quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Os alemães - lançamento

Editora Contexto. Compre pelo site:

LANÇAMENTO
 
Os alemães é o novo livro da coleção Povos e Civilizações. Donos de cultura marcante e história muito peculiar, os alemães ostentam momentos gloriosos e lamentam passagens sombrias. Nação de artistas, cientistas e engenheiros, apresenta uma história fascinante e práticas sociais muito particulares que este livro ajuda a desvendar.
 
De:R$63,00 por: R$53,55

Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia



Apresentamos 36ª edição da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, uma edição belíssima. 
Composta com autores de diferentes nacionalidades.
Agradecemos a participação de todos literários participantes desta edição.
Quem desejar participar da próxima edição já estamos recebendo conteúdo para análise, e apresentação de proposta.
Divulgamos livros, editoras, eventos, autores, textos em prosa e em versos...

E-mail do nosso editorial
smccomunicacao@hotmail.com

Abaixo link para acesso a revista:
https://issuu.com/smc5/docs/36_divulga_escritor_revista_literar

Todos podem participar, aqui o destaque é você!

Boa leitura a todos!
Sejam bem-vindos!


Revista Espaço Acadêmico - novo número

Caros(as) leitores(as),
Revista Espaço Acadêmico acaba de publicar o número mais recente em
http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico.
Convidamos a navegar no sumário da revista para acessar os artigos e itens de interesse.
Agradecemos seu interesse em nosso trabalho,
Antonio Ozaí da Silva
UEM, Maringá
Fone 44 - 3011-4288
aosilva@uem.br
Revista Espaço Acadêmico
v. 18, n. 208 (2018): Revista Espaço Acadêmico, n. 208, setembro de 2018
Sumário
http://periodicos.uem.br/…/…/EspacoAcademico/issue/view/1535
ensino
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Ensino de Geografia e Sociedade (01-09)
Rafael Rossi
filosofia social
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Efeitos prejudiciais da irresponsabilidade consumista e a importância do artesanato e da reciclagem na construção da vida ecológica (10-20)
Renato Nunes Bittencourt
linguística
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Entre o heroísmo e a vilania: deslocamentos do sujeito em "Faroeste caboclo", de Renato Russo (21-31)
Anísio Batista Pereira
literatura
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A representação da personagem feminina em "Azul Corvo", de Adriana Lisboa
(32-40)
Geniane Diamante Ferreira
marxismo(s)
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A Internacional Comunista e a “questão colonial” (1919-1922) (41-53)
Carlos Prado
planejamento urbano
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Fronteira como categoria para análise dos problemas ambientais ocasionados pelo aterro sanitário de Marituba (PA) (54-65)
Moisés Rita Vasconcelos Junior
política
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De volta ao passado: a proposta neoliberal do Estadão no pós-golpe. (66-74)
Cássio Augusto Guilherme
políticas públicas
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Acessibilidade de pessoas com deficiência física: inclusão social e desafios atuais (75-82)
Marjory Furlan Rueda, Murillo Vetroni Barros
psicologia social
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Um ensaio crítico sobre o racismo no Brasil (83-93)
Alexandre Bonetti Lima
sociologia do trabalho
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Trabalho imaterial, informatização e estilos de vida dos docentes em instituições de ensino superior privado (94-104)
Jonas Cardoso
resenhas & livros
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Memória e Morte no Mundo Romano (105-107)
Douglas Castro Carneiro
Filosofar-vivendo: a cultura Bantu no centro do debate filosófico (108-109)
Maurício de Novais Reis
HENRIQUES, Luiz Sérgio. Reformismo de esquerda e democracia política. Brasília: Fundação Astrojildo Pereira (FAP); Coedição: Verbena Editora, 2018 (304 p.) (110-115)
REA Editor
MARTINS, Monica de Souza Nunes; CAMPOS, Pedro Henrique Pedreira; BRANDÃO, Rafael Vaz da Motta. (Orgs.) Política econômica nos anos de chumbo. Rio de
Janeiro: Consequência Editora, 2018 (320 p.)M (116-117)
REA Editor
SILVA, Michel. (Org.) Para além dos X-Men: embates e representações do universo mutante. São Paulo: Editora Todas as Musas, 2018 (174 p.) (118)
REA Editor

