quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

O império do sentido, de François Dosse




Enriquecida por entrevistas inéditas, a obra demonstra como o trabalho empenhado em várias disciplinas permite hoje proposições inovadoras no social e no político
Em meio a novos conceitos e novas teorias, as “pesquisas de ponta” na área de ciências humanas emergem e restauram pontes entre os diferentes campos, posicionando homem e sujeito no centro das reflexões. Com intenção de observar a sistemática em que se processam esses trabalhos, François Dosse traz a lume O império do sentido: a humanização das ciências humanas, lançamento da Editora Unesp. São nove grandes capítulos que trazem, além de profunda fundamentação teórica, entrevistas com os atores responsáveis por pesquisas promissoras na área.
Como contexto, o autor parte da cena intelectual francesa, que parece estar dividida em dois polos bem demarcados: de um lado, alguns filósofos midiáticos, perguntados e prontos a oferecer opiniões sobre os mais diversos assuntos; de outro, “a comunidade totalmente atomizada dos pesquisadores em ciências humanas, cada vez mais encerrados em sua tecnicidade e incapazes de produzir uma linguagem comum que possa interessar a sociedade a participar do debate público”, explica Dosse. Para ele, esse distanciamento aparente oculta uma evolução profunda que passou despercebida.
“Hoje os trabalhos circulam mais sob a forma de artigos pontuais, retomados, comentados, discutidos no seio de colóquios ou de revistas de especialistas”, escreve. “Essa profissionalização em curso nas ciências humanas não deixa de evocar o habitus há muito característico dos pesquisadores em ciências exatas.”
Longe de ser codificado a um número restrito de especialistas, o livro flui numa leitura acessível, oferecendo-se também ao não especialista.  

Sobre o autor: François Dosse é professor na École Supérieure du Professorat et de l’Éducation (ESPE), da Universidade Paris-Est Créteil (UPEC), e no Instituto Político de Paris. Atua também como pesquisador do Centro de História Cultural da Universidade de Versailles/ Saint-Quentin-en-Yvelines e como coeditor da revista Espaces Temps. Tem publicados pela Editora Unesp os livros A história(2012), As correntes históricas na França – séculos XIX e XX (2012, coautoria com Christian Delacroix e Patrick Garcia), Renascimento do acontecimento (2013) e A história à prova do tempo (2017).

TítuloO império do sentido: a humanização das ciências humanas
Autor: François Dosse
Tradutor: Ilka Stern Cohen
Número de páginas: 530
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 82,00
ISBN: 978-85-393-0754-8  


Viver nos tempos da Inquisição, de Anita Novinsky



Foram quase três séculos de perseguição e atrocidades contra populações convertidas à força, vigiadas, humilhadas e aviltadas. "Viver nos Tempos da Inquisição" reúne o melhor da produção de Anita Novinsky, uma das principais pesquisadoras e conhecedoras do período da Inquisição em todo o mundo.



Freud já alertava o futuro para a urgência de conhecer o passado. Hoje, num mundo que assiste ao recrudescimento do antissemitismo, da intolerância e do protecionismo, recuperar a memória dos tempos do Santo Ofício da Inquisição, mais do que necessário, é urgente. Foram quase três séculos de perseguição e atrocidades contra populações convertidas à força, vigiadas, humilhadas e aviltadas. Viver nos Tempos da Inquisição reúne o melhor da produção de Anita Novinsky, uma das principais pesquisadoras e conhecedoras do período da Inquisição em todo o mundo. Uma leitura importante para que estejamos sempre alertas aos ciclos dos acontecimentos históricos, culturais e políticos.

DADOS DO PRODUTO
título: VIVER NOS TEMPOS DA INQUISIÇÃO
isbn: 9788527311441
idioma: Português
encadernação: Brochura
formato: 15 x 22
páginas: 376
ano de edição: 2018
edição: 1ª


 

Lançamento de livro


Puxando a sardinha para meu conterrâneo...

Edital aberto para antologia de contos. Participe!


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Primeira da Ler Editorial. Para quem não sabe, a Ler é uma das editoras de médio porte que estão em maior crescimento editorial no momento.
É uma grande oportunidade para todos nós termos o nome ligado a esta editora!! não fiquem de fora!

