No momento em que vivemos tantos conflitos (intra)pessoais decorrentes dos desafios impostos pela sociedade contemporânea, publica-se esta obra de Rodrigo Bro – Cidade de mim –, em que encontramos poemas marcados pelos saudosismo, constituído por uma visão
paradoxalmente leve e tensa em relação ao passado.
O próprio título do livro já
sugere uma temática cujo caminho percorrido volta-se para si mesmo, numa
espécie de introspecção do eu que enuncia. A infância, a vida no campo, a
família, a escola, a fé, a religiosidade, o caminhar pela vida são alguns dos
temas que permeiam os versos do autor.
Todos os poemas revelam uma intensa
carga de lirismo, explicitada pela harmonia da linguagem, que se configura em
versos sonoros, que aumenta a carga de subjetividade, revelando as profundezas
de um eu que enuncia, levando o leitor não só a interagir com os poemas, mas
permite-lhe viajar ao passado, ao mesmo tempo distante e próximo. As metáforas,
os jogos de linguagem dão maior sensibilidade a cada verso que constitui a
obra. É a voz de um verdadeiro menino-poeta, que havia a casa-poema, sentindo a
terra, o ar, a água, o fogo da existência humana. [Por Sandro
Luís]
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