quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Entrevista com autora: Leca Haine



Hoje apresento a vocês, leitoras e leitores, mais uma autora da nova geração. Tem vários livros já publicados e continua escrevendo. Com vocês, Leca Haine:

1.                  Fale um pouco sobre sua trajetória de vida, antes de se dedicar à literatura.
Eu sou jornalista e durante muitos anos trabalhei como assessora de comunicação em Brasília. Escrever sempre foi muito importante para mim.

       2.  Quando descobriu sua “vocação” para escrever? 
      Ainda criança eu sempre adorava as aulas de redação. Acho que gostava de expor as minhas ideias no papel, ao mesmo tempo em que “odiava” matemática, rsrs. Daí para o jornalismo foi um pulo. Só que eu queria mais, queria poder trabalhar com a ficção. Comecei com alguns cursos de roteiro e resolvi me arriscar na literatura. Daí, não parei mais.

    3.   Fale um pouco sobre os livros que já publicou.
Gosto de escrever para todos os tipos de públicos. A minha “estreia” foi com a sinopse de uma novela: “Amor por toda a vida”, que pretendo transformar em romance. Depois publiquei um e-book com minicrônicas: “Quero muito ser Clarice”, que fala do universo feminino. 


Meu primeiro livro físico publicado foi um suspense, “A Torre”, que conta a história de uma velha senhora que só tem o porteiro do prédio com quem conversar e vice-versa; seguido pelo primeiro livro da trilogia Lua Azul. 

Em “Lua Azul e a Terra Paralela” eu entrei no universo infanto-juvenil e adorei a receptividade e o carinho dos leitores, publicando em seguida o segundo livro da saga, “ Lua Azul e a Luta Contra o Medo”. 









Praticamente ao mesmo tempo, finalizei e publiquei um livro para o público adulto que enfoca o transtorno de ansiedade generalizada, TAG: “Quem vê cara não vê ansiedade”. 


Esse livro foi lançado na Bienal do Rio de Janeiro e só a capa já diz tudo, ali temos uma história de dor, mas também de superação. Inúmeras pessoas vieram conversar comigo sobre o tema e eu percebi o quanto todos nós estamos sujeitos a esse mal que corrói o nosso presente porque nos faz ficar atrelados ao passado ou elaborando planos intermináveis para o futuro. Ultimamente, escrevo o terceiro e último livro da série Lua Azul, com o título provisório de “Lua Azul e o improvável retorno” e também publiquei um novo e-book infanto-juvenil: Porcaria 5 – o diário de um menino “quase” normal. 


Essa história fala de um garoto que vive trancado no quarto a fim de não se expor, até que uma bola cai em seu quintal e muda o seu destino. É uma história doce e ao mesmo tempo cheia de reflexões a respeito da vida.

      4.      Existe um que você gosta mais? Por quê?

Parece uma resposta muito clichê, rsrs, mas sou apaixonada pelas minhas personagens e seus contextos. Cada uma expressa um momento importante da minha vida, e, escolher uma, seria uma espécie de traição com as demais, isso é sério... rsrs. Mas, vamos lá: como alternativa, posso dizer que lidar com as ideias da Eusébia, de “A Torre”, foi algo que mexeu comigo e me fez pensar muito acerca das relações humanas.

       5.      Comente sobre sua experiência com editoras. Ou você é adepta de produção independente? 
      Depois de uma experiência frustrante no primeiro livro publicado, optamos por registrar uma editora apenas para publicação e divulgação dos meus livros. Tem sido bom trabalhar assim porque arcamos com o ônus e também com o bônus do nosso trabalho.

      6.      Nas entrevistas e bate-papos que acompanhamos pela internet, verificamos que existe uma preocupação muito grande com a revisão. Há livros sendo publicados sem revisão de espécie alguma, nem a técnica (própria da editora) nem a ortográfica/gramatical. O que você pode nos dizer a respeito? No seu caso particular, você contrata um(a) revisor(a)? Ou a editora se encarrega disso?

Escrever e publicar corretamente é obrigação de qualquer autor ou livreiro, pois os livros embasam o leitor em todos os sentidos e também em relação à correção gramatical. Em alguns livros eu conto com o trabalho da revisora Ana Maria Costa, de Brasília, e em outros, com a minha filha, Carolina Haine, que está terminando o curso de letras pela UnB e é uma apaixonada por livros.

      7.      Outro ponto chave para os novos autores é a divulgação de suas obras. Pode nos dizer de sua experiência a respeito? Bienais e feiras de livros – são importantes para os novos autores?
Uso muito as redes sociais a título de divulgação e também participo ao máximo das bienais. São nestes encontros que conhecemos novos leitores, revemos os antigos e também podemos perceber “in loco” se o nosso trabalho está sendo bem aceito. Além disso, é uma delícia conviver tantos dias com pessoas que gostam da mesma coisa que você: livros!

     8.      Ouvem-se muitos comentários depreciativos sobre a literatura brasileira contemporânea. É comum ouvir-se algo do tipo “não gosto, não leio autores nacionais”. Em seu entendimento o que explicaria tal tipo de assertiva?
Existem realmente muitos livros atualmente, eu diria, sem uma qualidade reconhecida no campo literário. Essa é uma questão, no entanto, que a princípio não me preocupa porque “ainda” estamos lutando para convencer as pessoas a lerem, o que quer que seja. Em minha opinião, é muito melhor a pessoa ler esta ou aquela obra, muitas vezes de pouca qualidade, do que não ler nada. Não somos como a Europa, onde ler é algo difundido entre a população. Infelizmente, ainda estamos longe disso.

     9.      A partir de sua experiência pessoal, o que poderia dizer para aqueles e aquelas que pretendem publicar livros? 
     Eu reafirmo sempre que não se deixem levar pelas dificuldades, pois são muitas. Não há incentivo de nenhuma parte. Existem editoras que só querem pegar o seu dinheiro e depois deixa-lo de lado; não há um meio de divulgação eficiente e gratuito; seus amigos deixam de te seguir na rede social porque não aguentam mais ver os seus posts sobre os seus livros; quem já chegou a um nível de reconhecimento e poderia citar um ou outro autor iniciante a fim de ajudá-lo, não faz isso; são poucos e mal divulgados os prêmios literários; os leitores de uma maneira em geral tem medo de apostar em autores desconhecidos do grande público, enfim, existe uma série de fatores que, a princípio, desestimulam, mas, com certeza, são esquecidos quando você dá o seu primeiro autógrafo. Siga em frente, acredite, estude, leia muito, escreva e reescreva até ter certeza de que o seu texto está bom. Peça para alguém revisar e, aposte! Se não tiver dinheiro para publicar um livro físico, comece publicando em e-book. Resumindo, insista!




2 comentários:

  1. Tenho visto e ouvido tais depoimentos há tanto tempo que nem sei... O Brasil parece que vive à margem do desenvolvimento cultural, num milenar passo de lesma. Se escrever não fosse um prazer já tinha abandonado isto.

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  2. Muito boa a entrevista! E seus livros são bem interessantes!

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