A cadeia secreta de Diderot


A cadeia secreta oferece uma fina interpretação da origem deste gênero literário paradoxal, inventado pelos filósofos da Ilustração


Em busca de conhecer como surgiram os “romances filosóficos”, cujo expoente é o enciclopedista Denis Diderot (1713-1784), o filósofo Franklin de Mattos traz à tona A cadeia secreta: Diderot e o romance filosófico, lançamento da Editora Unesp.            
Ao longo de sete capítulos, numa escrita límpida, concisa e precisa, o livro oferece uma interpretação dos romances filosóficos, gênero literário paradoxal que une em um espaço o homem racional e o homem sensível. “Este livro procura sugerir que, por trás da desordem, há uma unidade de preocupações”, anota Mattos. “Ou uma cadeia secreta, metáfora que volta e meia aparece nos melhores escritores das Luzes e que se aplica indistintamente à natureza, à linguagem, à literatura e até mesmo à arte da conversação.”            
No prefácio à obra, a filósofa Marilena Chaui observa que o título é “arguto, pois opera em dois registros simultâneos. É a chave para a leitura da obra literária de Diderot – o materialismo determinista ou a articulação entre necessidade natural e necessidade moral como fundamento da articulação entre filosofia e literatura; mas é também o que estrutura os ensaios de Franklin de Mattos sobre o autor de J­acques, o fatalista”.            
“Sou do tempo em que se devia escolher entre experimentalismo e realismo, e meu interesse por Diderot certamente se explica pelo desejo de recusar a alternativa”, escreve o autor. “Como o leitor verá, ele foi um dos fundadores do realismo moderno e, ao mesmo tempo, um inquieto experimentador, sempre em busca de novas formas.”            
Franklin de Mattos mostra-nos, portanto, de que maneira obras como Jacques, o fatalistaA religiosaO sobrinho de Rameau e As joias indiscretas transitam de maneira inteiramente inovadora entre a literatura e a filosofia. Chaui acrescenta: “Deixemos ao leitor o prazer de acompanhar as peripécias deste belo livro, que nos fala de um tempo em que a ­filosofia, na tradição de Sócrates e Montaigne, era o prazer da conversação”.  
Sobre o autor - Franklin de Mattos é professor titular de Estética no Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP). Autor de O filósofo e o comediante: ensaios sobre literatura e filosofia na Ilustração (Editora da UFMG, 2001) e tradutor do Discurso sobre a poesia dramática, de Diderot (Brasiliense, 1986; Cosac Naify, 2005).  
TítuloA cadeia secreta: Diderot e o romance filosófico
Autor: Franklin de Mattos
Número de páginas: 162
Formato: 13,5 x 21 cm
Preço: R$ 34,00
ISBN: 978-85-393-0729-6 


quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Convite para Antologia Emoções poéticas V


Temos o prazer de divulgar e convidar você a participar de mais uma maravilhosa publicação, Antologia Emoções Poéticas V, com lançamento em 08/12/18, em São Paulo - SP.  Chegou a oportunidade de participar deste evento literário com grande importância para sua carreira literária.
 
Confirme agora a sua participação, onde seus poemas, contos ou crônicas irão abrilhantar a nossa obra. E se puder divulgar entre seus amigos escritores, todos serão muito bem recebidos.
E você participando da antologia irá concorrer ao sorteio da publicação de um livro solo, com 64 páginas e 100 exemplares, inteiramente gratuito. Já pensou em publicar um livro só seu? Veja as regras no regulamento. Quem será o grande ganhador do livro solo, desta edição? Já tivemos 10 ganhadores anteriores. Você pode ser o próximo sorteado. Anexo os contemplados nas edições anteriores.

