fui selecionada
para estar na antologia poética de 2016
3. Fale
um pouco sobre seus livros.
Meus
livros solo são de poemas, poesias e reflexões.
Veros
Versos o primeiro, é simples, objetivo, romântico, saudosista, otimista.
Versos Tortos, o segundo, é mais
intimista, revela meus inconformismos, meus dilemas, minhas dores.
Ambos fazem homenagens, chamam a atenção das pessoas para a carência de afeto na tratativa das pessoas umas com
as outras no dia a dia.
Pretendo fechar esta trilogia de
poesia com um terceiro livro de poemas eróticos.
4. Existe
algum que seja o preferido? Por que?
Amo
todos os projetos igualmente, pois foram escritos com o mesmo objetivo, levar
mais sensibilidade para as pessoas, em forma de poesia.
5. Você
baseia seus textos em fatos da vida real, ou são mera ficção?
Diria
que um misto dos dois. Há muito de mim neles, e essa essência é muito real,
porém, no mundo dos pensamentos tudo é possível, então há muito do que eu
gostaria também que acontecesse, ou seja, ficção em forma de projeção, ideais.
6. Queria
saber sobre sua experiência com editoras, caso publique por elas, ou então se
realiza produção independente. Quais as dificuldades encontradas?
Bom, minhas experiências são ambíguas,
pois, quando lancei o primeiro livro, era inexperiente, não fazia ideia do
mercado editorial, de como era a produção de um livro até ser impresso.
Penei nas mãos desta editora, que não
cumpriu prazos, foi imatura na tratativa. Já na produção deste segundo livro, a
experiência foi a melhor possível. Eu não criei expectativa, pois estava
calejada, ainda mais porque o projeto resultou de um concurso literário que
participei e ganhei em dezembro de 2019. A Lesto Editora me surpreendeu
positivamente.
Tenho vontade de realizar produções
independentes, e acredito que as principais dificuldades estão ligadas a
encontrar bons preços, profissionais que apostem na obra, que queiram mais que
receber o pagamento.
7. Nas
entrevistas e bate-papos que acompanhamos pela internet, verificamos que existe
uma preocupação muito grande com a revisão. Há livros sendo publicados sem
revisão de espécie alguma, nem a técnica (própria da editora) nem a
ortográfica/gramatical. O que você pode nos dizer a respeito? No seu caso
particular, você contrata um(a) revisor(a)? Ou a editora se encarrega disso?
Minha
opinião é a de que há casos onde o talento e licença poética, superam as
técnicas, porém, acho importante a atuação destes profissionais na cadeia de
produção de um livro, desde que não interfiram na essência do autor, da obra.
No meu caso, sempre as editoras foram as responsáveis pela revisão.
8. Outro
ponto chave para os novos autores é a divulgação de suas obras. Pode nos dizer
de sua experiência a respeito?
Antes
mesmo de publicar o primeiro livro eu já tinha as redes sociais para divulgar
minhas pílulas poéticas e fotografias, acho fundamental uma boa divulgação e em
tempos tecnológicos, a internet é a maior aliada. Minha experiência com a
primeira editora não foi boa, já com a segunda espero que seja diferente, e vou
só vou saber a partir de abril quando os livros forem enviados. Como
escritores, precisamos de estratégias para divulgar nosso trabalho, que sejam
chamativas, e façam as pessoas se interessarem em saber mais sobre nós e nossas
obras. Eu uso e abuso da tecnologia.
9. Algo
que muito me espanta são os comentários depreciativos sobre a literatura
brasileira contemporânea. É comum ouvir-se algo do tipo “não gosto, não leio
autores nacionais”. Em seu entendimento o que explicaria tal tipo de
comentário?
Vejo que tal fato se explica na
própria cultura do nosso país, já que as artes não são uma prioridade, e as
pessoas não vêem a escola como uma experiência rica e revolucionária, mas sim
para cumprir o currículo e arrumar um emprego, outras coisas que preencham seu
ego fútil e vazio.
Esta carência no ensino da
importância da cultura e educação como um todo geram pessoas preguiçosas para
leitura, e estas pessoas são as mesmas que buscam o alívio de suas frustrações
no abuso dos celulares e redes sociais, seria um tipo de alienação, explicada
pela cultura do país. Temos autores nacionais contemporâneos maravilhosos, com
lindas obras, porém, vivemos uma recessão cultural.
10. A
partir de sua experiência pessoal, o que poderia dizer para aqueles e aquelas
que pretendem publicar livros?
Eu
diria para o fazer por vocação, para dar vazão ao talento, sem expectativas de
retorno financeiro ou fama, pois estes são consequência de vários fatores
somados, e nem sempre a fórmula se aplica a todo mundo.
Eu
diria também que até a publicação muita coisa vem antes e todos os passos da
cadeia de produção são igualmente importantes. Então, muita calma, pesquisa.
FRANCINE RODRIGUES - (31) 98206-6522
www.francinerodrigues.tambemescrevo.com
Uma honra participar! Muito obrigada 🙏🏻🌹
ResponderExcluirFrancine, bela reportagem! Gostei muito de sua posição firme e corajosa, muito presente em seus poemas. Parabéns!
ResponderExcluirMuito obrigada 🌹🙋
ExcluirEu estou tendo a felicidade de descobrir os versos da Francine e gostando muito! Parabéns, Francine!
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