quarta-feira, 31 de julho de 2019

As belas obras de Luiz Eduardo de Carvalho


Eduardo Carvalho sempre atuou na intersecção entre Cultura, Educação e Política, tendo emprestado da Comunicação Social as ferramentas para as pontes. Estudou Farmácia e Bioquímica e Letras na USP e formou-se em Comunicação Social na ESPM, licenciado em Língua Portuguesa pela Universidade Nove de Julho. Foi professor, teatrólogo, jornalista, publicitário, assessor político. Desde 2015, dedica-se exclusivamente à Literatura.

foto cedida pelo autor


Livros Publicados:  vejam sinopses e capas abaixo

O Teatro Delirante (2014 – poesia erótica e lírica) pela Editora Giostri;
Retalhos de Sampa (2015 – poesia) pela Editora Giostri;
Sessenta e Seis Elos (2016 – romance) pela Fundação Palmares MinC;
Xadrez (2019 - romance) pela Editora Patuá.
*Coletâneas nos prêmios assinalados

Principais Prêmios Literários:

1.     Prêmio Oliveira Silveira da Fundação Palmares – Ministério da Cultura, em 2015, com o romanceSessenta e Seis Elos;
2.     Concurso de Poesia de Águas da Divisa MG no 32º FESTIVALE – Ministério da Cultura, em 2015, com o poema Conta-gotas;
3.     Concurso Nacional de Literatura – Prêmio Cidade de Belo Horizonte, em 2016, com o romance Xadrez;
4.     Prêmio de Incentivo à Publicação Literária do Ministério da Cultura / Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural / Departamento de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas - 100 Anos da Semana de Arte Moderna de 1922 - MinC 2018, com a peça teatral Evoé, 22!;


Participações em Feiras:

XII Bienal Internacional do Livro do Ceará - 2017 (Centro de Eventos do Ceará, Fortaleza) – Painel Fundação Cultural Palmares. 21 nov 2017, 16h na Sala José de Alencar;

Festa Literária de Paraty 2017 (Casa Malê) – Painel Literatura de Afrodescendência. 29 de julho, 11h na Casa Malê em Paraty;

Festa Literária de Paraty 2019 (Páginas Editora) – Tarde de Autógrafos de Xadrez – 12 de julho – 15h na Casa da Porta Amarela em Paraty;

Bienal Contagem 2019 – autor convidado para novembro de 2019.



O Teatro Delirante
Livro de estreia de Luiz Eduardo de Carvalho O Teatro Delirante é uma reunião de poemas líricos e eróticos, nos quais são narradas experiências de um grupo de teatro primitivo que, para vivenciar os mistérios dionisíacos, buscava o despertencimento e a criação dos personagens substituindo o êxtase primitivo por outro alcançado por intermédio de seus fetiches, janelas da sexualidade aprisionada que pretendia comunicar-se com o mundo em forma de expressão artística.
A disposição dos poemas simula uma peça trágica clássica, dividida em atos, com o coro a contrapontuar as vivências. Alguns poemas foram levados ao palco durante a Virada Cultural de 2014 na capital paulista, acompanhados de rock n roll ao vivo e performances fetichistas feitas pelo próprio grupo que se encarnou e perpetuou no livro.





