quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Escritor angolano Manuel Rui Monteiro lança 'Kalunga'

Africa 21 Digital com Angop
 
Trata-se de um romance que, como os anteriores mas agora com mais intensidade, resgata a humanidade dos seres humanos para além das suas contradições e das relações estruturais, neste caso a contradição entre colonizadores e colonizados.
“Kalunga”, na opinião do crítico Boaventura de Sousa Santos, o prefaciador, é o melhor de todos os romances que o autor já escreveu: “o mais complexo, o mais sedutor, o mais difícil.”
Boaventura de Sousa Santos considera que o autor resgata a humanidade, não só as forças e grandezas como também as fraquezas e misérias.
Manuel Rui nasceu no Huambo a 4 de novembro de 1941.
Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra (Portugal) foi ministro no governo de transição, em 1975,  e integrou a representação de Angola em organismos internacionais como a OUA e a ONU.
É poeta, contista, dramaturgo, romancista e cronista. Escreveu a letra do Hino nacional angolano e letras de canções de Rui Mingas, André Mingas, Paulo de Carvalho, Carlos do Carmo (Portugal), Martinho da Vila e Cláudio Jorge (Brasil) , entre outros. Participou em filmes, como figurante e declamando poemas, mas também escrevendo diálogos.
Do espanhol ao mandarim, os seus livros estão traduzidos em mais de 12 línguas. Publicou, em 1977 “ Sim Camarada”, o primeiro livro de ficção angolana pós-independência. Manuel Rui é também autor do livro “ Quem me dera ser onda”, que conquistou grande destaque na literatura lusófona contemporânea.
Foi ainda redator da Revista Vértice (Portugal), co-autor do suplemento Sintoma, e sócio fundador  da editora Centelha.
Figura incontornável das artes e letras angolanas, ao longo da sua vida manteve estreita colaboração com diversos jornais e revistas, desde os tempos de Coimbra, no triângulo da Língua Portuguesa entre Angola (Jornal de Angola e Diário Luanda, entre outros), Portugal (Público e Jornal de Letras) e Brasil (Terceiro Mundo).
Foi fundador das edições Mar Além, onde se editou a Revista de Cultura e Literatura dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e foi fundador e subscritor da proclamação da União dos Escritores Angolanos (UEA), bem como da União dos Artistas e Compositores Angolanos e da Sociedade de Autores Angolanos.
A sua vertente literária inclui uma vasta obra de textos de poesia e de ficção, publicados desde 1967 até a presente data.
As suas obras estão traduzidas em umbundu, alemão, espanhol, hebraico, finlandês,  italiano, servo-croata, sueco e russo.
Manuel Rui é autor de:
Obras de poesia
Poesia Sem Notícias
A Onda
11 Poemas em Novembro: Ano Um.
11 Poemas em Novembro: Ano Dois.
11 Poemas em Novembro: Ano Três.
11 Poemas em Novembro: Ano Quatro.
11 Poemas em Novembro: Ano Cinco.
11 Poemas em Novembro: Ano Seis.
11 Poemas em Novembro: Ano Sete.
Assalto.
Ombela
O Semba da Nova Ortografia.
Prosa  
Regresso Adiado Lisboa
Sim Camarada!.
Luanda: Cinco Dias depois da Independência.
Memória de Mar.
Quem me dera ser Onda.
Crónica de um Mujimbo.
Um Morto & Os Vivos.
Lisboa
Rio Seco
Da Palma da Mão
Saxofone e Metáfora
Um Anel na Areia. Nos Brilhos.
Luanda
Conchas e Búzios
O Manequim e o Piano
Estórias de Conversa
A Casa do Rio
Janela de Sónia
Teatro
O Espantalho (Obra inspirada na tradição oral e representado por trabalhadores da construção civil da cidade do Lubango)
Meninos do Huambo.
Publicado originalmente no África21 Digital

Um comentário:

  1. A palavra Kalunga tem raiz na quilombola, a cultura negra. Pesquisei, ao ler esse texto/resenha.
    Conheço a literatura do moçambicano Mia Couto. A Africa é um continente pleno de encantos, magias, mitos, crenças. E a obra de Mia Couto é um convite para conhecer esses mistérios, sua literatura é carregada de lirismo. Algo que observei nessa breve referência ao autor Manuel Rui. Curiosa em ler Kalunga.

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