Por Cristina Moreno de Castro
Até para ver um filme
inteiro sem interrupção é difícil depois que a gente vira mãe e o filhote ainda
é pequeno, sempre requisitando nossa atenção. Para ler de forma ininterrupta,
então, é quase missão impossível. Mergulhar num livro do início ao fim, parando
apenas para fazer o básico, tipo comer e ir ao banheiro, é uma coisa que eu não
fazia desde a gravidez.
Até me chegar às mãos este
best-seller "A Cidade do Sol", do autor de outro best-seller mundial,
"O caçador de pipas", Khaled Hosseini.
Assim como no livro
anterior, que eu tinha devorado em 2006, mesmo ano em que li "O Encontro
Marcado" (Fernando Sabino), "Nada de novo no front" (Erich Maria
Remarque) e "Ratos e Homens" (John Steinbeck) – ou seja, estava com o
padrão elevado, e ainda assim achei que o texto de Hosseini tinha sido uma das
melhores leituras do ano –, desta vez também fui engolfada para dentro daqueles
cenários de guerra do Afeganistão, passando pelas décadas de 50 até os anos
2000, já com George W. Bush, e tudo o que eu tinha acompanhado atentamente no
noticiário da época.
E constatei o que havia
constatado naquele outro livro: como Hosseini tem delicadeza e sensibilidade
para criar histórias fictícias e ainda assim contar a história real,
entrelaçando uma na outra de uma maneira que nos prende do início ao fim. De
sábado para domingo, percorri as 365 páginas do romance (ajudada pela priminha
mais velha que brincava com o Luiz), apaixonada pela força das protagonistas
Mariam e Laila e chocada pela estupidez que os homens conseguiram perpetrar
impunemente por tantas décadas.
É ficção, acho que a
pretensão não é ser um livro de histórias hiper isento, mas é um texto poderoso
de um afegão que mudou-se para os Estados Unidos em 1980, mas ainda hoje é
ligado à sua terra natal, inclusive tendo sido nomeado embaixador da
Agência das Nações Unidas para Refugiados. Para todos que se interessam por
esse tema de interesse universal, que tem desdobramentos políticos até hoje,
vale a leitura. Ou pelo menos aos que queiram se emocionar com uma boa
história.
A Cidade do Sol
Khaled Hosseini
Tradução de Maria Helena Rouanet
Editora Nova Fronteira, 2007
365 páginas
De R$ 26,70 a R$ 44,90
Khaled Hosseini
Tradução de Maria Helena Rouanet
Editora Nova Fronteira, 2007
365 páginas
De R$ 26,70 a R$ 44,90
Convidativa resenha. Interessante o nº de páginas: 365
ResponderExcluir