"Tardes de inverno podem servir de cenário para muitos momentos de prazer. Da luxúria desenfreada ao intenso romance, do encontro sem amarras às promessas de amor eterno, do beijo de tirar o fôlego ao puro êxtase.
Não é a brisa gélida que arrepia a pele. Tampouco é o fogo que incendeia os corpos nus entrelaçados sobre o tapete em frente à lareira.
Quando a estação mais fria do ano dá as caras e você sente a solidão conduzir seus dias, ser arrebatado pelo amor ou desejo pode se tornar uma escolha sedutora.
Tardes quentes de um inverno para dois é uma antologia de contos eróticos repletos de ternura e loucura, sensualismo e erotismo, entregas apaixonadas e fetiches ousados.
O único risco? Talvez você nunca mais queira passar uma tarde de inverno desacompanhado."
(por: Diany Cardoso)

Acesse o edital através do link: http://www.arcaliteraria.com.br/ant-tqi-a-dois/

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Comentário sobre "Como as Democracias Morrem"





Terminei a leitura deste livro de dois professores de Harvard. Sem dúvida, o texto merece elogios, ainda que se possam questionar alguns aspectos pontuais.

A grande preocupação dos autores é a atual liderança política dos Estados Unidos, representada pelo presidente Trump que, segundo eles, é uma ameaça constante à democracia norte-americana.

Fazem um bom apanhado histórico, desde a criação da Constituição até os dias de hoje e mostram como, ao longo do período, diversas vezes ocorreram tentativas de autoritarismo que foram devidamente bloqueadas.

Insistem em que a responsabilidade da saúde da democracia repousa nos políticos e, essencialmente, nos partidos políticos. Não fazem referência a pressões de empresários, de militares e de outros grupos nessa possibilidade de desmantelamento das instituições democráticas, com uma certa ressalva para grupos religiosos.

Reconhecem que a democracia norte-americana repousou, durante muitas décadas, na exclusão racial e na dominação unipartidária no Sul, e que, apenas a partir de 1965 os Estados Unidos se democratizaram plenamente.

Os autores demoram-se em analisar a ascensão de Trump, que eles consideram uma pessoa extremamente perigosa. Um outsider totalmente sem compromisso com a democracia.

Achei bem interessante um quadro que eles apresentam nos primeiros capítulos, elencando os quatro elementos que compõem o pensamento autoritário. São eles:

1.       Rejeição das regras democráticas do jogo (ou compromisso débil com elas)
2.       Negação da legitimidade dos oponentes políticos
3.       Tolerância ou encorajamento à violência
4.       Propensão a restringir liberdades civis dos oponentes, inclusive a mídia.

Ser identificado com um desses quatro elementos, segundo eles, já é motivo de preocupação. E o presidente Trump se enquadra nos quatro. Apavorante? Pois é.

Levantam hipóteses para o futuro, que não são muito animadoras.

No capítulo final, cometeram um deslize que considerei bem grave, quando afirmam que os governos norte-americanos, no pós-guerra fria “usaram pressão diplomática, assistência econômica e outros instrumentos de política externa para se opor ao autoritarismo e pressionar por democratização”. Eu gostaria que eles tivessem citado pelo menos um país do mundo em que isso poderia ser comprovado... A retórica era essa, a realidade foi outra.

E uma das considerações finais é bem significativa: “Um país cujo presidente ataca a imprensa, ameaça pôr sua rival na cadeia e declara que pode não aceitar o resultado da eleição não pode defender a democracia de maneira crível. Autocratas estabelecidos e autocratas em potencial se sentirão ambos provavelmente encorajados com Trump na Casa Branca”.

O futuro dirá.

História do Movimento LGBT no Brasil

Já está à venda na Quixote este estudo necessário sobre a história do movimento LGBT no Brasil! "O longo processo de transição política desde a ditadura no Brasil, foi marcado por uma crescente busca de visibilidade e cidadania. Diversos movimentos sociais e organizações da sociedade civil desempenharam um papel fundamental na mudança de regime político e na elaboração da nova Constituição, lutando por liberdades públicas, participação política, justiça econômica e reconhecimento de suas identidades.








Desde então, passaram-se 40 anos de lutas e de história. O movimento homossexual tornou-se LGBT. Proliferaram-se os coletivos e grupos organizados, diversificaram- se as identidades, multiplicaram-se as formas de luta, conquistaram-se direitos e reconhecimento, construíram-se políticas públicas, realizaram-se os maiores atos de rua desde as "Diretas Já" com as Paradas do Orgulho LGBT e ocuparam-se as redes sociais e as tecnologias com novos ativismos.

