Tenho acompanhado, na medida do possível, a produção
literária recente, principalmente de novos autores e autoras, muitos dos quais
já comentei aqui no blog.
Hoje venho falar um pouco sobre um livro cuja leitura concluí
ontem. E que me causou um impacto muito forte.
A sinopse sintetiza muito bem a história:
“Este livro narra a história de abandono da protagonista
Janete, ‘a monstrinha filha das sombras’, que ‘é parte da chaga exposta aos
olhos de uma sociedade egoísta, que não tem olhos para ver quem vive muito
abaixo da linha da pobreza...’. ‘A menina, incômoda flor nascida nas brechas
das calçadas sem cuidados, é denúncia viva, o mudo brado dos que não têm voz
bem vez’.
Sim, o livro trata daqueles “seres invisíveis” que habitam
as marquises, as calçadas, expostos à violência e desprezo dos “bem nascidos”.
Lendo, a gente se sente como se estivesse ouvindo a voz da pequena Janete, ela
que se torna visível para algumas outras personagens. Desprezada por uns, amada
por outros ela sobrevive. Mas nem ela nem a autora ignoram que a maioria dos
“seres invisíveis” continuará invisível. Ela é uma exceção, tem consciência
disso. Mas não perde a consciência do destino miserável da grande maioria.
É um romance impactante, como afirmei acima. E precisa ser
lido.
Recomendo.
Que venham outros, Jalmelice!
A autora é mineira, natural de Diamantina e residente em BH.
Jornalista, escritora, mestre em Educação. Já publicou o romance Noites Pretas, o livro infanto-juvenil Peixe-amigo-pássaro. É co-autora dos
livros Mulheres de Minas: lutas e
conquistas e O sabor das letras.
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