Praticamente um ano após ter
adquirido o livro, em lançamento aqui em BH, finalmente a pilha de livros foi
abaixando e pude apreciar este exemplar organizado pela historiadora Andrea Casa
Nova.
Recebendo o autógrafo da organizadora... |
Trata-se de uma pesquisa feita nos
arquivos digitais da Biblioteca Nacional. Foram consultadas algumas das
revistas que circulavam no Brasil nas primeiras décadas do século passado.
Evidente que um fato da dimensão da
Revolução Russa teria de ser comentado nessas revistas: Careta, Eu Sei Tudo,
Fon-fon, A Leitura para Todos, o Malho, Para Todos e Revista da Semana.
Leitura relativamente rápida e
gostosa. Importante para que possamos compreender como o anticomunismo foi se
implantando no Brasil, haja vista que boa parte dos comentários na época e
publicados nas revistas era constituída de críticas negativas ao que se passava
na Rússia. Não seria diferente, já que tais revistas associavam-se a agências de notícias norte-americanas e europeias, que traduziam o medo da possível expansão revolucionária russa.
Como afirmou o professor Muniz
Ferreira, “A imprensa brasileira não foi indiferente à revolução de outubro,
veiculando aqui reportagens, análises e controvérsias a seu respeito.[...] foi
sendo edificado um discurso anticomunista que, difundido por jornais e
revistas, buscou legitimar e fortalecer concepções conservadoras no imaginário
social brasileiro”.
E como a organizadora enfatizou: “Em
linhas gerais, as revistas ilustradas, adotando a cartilha das agências de
notícias europeias e norte-americanas de maior destaque, passam a relacionar o
‘maximalismo’ e os sovietes ao caos, ao roubo das riquezas dos burgueses, ao
fim da família por contas das mudanças em relação ao trato das mulheres. Também
difundem o medo da ameaça do crescimento do comunismo entre nós [...]"
Alguma
semelhança com nossos dias?
Nenhum comentário:
Postar um comentário