quarta-feira, 12 de junho de 2019

O coração das coisas, de Leandro Karnal


O título saiu de uma crônica: ‘O coração das coisas’. A ideia não é mostrar aquele texto sobre o coração músculo e o coração símbolo como o texto mais definidor. A ideia é que tudo possui uma parte interna, um coração, uma alma para quem desejar, uma essência, se nosso senso filosófico não estiver de mau humor. Olhar além da aparência, pensar o interior de tudo, ver partes que a fala, o gesto e o fato parecem ocultar, eis o motivo do título. Viver é decifrar signos ‘sem ser sábio competente’, como cantava Violeta Parra. Os signos nos excedem, como excederam Violeta, que acabou se matando. É sempre preciso ter esperança, muita paciência, humildade e tentar, de vez em quando, ouvir o bater do coração das coisas. Esse tem sido o meu desafio. Eis uma parte do meu itinerário pela frente. - Leandro Karnal


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“Ver o todo pela parte e adensar coisas passageiras em seu sentido maior: eis minha maneira de encarar o coração de tudo.”
 
“Entre o herói e o canalha, existe uma outra categoria, talvez a mais numerosa, o cúmplice silencioso, que nada fez para ajudar e também não tomou parte direta nas mortes. A maioria calada é sempre a face tranquila do mal em todas as épocas.”

“Nunca tantos seres humanos tiveram a capacidade de ler. Nunca tantos leitores tiveram crescente dificuldade com a interpretação do lido.”

“A dúvida incomoda muito e, não obstante, dela nasce quase toda transformação científica ou de valores.” 

“Viver é traduzir, ressignificar, adaptar, compreender, refazer, trair, ser literal ou fugir do original em bela licença poética.”

Leandro Karnal é historiador, professor, escritor, colunista fixo do jornal Estadão,palestrante e formador de opinião nas redes sociais. Publicou, pela Contexto, como autor e coautor: Estados Unidos: a formação da naçãoHistória da cidadaniaAs religiões que o mundo esqueceuO historiador e suas fontesHistória na sala de aulaHistória dos Estados UnidosConversas com um jovem professorO Brasil no Contexto: 1987-2017Diálogo de culturas e O mundo como eu vejo

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