Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Graduada,
mestre e doutora em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo,
com especialização em psicodrama e orientação profissional, Christiane Isabelle Couve de Murville dedicou
a sua carreira ao atendimento psicológico individual e grupal de
crianças, jovens e adultos, oferecendo oficinas de teatro espontâneo em
contextos variados.
Também
é bacharel em Ciência da Computação pela USP e sua dissertação de
mestrado foi publicada pela editora Casa do Psicólogo. Morou sempre no
Brasil, apesar da dupla nacionalidade, brasileira e francesa. Publicou a
trilogia “A Caverna Cristalina” e a novela “A vida como ela é”, em
português e francês, além de livros e artigos acadêmicos. Tem
experiência artística em escultura, desenho, pintura, cerâmica e faz as
ilustrações de seus livros.
“De
forma lúdica e divertida, proponho ver a vida de um modo diferente,
considerando a eventual possibilidade de o mundo não ser apenas o que
captamos com nossos cinco sentidos habituais e convidando o leitor a
imaginar planos vibracionais ou dimensões mais sutis compondo a
realidade.”
Boa leitura!
Escritora
Christiane de Murville, muito nos honra com a sua participação na
revista Divulga Escritor. Conte-nos o que a motivou a escrever o romance
“Até quando”?
Chirstiane de Murville - O
que me motiva a escrever é a vontade de compartilhar algumas ideias e
reflexões que considero interessantes e capazes de ampliar horizontes,
inspirando as pessoas a buscarem realidades mais alegres, leves e
luminosas para todos.
Composto de dois volumes, “Até quando? O Vai e vem” volume 1, já é sucesso internacional. Apresente-nos a obra.
Chirstiane de Murville - Quantas
vezes repetimos situações já experimentadas, voltamos a visitar locais
bem conhecidos, descobrimos parentes novos ou cruzamos com gente que não
lembramos ao certo quando e onde já encontramos? Quem nunca caiu em
esquemas de pensamentos repetitivos ou em algum registro emocional capaz
de o aprisionar em alguma realidade particular? Este romance ficcional
conta a aventura de João e de sua família, quando passam exaustivamente
por inúmeras dessas situações em suas experiências na Terra, vivendo ora
momentos de grande alegria e prazer, ora de extremo sofrimento e
decepção, visitando tanto cenários infernais como paradisíacos. Mas até
quando continuarão eles reeditando inúmeras experiências já vividas,
repetindo comportamentos eventualmente pouco saudáveis, retornando a
lugares já bem conhecidos e oscilando de humor? Em seu íntimo, cada qual
quer provar o seu valor, mostrar a todos e convencer a si mesmo de que é
uma pessoa honrada e virtuosa.
Qual o momento, enquanto escrevia o enredo, que mais a marcou?
Chirstiane de Murville - Um
momento que considero marcante é quando João morre e, a seguir, se
percebe em seu armazém de memórias, onde ele encontra registros de tudo
que fez ou não, das confusões nas quais se envolveu, mas também de quem
ele é de verdade, de seu potencial. Ele sente que precisa retornar à
Terra para esclarecer equívocos e ajeitar situações que ficaram mal
resolvidas. Necessita projetar novos episódios em sua vida e reeditar
outros já vividos, até conseguir sentir-se satisfeito consigo mesmo, com
o coração tranquilo e a consciência apaziguada, tendo realizado seu
potencial de vida. No entanto, estariam João e sua família presos em
projeções pessoais? Como fazer, então, para encontrarem a liberdade,
para se livrarem de padrões repetitivos, formatações e condicionamentos
diversos criados por eles mesmos e o coletivo no qual todos estão
mergulhados?
Em que momento você chegou à conclusão que o romance seria composto de dois volumes?
Chirstiane de Murville - Entendi
que a obra deveria ser apresentada em dois volumes quando observei que a
história que estava escrevendo compunha-se de duas partes bem
diferentes uma da outra. A primeira explora diversas situações,
sensações e cenários que João encontra no mundo, descrevendo algumas de
suas idas e vindas entre a Terra e seu salão mnêmico, sem no entanto que
ele tenha clareza do que realmente lhe acontece. Já na segunda parte,
João começa a se perguntar sobre o mundo que o rodeia e decide se
libertar do esquema repetitivo no qual se percebe aprisionado.
Quais critérios foram utilizados para escolha do Título?
Chirstiane de Murville - O
título surgiu naturalmente como uma decorrência da história, pois
remete diretamente ao que acontece com João e sua família em suas idas e
vindas entre seus armazéns mnêmicos e o plano de manifestação no mundo
terreno.
Qual a mensagem que deseja transmitir ao leitor, por meio do enredo que compõe esta obra literária?
