Mulheres intelectuais na idade média: entre a
medicina, a história, a poesia, a dramaturgia, a filosofia, a teologia e a
mística
Marcos
Roberto Nunes Costa; Rafael Ferreira Costa
É
corrente afirmar-se que, antes da chamada Modernidade, não há registro de
mulheres na construção do pensamento erudito. Que, se tomarmos como
exemplo a Filosofia e a Teologia, as quais foram as duas áreas do conhecimento
que mais produziram intelectuais durante a Idade Média, não encontraremos a
presença das mulheres intelectuais nesse período. Realmente, se nos basearmos
em alguns dados empíricos, como, por exemplo, os Manuais ou Compêndios de
Filosofia (comumente chamados de História da Filosofia), pelo menos na sua
grande maioria, não aparece nenhuma mulher na lista dos chamados Filósofos.
Também nos Manuais de Teologia há uma ausência total das mulheres. Esses e
outros exemplos levam à afirmação corrente, porém não muito científica, de que
o Pensamento Ocidental é essencialmente machista, no sentido de que foi ou é
construído exclusivamente por homens. Entretanto, apesar de todas as evidências,
se vasculharmos a construção do Pensamento Ocidental veremos que as mulheres
sempre estiveram presentes, contribuindo indireta ou diretamente, seja como
sujeito passivo ou ativo desta história. E até é possível identificar a
presença de algumas delas já nos tempos remotos, na Filosofia Clássica Antiga,
por exemplo, passando pela Antiguidade Tardia, pela Patrística (ou Alta Idade
Média), pela Escolástica (ou Baixa Idade Média), até alcançarmos o
Renascimento.
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