Anexos: regulamento, modelo da página do livro para inclusão de seu trabalho. Leia atentamento o regulamento.
Obrigada e aguardo breve retorno, venha fazer parte desta maravilhosa obra literária e ter em seu currículo literário e cultural a participação em eventos tão importantes e de destaque. 

 Participe dos nossos grupos no face  Revista Literatura em Foco  e  Futurama Editora.


O regulamento pode ser encontrado aqui:

Meu face: https://www.facebook.com/alcionegimenes.dafuturama
Futurama Editora: https://www.facebook.com/groups/108668972649044/
Revista Literatura em Foco: https://www.facebook.com/groups/1540703889563576/
Inspiração em Verso: https://www.facebook.com/groups/265582153566309/
Emoções Poéticas: https://www.facebook.com/groups/151855978349145 

Comentário sobre meu romance "Amor, opressão e liberdade"

Maria Carolina Carvalhaes já tinha me brindado com um ótimo comentário sobre meu primeiro romance "O amor nos tempos do AI-5".
Hoje recebo o comentário sobre o segundo romance: "Amor, opressão e liberdade"
Obrigado! fico feliz que tenha gostado!

Por se tratar de um livro que menciona a época onde podemos acompanhar os eventos marcantes dos dois últimos governos militares, a crise econômica, o processo de abertura política e o fim do tão temido - e finalmente extinto em 1979 - AI-5. Determinados acontecimentos da vida social, política e cultural, tanto da América Latina quanto do mundo - ocorridos no começo da década de 1980 - continuam sendo o cenário no qual se desenrolam as ações das personagens.



Neste livro, teremos novas historias contendo o AMOR, tanto de Celina como de seus filhos, demonstrando também o DESCOBRIMENTO de novas emoções na adolescência chegando a maturidade. Se trata de uma história emocionante, onde você não consegue parar um minuto sequer a leitura, fazendo com que fiquemos ansiosos para chegar ao final e descobrir o que irá ocorrer com todos os personagens.
Uma historia intrigante, que dá vontade de não parar jamais!
Parabéns Ricardo, por mais um livro sensacional!!

Religião e política. Um livro revelador


Livro mostra, sem preconceitos quais são os projetos políticos estabelecidos — especialmente por determinados agrupamentos evangélicos — desde as eleições de 2014. Contribuintes de Outras Palavras concorrem a três exemplares