Chirstiane de Murville - De
forma lúdica e divertida, proponho ver a vida de um modo diferente,
considerando a eventual possibilidade de o mundo não ser apenas o que
captamos com nossos cinco sentidos habituais e convidando o leitor a
imaginar planos vibracionais ou dimensões mais sutis compondo a
realidade. Depois de ler o “Até quando? O vai e vem”, uma blogueira
literária parceira disse que ficou imaginando e se perguntando se a vida
poderia ser mesmo assim, com diversas experiências terrenas acontecendo
no tempo e cada qual tentando realizar seu potencial de vida e arrumar
eventuais erros cometidos no passado, até se sentir em paz, com o
coração leve e a consciência tranquila.
O que vamos encontrar no volume dois de “Até quando?”?
Chirstiane de Murville - No
volume dois, João percebeque a turma que ele encontra em suas inúmeras
aventuras terrenasé sempre a mesma. Ele começa a ter vislumbres de
experiências antigas, pois o efeito das águas do esquecimento que ele
teve que sistematicamente tomar para acalmar suas lembranças incômodas
começa a se diluir. João desconfia que ele e sua família estão presos em
esquemas emocionais e padrões de comportamentos e pensamentos
repetitivos que contribuem para a formatação do mundo que ele encontra à
sua volta. Mas ele quer se libertar dos condicionamentos e das
formatações diversas que o mantém enroscado nesse vai e vem
aparentemente interminável.
Christiane,
você é bem participativa em eventos, recentemente, participou de feiras
internacionais, quais foram as recentes participações?
Chirstiane de Murville - Estive
recentemente na França, apresentando os meus livros no Instituto
Cultural Franco Brasileiro Alter´Brasilis, em Paris. Depois fui à Suíça,
onde participei do Salon du Livre et de la Presse de Genève, no stand
da Cultive Art Littérature et Solidarité. Também ofereci uma palestra no
Lyceum Club Internacional de Genève sobre as «Maravilhas da Chapada
Diamantina» e a trilogia “A Caverna Cristalina” que acontece nessa
região.
Como vem sendo a receptividade do autor brasileiro nestes eventos?
Chirstiane de Murville - O
leitor europeu tem interesse por obras de autores estrangeiros e por
tudo que se relaciona ao Brasil e à cultura brasileira. A trilogia “A
Caverna Cristalina” chamava especialmente a atenção das pessoas, não
apenas pela suatrama que entrelaça passado, presente e futuro, mas
também pela sua ambientação na Chapada Diamantina, retomando as lendas e
crenças locais e a história da região, desde o apogeu da mineração do
ouro e dos diamantes até os dias de hoje. Até saiu uma nota sobre meus
livros na página de cultura do jornal “Le DauphinéLibéré” do dia 5 de
maio e fui convidada a participar de uma entrevista na RFI, Rádio França
internacional, com o jornalista Élcio Ramalho. Também fiquei muito
contente com o apoio recebido por autoridades locais como, por exemplo, a
Embaixada Brasileira em Paris, que divulgou o evento no Alter`Brasilis,
e a consulesa do Brasil em Genebra que veio pessoalmente prestigiar a
presença de diversos autores brasileiros na feira de livros em Genebra.
Conte-nos, sobre o lançamento do livro no Brasil, onde será, horas, local.
Chirstiane de Murville - Haverá
uma tarde de autógrafos e de lançamento do “Até quando? O vai e vem” no
sábado dia 26 de maio, das 15h às 18h, na Livraria Martins Fontes
Paulista, Av. Paulista, 509, em São Paulo.
Quem não puder comparecer ao lançamento, onde poderá comprar o seu livro?
Chirstiane de Murville - Quem
não puder comparecer ao lançamento poderá adquirir o “Até quando? O vai
e vem” e qualquer outro livro meu na Livraria Martins Fontes Paulista
ou no site da editora Chiado.
Pois
bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o
romance “Até quando?” da autora Christiane de Murville. Agradecemos sua
participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos em sua opinião o
que cada leitor pode fazer para ajudar a vencermos os desafios
encontrados no mercado literário brasileiro?
Chirstiane de Murville - Creio
que o leitor deve sempre buscar o que o encanta e o faz se sentir bem,
mais leve e em paz consigo mesmo. Entendo que, quando lemos um livro,
entramos no universo que nos é apresentado pelo autor. Assim como
devemos ser cuidadosos ao escolhermos os alimentos que ingerimos, que
podem contribuir ou não à nossa saúde, da mesma forma é importante
ficarmos atentos ao que escolhemos para alimentar o nosso mundo mental,
ainda mais considerando que, talvez, o que pensamos ou onde colocamos a
nossa atenção influencie poderosamente na realidade que encontramos à
nossa volta.
Agradeço
muitíssimo a oportunidade de participar dessa entrevista e de
apresentar este meu novo livro, o “Até quando? O vai e vem”, aos
leitores da Revista Divulga Escritor.
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