quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Comentário sobre o livro Voltei Formiga, de Mauro Brandão




Mais um livro de autor mineiro, publicado recentemente. Natural de Caeté, Mauro Brandão é um homem de muitos predicados: formado em Ciências Econômicas, jornalista, escritor, poeta, músico e funcionário público federal. Neste ano tenho visto, no Facebook e no Instagram, o périplo que ele realiza para divulgar sua obra. Escreveu Claraluz e o poeta, Na Solidão do Outro, O soldado errante, Poemistérios do Amor e da Guerra e o livro sobre o qual farei um pequeno comentário: Voltei Formiga.



Confesso que ao adquirir o livro, me veio à mente o “A metamorfose” de Kafka, em que o personagem acorda transformado num inseto que é identificado com uma barata. Pensei que a linha que o Mauro Brandão ia seguir seria alguma coisa no gênero, mas logo percebi que não seria bem assim.

Na verdade, sem querer fornecer um spoiler, trata-se da história de um cidadão que tinha um verdadeiro pavor de formigas e dedicou boa parte de sua vida a exterminá-las, até com requintes de sadismo, de uma crueldade fantástica.

O autor diz, na sinopse, que não está discutindo reencarnação ou alguma tese espiritualista, mas ele vai nos mostrar que, ao morrer, esse personagem volta... em forma de formiga!

E aí somos brindados com uma verdadeira aula sobre o universo de um formigueiro, passando pela rainha, pelas trabalhadoras, pelas guerreiras.

E então ele nos apresenta um paralelo interessante sobre as duas sociedades: a dos humanos e a das formigas.

E tal como sua primeira “encarnação”, a humana, a formiga em que ele se transformou, também tem uma morte violenta, como ele tivera em sua vida humana. E aí... bem, aí não dá pra falar mais sem cair no spoiler, por isso deixo a curiosidade de vocês levá-los a comprar o livro e se deliciar.

É uma leitura prazerosa, curiosa, interessante, didática (no que se refere ao conhecimento da sociedade das formigas), que recomendo com prazer.

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