Por Fundação Heinrich Böll

A publicação registra um amplo estudo sobre as eleições 2014, estabelecendo como eixo as candidaturas de Pastor Everaldo (PSC) a presidente, além de Marcelo Crivella (PRB) e Anthony Garotinho (PP) a governador do Rio de Janeiro. O estudo foi desenvolvido pelo Instituto de Estudos da Religião (ISER) em parceria com a Fundação Heinrich Böll (HBS). O objetivo principal da pesquisa é detectar quais são os projetos políticos estabelecidos, especialmente, por determinados agrupamentos religiosos evangélicos.
O livro teve, como autores, os pesquisadores Christina Vital, Paulo Victor Leite Lopes e Janayna Lui. A publicação é uma espécie de continuidade de uma obra anterior desenvolvida pelas mesmas organizações, de nome “Religião e Política. Uma análise da atuação de parlamentares evangélicos sobre direitos das mulheres e de LGBTs no Brasil”. Registra, também, dois artigos de Magali do Nascimento Cunha e Tatiane dos Santos Duarte.
O trabalho dos autores
Nesta publicação, os autores procuraram analisar a primeira candidatura confessional evangélica à Presidência da República, a do Pastor Everaldo (PSC). Para eles, esta candidatura seria um marco na relação dos evangélicos com a política. Até pouco tempo, algumas lideranças evangélicas apresentavam como estratégia a manutenção de sua força nos legislativos estaduais e federal. Demonstravam limites quanto à possibilidade de concorrer a eleições majoritárias. Em 2014, esse cenário teria se modificado, provocando especulações, apostas e temores.
Na obra, os autores discutem também duas candidaturas ao governo do estado do Rio de Janeiro, as de Anthony Garotinho (PR) e Marcelo Crivella (PRB). Nesses casos, eles consideram que, embora não se tratassem de candidaturas estritamente confessionais, o elemento religioso teria sido central na disputa. Pelos adversários destes candidatos, a identidade religiosa teria sido usada para amplificar o medo em relação a algumas candidaturas “acusadas” de evangélicas e sectárias. E pelos candidatos, ela teria sido usada para conquistar apoio de personalidades do segmento religioso. Ao longo da publicação, buscou-se analisar diferentes estratégias de poder utilizadas nessas campanhas, e identificar como elas visavam afetar a vida cotidiana de religiosos e não religiosos no Brasil.
Quais foram as alianças feitas em torno dessas candidaturas, e com que perfil? Quais foram os temas-chave e o núcleo central do programa de governo desses candidatos? Quais as bases de apoio e mobilização que se formaram em torno dessas candidaturas? Estas são apenas algumas perguntas que a investigação tentou responder.
A campanha do Pastor Everaldo enfatizava, segundo a avaliação dos autores, um governo não só para os evangélicos, mas para todos, uma vez que defendia a família e a vida. Para eles, o discurso de Everaldo podia, às vezes, ter bases bíblicas, mas era predominantemente marcada por valores tradicionais. O pastor parecia afirmar, assim, a força, a naturalização, a legitimação de um modelo, de uma ordem social que não deveria ser vista como religiosa, mas sim como tradicional.
No Rio de Janeiro, as zonas cinzentas seriam ainda mais comuns, na opinião dos autores. Marcelo Crivella parecia sublinhar sua condição de bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus. Afirmava que não queria saber de religião, e que não a privilegiava sobre as questões sociais. Segundo ele, eram seus interlocutores que não paravam de falar de religião. Por outro lado, para os evangélicos que se aproximavam dele nas ruas em campanha, pedia: “orem por mim”. Com Garotinho, os questionamentos públicos giravam em torno de uma dupla desconfiança: moral e administrativa – dado o seu envolvimento em escândalos de corrupção no estado – e exclusivista religiosa – pelo seu pertencimento a uma igreja protestante.
Neste livro, portanto, os autores têm como objetivo recuperar detalhes das eleições 2014 a fim de refletir sobre comportamentos públicos de evangélicos no Brasil hoje – ações extremistas, conservadoras e progressistas; seu lugar como ator político, de “ovelhas” a players; e o lugar relativo que a religião e a tradição ocupam no debate público. Buscou-se olhar a eleição à luz das questões que tomaram a agenda pública desde a reeleição de Dilma Rousseff à Presidência da República e a culminância que tal processo atingiu com seu afastamento do cargo em maio de 2016. Desse modo, procurou-se refletir sobre o contexto tão turbulento e complexo que se desenrolou das eleições até o período mais recente.
(fonte: http://outraspalavras.net/outrosquinhentos/outras-palavras-sorteia-religiao-e-politica-da-fundacao-heinrich-boll/)

Nenhum mistério, de Paulo Henrique Britto



Paulo Henriques Britto nasceu no Rio de Janeiro em 1951. É tradutor e professor de tradução, literatura e criação literária da PUC-Rio, atuando na graduação e na pós-graduação. Publicou sete livros de poesia — Liturgia da matéria (1982), Mínima lírica (1989), Trovar claro (1997), Macau (2003), Tarde (2007), Formas do nada (2012) eNenhum mistério (2018) — e um de contos, Paraísos artificiais (2004); estudos monográficos sobre as canções de Sérgio Sampaio (2009) e a poesia de Claudia Roquette-Pinto (2010); e o ensaio A tradução literária (2012).Traduziu mais de 110 livros, em sua maioria de ficção, mas também obras de poetas como Byron, Wallace Stevens e Elizabeth Bishop.

"Tempo agora perdido/ (todo tempo se perde)/ vivo só nos vestígios", escreve Paulo Henriques Britto no segundo poema que compõe Nenhum mistério. Depois de um intervalo de seis anos desde o lançamento de Formas do nada, em 2012, o poeta põe à prova os limites das estruturas clássicas e retoma sua lírica brilhante e mordaz, marcada por uma forte descrença no sublime e no sentido.


