Apresento hoje aos amigos e
amigas deste blog mais uma mineira. E poeta.
Isso é redundância? Estou
começando a acreditar que sim.
Nascida em Belo Horizonte, Carla
Andrade Bonifácio Gomes é jornalista e, atualmente, reside em Brasília. Suas
poesias figuram em antologias e já foram premiadas. Inquieta e
arteira, morou um tempo na Califórnia, onde tentou aprender até a surfar e
falar inglês fluente. Herdou um grande
talento da tradicional família mineira: a arte de boiar e atravessar pinguelas.
E tem três livros publicados: “Conjugação
de Pingos de Chuva” foi publicado em 2007 pela Editora LGE.
“Artesanato de Perguntas”, já em
segunda edição, publicada em 2013 pela Editora 7Letras.
E, em 2014, publicou “Voltagem”,
também pela 7Letras.
Para conhecê-la, nada melhor que
ler o que ela escreveu de si própria.
“Não quero ser entendida, quero ser sentida”
“Eu não consigo ser rasa. Sou intensa. E ser poeta é isso, não ficar no raso. A poesia me dá a profundidade que eu preciso para viver”
“Poeta é poeta o tempo todo, não é uma profissão”
“Escrever poesia é como eu consigo ver o mundo”
E quem já a apreciou:
“Carla Andrade pisa firme no chão
da poesia, levitando. Quanto mais leio, mais gosto de seu rebuliço
linguageiro. Mais me surpreende a fala crisálida, a habilidade com que
desmonta e recria o seu sentido. / Os primeiros passos desta poeta mineira
mostram que ela não joga com palavras à deriva. Antes, sai pulando marés e
amarelinhas, voando pelos vendavais e abismos de um universo muito próprio,
dona de asas e enlevos. / No desregramento com que ela tece os versos, há um
lirismo enigmático provocando as pertinências. Vai deslocando as palavras,
bricolando os sentidos (de quem a lê), divertida no jogo da poética, sábia e
indiferente no que traduz da vida.” ANGÉLICA TORRES
Gostaram da apresentação? E que
tal uma degustação?
ESCORPIÃO
Tirou toda a minha poesia. Só não tirou a minha roupa.
…
WAZE
Em cinco segundos, vire à direita. Lugar desconhecido. Do meu corpo.
SEU LADO DA CAMA
Com o tempo tudo foi substituído no seu tempo. Acho pouco: o tempo. A casa é a mesma o sangue nos meus ossos também. Mas a varanda não tem você fumando (você ainda fuma?) mais comigo. Levaram anos para suas cinzas não se confundirem com as minhas. Achei que as cinzas não seguiam o tempo. Ainda fico na varanda no seu tempo, as músicas são as mesmas. Não se fazem mais músicos como antes (as pessoas dizem, eu também. nem consigo dizer). Dizem que penso em você quando olho as plantas crescendo. Eu gaguejo: não quero que essa noite comigo termine nunca.
Puro deleite,essa degustação. Poeta,artesã das palavras.
ResponderExcluirParabéns,Carla. Li um cadinho,mas apreciei por demais! !