Retalhos de Sampa
Retalhos de Sampa é o livro de Eduardo Carvalho que apresenta dois momentos de sua poesia. Dividido em dois títulos, Centros de Mim com poemas gestados em 2014 e As Últimas Noites de Pompeia, com poemas selecionados entre os compostos na primeira década deste século.
Em Centros de Mimhá um mosaico de temas compartimentados em intertítulos, mas que se entremeiam e se misturam, tornando difícil a tarefa de agrupá-los: Efemérides, Teopatia, Poética, Ágora, Ego, Eros, Tánatos e Cronos.
Ao longo de toda a obra, abre-se este leque de preocupações e reflexões, ora profundas, ora bem humoradas – como nas piadas oswaldianas –, em que se mesclam e permeiam os demais temas. É fácil seguir alguns dos lugares afetivos que o autor percorre observando os personagens reais que compõem sua trilha poética. Assim, em Efemérides aparecem textos sobre os dias do ator e do palhaço, dedicados respectivamente a Gero Camilo e a Hugo Possolo – hoje, intimamente ligados ao universo do teatro que Eduardo Carvalho sempre habitou. Em Ágora, é possível reconhecer um sem número de personagens que habitam as praças do centro, retalho de Sampa em que o poeta morou e trabalhou durante a gênese de Centros de Mim.
Menos ligada aos extremos do ego, como o erotismo e a morte, ou mesmo à constatação da inexorabilidade do tempo, em As Últimas Noites de Pompeiaa difusão temática abre os flancos à experimentação tanto em alguns exercícios de formalismo quanto na degustação de imagens e, sobretudo, de pensamentos eminentemente poéticos. Uns tantos textos também dedicados neste volume reforçam os traços do profuso entorno de suas inspirações e indicam já outros retalhos do tempo desta metrópole em quinze anos de contemplação.


Retalhos de Sampa faz parte da coleção de Poesia Brasileira que a Editora Giostri mantém em constante ampliação. Traz mais de 120 poemas em 186 páginas, com destaque para o curto texto que a editora escolheu para a quarta capa e que parece sintetizar os augúrios de todos os que esperam uma revitalização consistente da produção poética brasileira:

que a pauta seja fértil
para que nasça a lira
onde só há erva daninha
onde o solo já é estéril

que seja exata a semeadura
para ser farta a colheita
a distribuição sem censura
e alguma justiça feita

que não seja última a ceia
para ser eterna a partilha
da obra do trigo e da vinha
feita escrita para que se leia

que seja feito de palavra
cada verso que sacia
com o fruto desta lavra
a fome de uma alma vazia







Sessenta e Seis Elos:
Escravizados na África, dois irmãos, filhos de reis congoleses são trazidos ao Brasil, onde um fica a trabalhar na mina da Encardideira em Ouro Preto e o outro parte em uma embarcação pirata francesa com refúgio no Haiti. A partir dessa diáspora familiar, a narrativa bifurca-se e apresenta a sucessão das gerações com personagens sempre ligadas, como coadjuvantes, a fatos históricos determinantes nos quais os afrodescendentes foram protagonistas de glórias e de perfídias.

Paralelamente, duas outras narrativas, contemporâneas, contam as histórias de um brasileiro, capitão da aeronáutica, que serve nas forças de paz no Haiti e de uma haitiana, bancária, que quer migrar de seu país em busca de uma vida diferente ao lado da filha pequena. O presente revela-se o ponto de confluência das linhas históricas que se desenvolvem simultaneamente até que todas se fundam em um desfecho de convergências que se urdem pela tradição cultural do passado remoto em território africano.

No contraponto do enredo central, uma série de histórias curtas e sucessivas pontuam as semelhanças e as profundas diferenças da formação dos dois países que servem de cenário: o Haiti, primeira nação negra livre fora da África e o Brasil que se manteve escravocrata, com uma decorrente carga cultural discriminatória que persiste ainda no presente.

A propensão ao gesto dramatúrgico na fala dos personagens, somada à profusão de acontecimentos distribuídos na compartimentação ágil dos capítulos, confere um tom que, sendo literário, induz a formulações interpretativas espelhadas nas artes narrativas visuais, como o cinema e a teledramaturgia.

Diásporas e resgates, separações e reencontros, perdas e glórias, escravidão e poder, degradação e fortuna, fugas e lutas são alguns dos antagonismos a amalgamar o enredo no envolvente e indistinto universo das emoções humanas. Diversificado conjunto de narrativas de fatos cotidianos imersos em crônicas históricas articuladas como os elos de uma trama cativante e libertadora!
Noventa Elos: segunda edição renomeada do romance em: https://www.amazon.com.br/Noventa-Elos-Segunda-renomeada-Sessenta-ebook/dp/B07N6M8W2L