Conforme Britto anuncia, trata-se de uma "cruel lição", sem planos para o futuro, conclusões práticas ou teorias extravagantes. "(Nenhuma necessidade,/ aqui, de qualquer metáfora)": para quem sobrevive à dor acumulada dos anos, observando o passado como quem enxerga de um mirante, a decepção é o único elemento capaz de engendrar algum significado. De acordo com o poeta, que se sente em uma constante véspera, para toda solução há "um jeito de achar um problema". O vazio, ele pondera, é a única certeza dos dias que não trazem alento: "só amo o que não sei e não se explica". 

Travestis brasileiras em Portugal, de Francisco J.S.A. Luís

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Francisco J.S.A. Luís nasceu em Lisboa em 1971. Foi investigador do Centro em Rede de Investigação em Antropologia, é Doutorado em Antropologia Social e Cultural e Mestre em Direito Administrativo e Administração Pública. Travestis Brasileiras em Portugal foi certamente o seu primeiro grande exercício antroplógico de integração concetual e humana do “outro” diferente. Trata-se de um trabalho de 10 anos que finalmente cumpre o seu propósito: dar voz a quem não a tem.

“Primeiramente pretendo destituir as travestis brasileiras da conotação quase que omnipresente com a marginalidade. Como todos os migrantes que cruzam geografias, pretendem alcançar novos projetos de cidadania, segurança e mobilidade social ascendente.”

Boa leitura!

Escritor Francisco JSA Luis, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a escrever “Travestis brasileiras em Portugal”?
Francisco Luís - Travestis Brasileiras em Portugal; Trans-migrações e indústria do sexo transnacional surge na sequência  da minha tese de doutorado em Antropologia social e cultural. A ideia emerge da vontade de  comunicar a experiência e os conhecimentos adquiridos nesta viagem a uma realidade que me era totalmente estranha. Na verdade, para fazer uma tese de doutorado, teria que me confrontar verdadeiramente com o outro antropológico e emprender a tarefa de desvendar essa alteridade, sob muitos aspetos objeto duma dinâmica socio-antropológica de invisibilização. No fim do dia, é esse confronto com a alteridade que aparentemente se opõe à nossa realidade, bem como as dificuldades que emergem desse processo, que estão na base de muitos  dos conflitos e dilemas sociais/humanos a que profusamente assistimos nos nossos quotidianos. O contato com a instabilidade, mutabilidade e fluidez das travestis brasileiras surge naturalmente como um exercício de redefinição de fronteiras e dogmas.

Que temáticas estão sendo abordadas nesta obra literária? Apresente-nos alguns tópicos do Sumário.
Francisco Luís - Estabelecemos como base para a estruturação desta obra, a analogia entre as migrações geográficas e as migrações de género/sexo. Para tal dissecamos as migrações de género das travestis brasileiras em contexto de prostituição e os seus projetos migratórios para Portugal e Europa.  A partir desta matriz, desenvolvemos um enquadramento destes fluxos e mobilidades, naquilo que consideramos ser um processo que potencia a tal ideia de confronto construtivo com o outro. Nunca como hoje, as pessoas viajam, a informação circula e as sociedades se transformam com uma intensidade não compatível com estruturas sociais mais estáveis, assentes na tradição e na reprodução acrítica de modelos socio-normativos. Hoje como nunca, as identidades estão repartidas e a noção de raíz identitária original se encontra sob forte escurtínio da reflexividade crítica dos sujeitos, outrora, incentivados a não se desenvolverem na sua especificidade identitária. Tal, coloca novos desafios aos Estados-Nação e aos próprios atores sociais que o revitalizam por ação duma crítica transformadora do contrato social que os sustenta. Hoje, como nunca, o sistema mundo se tornou polissémico e instável. Um dos exemplos dessa transitividade questionadora, reside quanto a mim, na capacidade revelada pelas travestis brasileiras em se reinventarem identitariamente e se projetarem para fora das fronteiras brasileiras, revelando com todo o esplendor a sua capacidade de integração num sistema mundo, relativamente ao qual parecem pulular nas suas margens. Demonstrando, portanto, como um produto da cultura brasileira se auto.recria e estrategicamente se desenvolve fora dessas fronteiras. Como todos os migrantes, apenas desejam alcançar projetos de cidadania/dignidade plena e mobilidade social ascendente.

