Fiquei sabendo da premiação pelo argentino Pagina12, que publicou neste domingo reportagem e entrevista com o poeta e reproduziu seu discurso na ocasião do recebimento do Prêmio.
Figura importantíssima das letras brasileiras, Augusto de Campos, junto com seu irmão Haroldo e o também poeta, professor e ensaísta Décio Pignaratti fizeram a cabeça da mesma geração de Gil e Caetano.
Augusto continua produzindo aos 87 anos e, sempre crítico, na contramão das mesmices e sem medo de dizer o que pensa.
Segundo o poeta, um dos motivos de seu "esquecimento" no Brasil foi seu posicionamento contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
O intelectual no Brasil ainda é "um pobre diabo", como afirmou Oswald de Andrade. É o Brasil, "o país com a cabeça para baixo", de que falava Tom Jobim. Qualquer reconhecimento inteligente é criminoso, e o poeta, culpado.
"A burrice está na mesa", já dizia Tom Zé, em tempos melhores. Adicione a isso a perseguição política. Eu me tornei "persona non grata" dos jornais desde que ousei protestar contra o glorioso impeachment da presidente Dilma, uma variante civil do golpe de 1964, que, como então, os grandes meios apoiaram, agitando o verdeamarelismo abobado da "lumpenosa" família paulista.
Mas eu avisei, termine como termine, sobre o que está acontecendo. Nossa democracia desmoralizada, a perspectiva de eleições fraudulentas e o retorno à milicocracia. Inquisidores com super salários politizando a justiça, desmoralizando-se e terminando por descaracterizar o que seria uma luta contra a corrupção, e que está se transformando numa corrida persecutória contra a esquerda brasileira.
Leia a reportagem completa e a entrevista no Pagina12.
(fonte: https://blogdomello.blogspot.com.br/2018/02/augusto-de-campos-poeta-brasileiro-ganha-nobel-de-poesia.html)
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