Há muito tinha solicitado esta entrevista com Patricia, escritora que conheci na Bienal de Brasilia e cuja obra "Mariposa" devorei em poucos dias após. Ela me enrolou um tempo, mas totalmente perdoável, porque estava às voltas com a publicação de seu segundo grande livro, que agora já está disponível: "Mulher com brânquias".
Com vocês, Patricia Baikal:
1. Fale um pouco sobre sua trajetória de vida, antes de se dedicar à literatura.
Sou aquariana, nascida em 13 de fevereiro em Campo Grande/Mato Grosso do Sul em 13 de fevereiro. Fui criada em Uberlândia, onde me graduei em Direito, e hoje moro em Brasília. Adoro passar o tempo no campo, assistindo a filmes e séries e me arriscando na pintura a óleo de vez em quando.
2. Quando descobriu sua “vocação” para escrever?
Desde
criança, gostei de escrever diários. Com o tempo, fui fazendo contos,
novelas, até começar a escrever o suspense Mariposa em 2013. Foram 2
anos de escrita, até publicá-lo em 2015.
3. Fale um pouco sobre os livros que já publicou.
"Mariposa"
foi meu livro de estreia. A história se passa em 2020, em Brasília, e
gira em torno de uma mulher, de codinome Mariposa, que ajuda um senador a
desvendar crimes de corrupção no Senado Federal. A trama conta com
elementos de realismo fantástico, levando o leitor a cenas reais e
também sobrenaturais.
"Mulher
com brânquias" é meu segundo suspense, lançado recentemente, em 2 de
outubro. Como meu primeiro livro, este também se divide entre o real e o
mágico. A protagonista é Rita, professora universitária, que começa a
ter visões de uma realidade paralela, como se estivesse o tempo todo
debaixo d'água. Em
casa, no trabalho ou na rua, ela se vê rodeada por seres aquáticos e
especialmente pelo grande peixe, uma criatura fantasmagórica que a
persegue, mas que ninguém mais enxerga. Como se não bastasse, sua pele é
tomada por escamas aos poucos e brânquias surgem em seu corpo. Isso
pode significar o início ou o fim de uma jornada.
4. Existe um que você gosta mais? Por que?
Gosto muito dos dois ;)
5. Comente sobre sua experiência com editoras. Ou você é adepta de produção independente?
Ter uma
boa editora é o sonho de qualquer escritor, por isso, sempre observo o
mercado editorial e as oportunidades. Hoje sou autora independente. Já
estive numa editora pequena, mas a experiência não foi legal. Se uma
grande editora se interessasse pelos meus trabalhos, certamente eu
analisaria com carinho.
6. Nas
entrevistas e bate-papos que acompanhamos pela internet, verificamos
que existe uma preocupação muito grande com a revisão. Há livros sendo
publicados sem revisão de espécie alguma, nem a técnica (própria da
editora) nem a ortográfica/gramatical. O que você pode nos dizer a
respeito? No seu caso particular, você contrata um(a) revisor(a)? Ou a
editora se encarrega disso?
A
revisão é muito importante para o livro e, quando malfeita, pode levar a
história a um verdadeiro desastre. Eu reviso dezenas de vezes meus
livro e os revisores são contratados por mim.
7. Outro ponto chave para os novos autores é a divulgação de suas obras. Pode nos dizer de sua experiência a respeito?
A
publicidade em mídias sociais é uma ferramenta que impulsiona a venda
dos livros. Por isso, uso bastante o Instagram e o Facebook. A parceria
com blogs literário é outra ação que ajuda o escritor nacional a levar a
sua obra para os leitores.
8. Bienais e feiras de livros – são importantes para os novos autores?
Muito! Principalmente o contato com outros escritores, a troca de experiência, o crescimento da rede de contatos do autor.
9. Ouvem-se
muitos comentários depreciativos sobre a literatura brasileira
contemporânea. É comum ouvir-se algo do tipo “não gosto, não leio
autores nacionais”. Em seu entendimento o que explicaria tal tipo de
assertiva?
O
desconhecimento da existência de bons autores nacionais leva muita
gente a pensar dessa forma. Mas esse pensamento está mudando. Vejo, cada
vez mais, a literatura nacional crescer.
10. A partir de sua experiência pessoal, o que poderia dizer para aqueles e aquelas que pretendem publicar livros?
Persista!
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