Quais os principais desafios para construção do enredo que compõe o livro?
Francisco Luís - Primeiramente
O facto de utilizar recorrentemente a expressão “travestis brasileiras” resulta daquilo que considero ser uma especificidade identitária e cultural não constatável noutras geografias e não da colagem de algo negativo a uma nacionalidade. Como exemplo, posso referir a aplicação de silicone industrial entre a pele a a carne dos sujeitos travestis, a que inclusivamente assisti em Portugal. Pois bem, as maiores dificuldades residiram em conseguir aceder à rede social travesti em Portugal. Duplamente fragilizadas em termos de cidadania, quer enquanto transgéneros, quer como migrantes maioritariamente indocumentadas e trabalhadoras do sexo. Mesmo um trabalho académico exige uma estrutura ou, se quisermos, um enredo. Não foi fácil, pois este universo de estudo revela-se uma fonte de múltiplas matérias de interesse relevante a vários níveis. A seleção desses campos socio-antropológicos, revelou-se portanto, um segundo obstáculo a ultrapassar.

Quais os principais desafios para escrita de “Travestis brasileiras em Portugal”?
Francisco Luís - O grande desafio a que me propus foi a realização dum trabalho académico que pudesse ser lido e interpretado por não-especialistas. Manter o interesse na leitura exige ritmo e fluidez semântica, para tal, tentei conciliar uma perspectiva explicativa e descritiva dos factos, com uma narrativa dinâmica centrada nas vidas e dificuldades experienciadas por estas pessoas. Esta abordagem parece-me interessante, pois cruza as viagens interiores do eu, com os fluxos migratórios característicos dos séculos XX e XXI, procurando demonstrar como umas, são indissociáveis das outras, mantendo entre si uma rede de vastas cumplicidades.

Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura desta obra literária?
Francisco Luís - Primeiramente pretendo destituir as travestis brasileiras da conotação quase que omnipresente com a marginalidade. Como todos os migrantes que cruzam geografias, pretendem alcançar novos projetos de cidadania, segurança e mobilidade social ascendente. Demonstrar também, como o seu papel e poder aquisitivo no exterior, se convertem em novos capitais sociais no Brasil, pois passam a ajudar as famílias como a maioria dos migrantes faz. Exemplos desse em powerment decorrem da sua capacidade em fazer investimentos na terra de origem e como consequência, a sua contribuição para a revitalização da economia brasileira regional, inclusivamente com reflexos na redução da taxa de desemprego. Ou seja, o projeto migratório pode alterar o estatuto das travestis na sociedade brasileira. Na maioria das vezes, essa mudança começa pela família que anteriormente havia cortado laços com eles, sendo as relações reativadas inicialmente por intermédio das remessas enviadas, que a um certo nível se substituem à coabitação como elemento de congregação de afetividades.
Apresente-nos a obra
Francisco Luís - Pois bem, O século XXI acentuou a celeridade dos processos globalizantes e a densificação de tecidos urbanos repletos de contrastes. O mundo já não é a preto e branco e o anonimato trouxe consigo a cor sob a forma de diferença, que, enquanto experiência vivida, se tornou comunitariamente possível na cidade. Quebra-se na prática a uni-direcionalidade entre sexo e género ou entre sexo e sexualidade, enfrentando-se esquemas de pensamento enraizados. O paradigma máximo desta autonomia sistémica alcança-se na construção de uma identidade travesti mutante, mutável e instável que acompanha um mundo profusamente povoado por fluxos intensos e interdependências várias. É na sociedade global que as travestis encontram espaço para a vivência transnacional e comunitária das viagens trans. Brasil, Europa, cidade, prostituição e migração surgem como fatores chave para a sua disseminação geográfica e identitária. A rua tornou-se a sua nova casa e as outras travestis são agora a sua família.