XADREZ: romance premiado de Eduardo Carvalho

" Nesta obra imperdível, Luiz Eduardo de Carvalho revela-se o romancista da estratégia - Leida Reis, juri do Prêmio Cidade de Belo Horizonte - 2016"

  
XADREZ é o novo romance de Luiz Eduardo de Carvalho, vencedor do Concurso Literário Nacional -Prêmio Cidade de Belo Horizonte de 2016, lançado pela editora Patuá numa edição ilustrada, com projeto gráfico e formato especiais.
Em seu quarto título publicado, Luiz Eduardo de Carvalho nos apresenta um romance epistolar que transcende o gênero com acréscimos de poesia, resenha literária, cinematográfica e musical, além de traçar, en passant, uma crônica de um período marcado pela transição política da ditadura à democracia no Brasil. Não bastasse, é também o relato de um emocionante embate entre dois enxadristas que colocam no tabuleiro as determinações de suas existências. Joel - um carioca detento em Fortaleza por ter assassinado a esposa e o amante - ao aceitar o convite de Emanuel - um velho e solitário português recém-chegado ao Brasil - para uma partida de Xadrez por correspondência, não podia supor, nos primeiros lances, a íntima amizade que nasceria entre os dois estranhos e as oportunidades que disso derivariam até um final surpreendente.
Segundo Luiz Eduardo de Carvalho, "XADREZ é um livro que me permitiu revisitar alguns dos anos mais importantes de minha formação intelectual e passear com liberdade pelas referências que substanciam a minha própria literatura tal qual hoje a realizo como profissão. Livros, filmes, músicas, fatos históricos e políticos que marcaram a transição da ditadura para a democracia brasileira são alguns dos motivos pintados num tabuleiro em que sempre se disputou o visceral jogo, mais ou menos explícito, entre diferentes ideários, classes, interesses. Após vencer o Concurso Nacional de Literatura - Prêmio Cidade de Belo Horizonte em 2016, XADREX aguardou o tempo necessário para vir a público pela Editora Patuá numa edição tão caprichada que foge ao padrão no mercardo para se tornar um amuleto que, de certo, trará muito encantamento a cada leitor que, por meio da leitura, comungar com todos de uma história cativante".
Leida Reis, do júri do Prêmio Cidade de Belo Horizonte / 2016, escreveu a respeito da obra: "Então, tem certeza de que tudo o que está vivendo não passa de artimanha alheia? Está preparado para ouvir alguém gritar “xeque-mate”? Qual será sua surpresa ao perceber que absolutamente nada orbita nos trilhos aos seus pés... Nesta obra imperdível, Luiz Eduardo de Carvalho revela-se o romancista da estratégia. Enxergo cinema aqui". E isso talvez se deva à agilidade na narrativa, conferida pela curta extensão das sucessivas cartas que alternam, em ritmo cinematográfico, as diversas cenas que trazem consigo para adensar as narrativas de fundo que, na verdade, constituem a verdadeira trama invisível que se traça até um final surpreendente.
O Xadrez do título, na verdade, poderia expressar-se no plural, já que, para além do jogo no tabuleiro e do cárcere em que se encontram os personagens, há outros jogos em curso. Um qualificado leitor apontou que “o primeiro lance desse jogo infernal não é o inaugural de uma partida que se joga desde os dias de colônia”, outro do ramo psicanalítico afirmou que “Freud teria engolido o charuto caso estivesse disputando tal partida”, traçando referência ao jogo sexual que compõe outra camada desse tabuleiro de muitos estratos com jogos concomitantes em cada um deles. Houve quem não se conformasse com a simpatia desenvolvida, com uma certa ternura, pelos personagens abjetos que se encarnaram nos protagonistas. Um velho preconceituoso, misógino, avaro. Outro, um feminicida confesso e sem remorsos, convicto de seu ato. Talvez exatamente por essas características que reste uma suspeita enfeitada de Síndrome de Capitu ao cabo da leitura. Terá sido aniquilação ou salvamento a correspondência que se propunha e se cumpriu como jogo? Eis o xeque posto ao leitor.



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