quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Pânico no subúrbio, de Estevão de Sousa


“Pânico no Subúrbio”, relata a atividade de uma poderosa igreja oriunda de um país africano em que, alguns dos elementos da sua cúpula se servem da organização para, a coberto da mesma, praticarem crimes horrendos, como assassinatos e tráfico de órgãos, para vários continentes.
Será que a sua atividade é descoberta, sendo por isso exemplarmente castigados?
Ou, terão imunidade a impedir o castigo?
Só lendo conseguirá responder, mas para já, o autor adverte: se for muito impressionável, não leia!

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Excerto do livro                     
Naquele Agosto vivia-se um verão atípico. Tão depressa estava um calor tórrido, com o termómetro atingindo os trinta e cinco graus celsius, como no dia seguinte, já tínhamos temperaturas da ordem dos vinte e dois graus.

Os mais antigos, diziam, nunca terem visto uma coisa assim! Havia até, aqueles mais pessimistas, que iam dizendo, estar próximo o fim do mundo. A estes, respondia eu, rindo:
- O mundo vai acabando, todos os dias, para aqueles que da lei da morte se vão libertando, como diria o poeta!

Naquela sexta-feira, treze, estava sentado, num banco, no meu jardim, meditando sobre as alterações climatéricas e as suas origens, quando o relógio, da torre da igreja, da Vila, bateu as doze badaladas da meia-noite. Desperto das minhas lucubrações, monologuei:

- Eia pá! Já tão tarde? Nem dei pelo tempo passar!

Levantava-me, disposto a entrar em casa, quando repentinamente a noite, à minha frente, se transformou em dia, pela ação de um relâmpago que tudo iluminou, mostrando, quais fantasmas altaneiros, as centenas de eucaliptos ali existentes! Pareciam diabos, saídos da noite negra, para me agarrarem!

Imediatamente, sem que tivesse tempo de fechar a boca, aberta de espanto, seguiu-se o ribombar de um potente trovão que, fazendo estremecer tudo o que se encontrava junto a mim, fez também com que, deixasse cair a chávena do café, acabado de tomar, que conservava na mão. 

No meio de muita estupefação e alguma atrapalhação, pretendia apanhar os cacos da chávena, quando me pareceu ouvir um grito estridente, proferido por voz feminina, vindo do eucaliptal existente do outro lado da estrada, defronte da casa onde moro. Fiquei meio apavorado! A sensação de surpresa tida com o raio, o susto provocado pelo trovão, e agora aquele grito!... Era um pouco demais para a minha provecta idade! Até porque, sempre aquela mole de eucaliptos, - que à luz do relâmpago se me apresentavam com contornos fantasmagóricos, - me havia causado algum pavor e muita curiosidade.

“O que será que, se encontra bem no interior do espaço onde existe o eucaliptal?”, Perguntava-me eu, bastas vezes, sem encontrar resposta. “Não há dúvida que aquele arvoredo tão fechado, quase impenetrável, é algo que me causa desconforto! Aqui tão perto, mas ao mesmo tempo tão misterioso!” Voltava eu a meditar!

Ao pensar nisto, vinha-me novamente à ideia o grito ouvido!...

“Mas, seria que tinha ouvido mesmo um grito? Ou, tudo não passou de uma grande confusão provocada por todas as emoções, por que passei naqueles momentos?” Matutava, desconfiado!

Nisto, ouvi a voz da minha mulher, vinda lá de dentro, perguntando-me se não me ia deitar.


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