O título é de escárnio e dispensa explicações: As Bençãos da Civilização é uma coleção
de ensaios, cartas, discursos e sátiras que revelam Mark Twain como o cronista
da desonra americana. Em textos ferozes contra a guerra, o colonialismo e o
racismo, escritos entre 1870 e 1908, Twain aborda tanto as infâmias dos Estados
Unidos (Cuba arrancada aos Espanhóis, a carnificina nas Filipinas, a segregação
de chineses na Califórnia, o linchamento de negros no Sul) como as tiranias das
nações europeias no globo. Do pacifismo profano de “A Oração de Guerra” à
candura corrosiva em “O Amigo de Goldsmith de Novo no Estrangeiro”, As bênçãos da Civilização é uma denúncia
de patriotismos hipócritas e vocações civilizadoras – com o humor negro e
perfurante de Mark Twain, em linhas de uma assombrosa atualidade.
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