Soube que o evento de lançamento será em setembro. Qual o dia, hora e local?
Francisco Luís - Sim. O evento irá ocorrer no clube literário do café Chiado, em Alcântara, Lisboa. Estaremos disponíveis para receber quem quiser estar presente, às 14.30 na Rua de Cascais n.º 57.

Quem não puder ir ao lançamento do seu livro onde poderá adquiri-lo?
Francisco Luís - O livro poderá ser adquirido em https://www.chiadobooks.com/livraria/travestis-brasileiras-em-portugal-percursos-identidades-e-ambiguidades . Caso subsistam dúvidas podem sempre contatar a Chiado Editora no Brasil ou as livrarias que comercializarão a obra. Estes contatos poderão ser consultados em:

Quais os seus principais objetivos como escritor. Pensas em publicar novos livros?
Francisco Luís - Neste momento estou a trabalhar em duas áreas distintas, uma delas tem a ver com as migrações asiáticas para Portugal, nomeadamente de Bangladeshianos, Indianos e Paquistaneses. Paralelamente, estou a preparar a minha tese em direito administrativo e administração pública, com o enfoque direcionado às fundações de direito público. Por agora, ainda não penso em novas publicações.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor “Travestis brasileiras em Portugal” do autor Francisco JSA Luis. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Francisco Luís - Ler é fundamental, ler permite-nos viajar, quando às vezes não há condições materiais para o fazer. Leiam este trabalho que pretende integrar a migração das travestis na restante migração brasileira para Portugal e dar-vos notícia de como se processam as vidas dos vossos concidadãos em Portugal. Viajarão num duplo sentido, pelas vidas daqueles que emigraram e daqueles que no Brasil se encontram na base inferior da pirâmide social, mas que, ainda assim teimam em sonhar com dias melhores. Conhecer é essencial para compreender e a compreensão ocupa um papel cada vez mais fulcral neste mundo, que juntos construímos e do qual deixaremos um legado, melhor ou pior, aos nossos filhos.

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Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da Literatura

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

O ditador honesto, de Matheus Peleteiro


Conheci Matheus Peleteiro na Bienal de São Paulo, estivemos juntos por algumas horas no mesmo estande. Ele lançava seu livro “O ditador honesto”. Achei curioso o título e  trouxe comigo o livro, que acabei de ler.


Recomendo, pois se trata de uma sátira muito bem feita à realidade brasileira. Apesar de ele datar o tema em 2026, o cenário político que ele descreve em tudo se assemelha ao atual, a essa verdadeira paranóia política que estamos vivendo.

Pois, naquele ano, já tão próximo, Gutemberg Luz se lançou candidato a presidente e se mostrou o candidato mais honesto, atraindo a simpatia de grande fatia do eleitorado. Tornou-se presidente e tornou-se um ditador, estabelecendo normas e mais normas que eram aceitas por todos, já que a promessa dele era transformar o país em todos os aspectos.

E assim, o ditador honesto, que não recebia propinas, e que recebia o apoio entusiástico da população, conseguiu seu intento. Um novo país surgiu, vivendo na mais absoluta paz.

E isso duraria quanto tempo? O apoio que ele recebia: continuaria recebendo?

Só lendo para saber o final inusitado desta história...


Barroco, ainda que tarde, de Marcus Vinicius Quiroga


A Ilustração, de Tania de Luca




Seria possível que um leitor parisiense, lisboeta ou fluminense tivesse acesso quase simultâneo às mesmas estampas em pleno século XIX? Contrariando nossas expectativas, Tania de Luca, em "A Ilustração (1884-1892): circulação de textos e imagens entre Paris, Lisboa e Rio de Janeiro", mostra que sim: o diálogo cultural e simbólico era intenso e rápido, muito mais do que imaginaríamos, numa riqueza e diversidade impressionantes. Saiba mais: https://bit.ly/2ohhfiJ

A Versão do Pai, de Mauricio Lara - lançamento