quarta-feira, 13 de junho de 2018

Comentário sobre o livro Os Insensatos, de Faleiro Carvalhaes




O autor e eu fomos professores na mesma faculdade, depois Centro Universitário UNI-BH. Cientista político, era um professor bastante conceituado e admirado pelos alunos. Posteriormente, veio a se tornar Reitor da Instituição justo na época em que eu me desliguei da mesma.

Voltamos a nos encontrar virtualmente no Facebook. E fiquei sabendo que, como eu, ele também estava ingressando no ingrato e ao mesmo tempo gratificante campo da Literatura. Uma chuva torrencial me impediu de ir à noite de autógrafos, mas recebi o livro, que li recentemente.

Li? Não! Devorei!

Primeiro porque o contexto histórico em que a ação se desenvolve coincide com o que apresentei em meus dois romances já publicados. O período da ditadura militar. Mas, diferente de mim que fiquei preso aos anos 70 e 80, José Ricardo Faleiro Carvalhaes avança até esta segunda década do século XXI.

A “República dos Papagaios”, onde transitam as personagens de seu romance é facilmente identificável como o Brasil.

Segundo, porque o autor trabalha sua história em dois tempos históricos simultaneamente. A cada capítulo em que a ação se desenrola nos anos 60/70, segue-se outro que aborda os tempos mais recentes. E assim vamos compreendendo a trama e o entrelaçamento entre as personagens que vão surgindo. Extremamente interessante a maneira como o autor construiu e amarrou seu texto.

E terceiro, porque o final do livro, que não vou revelar, por óbvio, tem aquele misto de tragédia shakesperiana que também marcou o capítulo final do meu primeiro romance.

Para quem quer conhecer – de forma até bem crua – a realidade brasileira nessas últimas cinco décadas, o livro de Faleiro Carvalhaes se recomenda por si próprio. Leitura indispensável. 

E sendo o primeiro romance do autor, espera-se que outros livros do mesmo quilate nos sejam apresentados por ele em breve.

Um comentário:

  1. Que reencontro bonito: na literatura. Romances históricos. Creio que o fascínio pela escrita literária supera a "ingratidão" de editoras e parcos leitores... Parabéns a você, Ricardo e ao Faleiro.

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