Continuando a série de entrevistas, hoje destacamos a autora Raquel Pagno, dona de um currículo invejável e que já produziu oito livros, alguns traduzidos em vários idiomas.
Vamos conhecê-la?
1.
Fale um pouco sobre sua trajetória de vida,
antes de se dedicar à literatura.
R: Difícil separar alguma fase da
minha vida da escrita. Apesar de ter demorado para publicar, a escrita sempre
me acompanhou.
2.
Quando descobriu sua “vocação” para escrever?
R: Não sei se eu chamaria de
“vocação”. Pra mim é simplesmente uma necessidade. Tenho personagens gritando
dentro da minha cabeça. Quando aprendi a escrever, já comecei a fazer meus
próprios livrinhos.
3.
Fale um pouco sobre os livros que já publicou.
R: Publiquei 8 livros, até agora,
de gêneros que vão desde o terror até comédia romântica. São eles: Rubi de Sangue (2011, Òmega/Portugal), Seablue (2012, Corpos/Portugal), Herdeiro da Névoa (2013,
Chiado/Portugal), Legado de Sangue (2013, AGBook), Senhores dos Sonhos (2015, Buriti), O Voo da Fênix (2016, Tribo das
Letras), 2020 – A Revelação (2016, Tribo das Letras), Ahmed Mir – O Príncipe do Egito (2017, AGBook) e O Autor (2017, Fonzie).
Legado
de Sangue é a versão brasileira de Rubi de Sangue, publicado originalmente em
Portugal.
4.
Existe um que você gosta mais? Por quê?
R: Não tem nenhum que eu goste
mais, todos são especiais e demarcam fases especiais da minha vida, cada um a
seu modo.
5.
Comente sobre sua experiência com editoras. Ou
você é adepta de produção independente?
R: Todos os meus livros foram
publicados inicialmente por editoras. Alguns, depois de um tempo, se tornaram
publicações independentes. Em geral, tive boas experiências. Das editoras com
que trabalhei no Brasil, Portugal e Estados Unidos, apenas uma descumpriu os
acordos. Creio que eu tenha tudo sorte.
6.
Nas entrevistas e bate-papos que acompanhamos
pela internet, verificamos que existe uma preocupação muito grande com a
revisão. Há livros sendo publicados sem revisão de espécie alguma, nem a
técnica (própria da editora) nem a ortográfica/gramatical. O que você pode nos
dizer a respeito? No seu caso particular, você contrata um(a) revisor(a)? Ou a
editora se encarrega disso?
R: Quando envio meus originais
para apreciação das editoras, os textos já passaram por pelo menos um
profissional revisor. Algumas editoras tornam a revisar, outras avaliam os
textos e decidem se é ou não necessário. A punica exceção é o romance Ahmed Mir
– O Príncipe do Egito, que publiquei no Wattpad (plataforma de leitura online)
durante o processo de escrita, portanto, não houve tempo de passar por nenhum
tipo de revisão. No entanto, mesmo nesse caso, as versões que estão à venda na
Amazon e na AGBook passaram por revisão.
7.
Outro ponto chave para os novos autores é a
divulgação de suas obras. Pode nos dizer de sua experiência a respeito
R: Nunca contratei um
profissional para fazer esse trabalho. Minhas obras são divulgadas
principalmente em redes sociais, blogs literários e nos canais das próprias
editoras. Claro que divulgação é fundamental, porém demanda muito tempo e fica
complicado para o autor. Pode ser simples quando se tem um livro publicado, mas
com o tempo, as publicações vão se acumulando e a gente chega ao impasse de, ou
gastar tempo divulgando, ou escrevendo. A escolha é óbvia.
8.
Bienais e feiras de livros – são importantes
para os novos autores?
R: Importantes, sim, é lá que os
leitores estão. Mas não fundamentais. O autor corre o risco de pagar para
participar de um evento e, por não ser conhecido, ficar lá às moscas. Nesse
caso, não haveria compensação financeira, mas sim uma enorme frustração.
9.
Ouvem-se muitos comentários depreciativos sobre
a literatura brasileira contemporânea. É comum ouvir-se algo do tipo “não
gosto, não leio autores nacionais”. Em seu entendimento o que explicaria tal
tipo de assertiva?
R: Talvez preconceito, talvez os
leitores que pensam dessa forma tenham tido experiências ruins com a literatura
brasileira e decidiram colocar todos os autores “no mesmo saco”, ou quem sabe
ele se dê melhor com a literatura estrangeira por ela já vir para o Brasil bem
selecionada, ou seja, os editores não traduzem qualquer coisa, mas sim, em sua
maioria, best sellers. Já no caso da literatura nacional, temos acesso a todo
tipo de livro, os revisados, os sem revisão, dos autores que escrevem boas
histórias e dos que nem tanto.
10.
A partir de sua experiência pessoal, o que
poderia dizer para aqueles e aquelas que pretendem publicar livros?
Obrigada pela oportunidade de mostrar um pouca mais de mim e do meu trabalho.
ResponderExcluir