O autor e eu fomos professores na mesma faculdade, depois
Centro Universitário UNI-BH. Cientista político, era um professor bastante
conceituado e admirado pelos alunos. Posteriormente, veio a se tornar Reitor da
Instituição justo na época em que eu me desliguei da mesma.
Voltamos a nos encontrar virtualmente no Facebook. E fiquei
sabendo que, como eu, ele também estava ingressando no ingrato e ao mesmo tempo
gratificante campo da Literatura. Uma chuva torrencial me impediu de ir à noite
de autógrafos, mas recebi o livro, que li recentemente.
Li? Não! Devorei!
Primeiro porque o contexto histórico em que a ação se
desenvolve coincide com o que apresentei em meus dois romances já publicados. O
período da ditadura militar. Mas, diferente de mim que fiquei preso aos anos 70
e 80, José Ricardo Faleiro Carvalhaes avança até esta segunda década do século
XXI.
A “República dos Papagaios”, onde transitam as personagens
de seu romance é facilmente identificável como o Brasil.
Segundo, porque o autor trabalha sua história em dois tempos
históricos simultaneamente. A cada capítulo em que a ação se desenrola nos anos
60/70, segue-se outro que aborda os tempos mais recentes. E assim vamos
compreendendo a trama e o entrelaçamento entre as personagens que vão surgindo.
Extremamente interessante a maneira como o autor construiu e amarrou seu texto.
E terceiro, porque o final do livro, que não vou revelar,
por óbvio, tem aquele misto de tragédia shakesperiana que também marcou o
capítulo final do meu primeiro romance.
Para quem quer conhecer – de forma até bem crua – a
realidade brasileira nessas últimas cinco décadas, o livro de Faleiro
Carvalhaes se recomenda por si próprio. Leitura indispensável.
E sendo o primeiro
romance do autor, espera-se que outros livros do mesmo quilate nos sejam
apresentados por ele em breve.
Que reencontro bonito: na literatura. Romances históricos. Creio que o fascínio pela escrita literária supera a "ingratidão" de editoras e parcos leitores... Parabéns a você, Ricardo e ao Faleiro.
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