O livro História do Movimento LGBT no Brasil busca reconstruir alguns temas e momentos privilegiados da história de quatro décadas deste importante ator político do Brasil contemporâneo, atentando para a diversidade de sua composição e de perspectivas no interior do movimento. Pretende-se, assim, contribuir para traçar um panorama interdisciplinar dos 40 anos do movimento LGBT brasileiro.

Para concretizar este projeto, foram convidados professoras/es, pesquisadoras/es e militantes dos mais diversos campos disciplinares e regiões do país para abordar acontecimentos históricos, padrões de mobilização política e legal, bandeiras e reivindicações questões internas dos grupos organizados dentre outros temas pertinentes."

Os volumes iniciais de uma trilogia

Descrever as décadas finais do Século XX no Brasil foi o propósito desta trilogia. Os dois primeiros volumes já foram publicados e o terceiro está quase pronto para ser enviado à gráfica.
Se você ainda não conhece, tenha uma ideia com as ilustrações a seguir.
Caso queira adquirir um ou os dois volumes, entre em contato comigo, pelos comentários aqui do blog ou pela minha página do Facebook: facebook.com.br/paginadoricardofaria



quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Conheça a Coréia do Norte com Renato Alves


Quem não tem aquela curiosidade sobre a Coréia do Norte? O país é realmente uma incógnita para nós que vivemos no mundo ocidental.O jornalista sete lagoano Renato Alves foi um dos poucos que conseguiu adentrar o país e sua jornada de 10 dias por lá teve como resultado o livro "Um Reino Eremita: Um Jornalista Brasileiro na Coréia do Norte".


Renato Alves nos apresenta um país marcada pelo ambiente opressivo e por fortes restrições de expressão por meio de uma narrativa singular, que nos traz belas imagens e detalhes curiosos sobre a cultura, o contexto histórico e os aspectos de uma nação ainda incógnita. Visto por dentro, por meio das lentes e da sensibilidade de Renato Alves, o país é descrito para além da lendária figura do ditador Kim Jong-um e sua política, programas nucleares e embates com os Estados Unidos. O leitor pode efetivamente vivenciar um pouco desse isolado e hermético país.
Acesse agora o site  www.quixote-do.com.br  e adquira seu exemplar.

Sobre este livro, eu posso afiançar. Trata-se de obra cuja leitura é obrigatória para quem procura entender o que se passa num país que ousa incomodar a grande potência norte-americana. Veio-me à mente um título famoso, do Primo Levi: "É isto um homem?". Por que a pergunta que não quer calar quando se lê o livro de Renato Alves é justamente esta: "É isto o comunismo?" A resposta, com toda a certeza, é Não, isso nunca passou pela cabeça do Marx. As situações que Renato Alves descreve, seriam extremamente cômicas, se não fossem tão trágicas. Ou seja, mais parecidas com o Groucho do que com o Karl...
Não deixem de ler!

Simone de Beauvoir, sempre presente

O livro que reúne três textos, inéditos em português, de Simone de Beauvoir: "Brigitte Bardot e a síndrome de Lolita", "O que o amor é - e o que não é" , e "Uma existencialista observa os americanos" já está disponível à venda em nosso site www.quixote-do.com.br

Com tradução, organização e notas da Professora Doutora Magda Guadalupe dos Santos e do filósofo Paulo Sartori, pesquisadores de filosofia e teorias feministas e estudiosos da obra de Simone de Beauvoir, contando com a apresentação de Sylvie Le Bon de Beauvoir e orelha da professora doutora da UFRJ Carla Rodrigues, este livro reúne três textos de datas e de objetivos diversos, unificados pela intenção que constantemente esteve subentendida no percurso de Simone de Beauvoir: o esforço de desmitificação. 
Boa leitura!

Novo número da Revista E-Hum


e-hum
v. 11, n. 2 (2018): E-HUM - Dossiê E-hum: História da Educação em
processo: Dinâmicas educativas em Minas séculos XVIII e XIX.
Sumário
http://revistas.unibh.br/index.php/dchla/issue/view/142



EXPEDIENTE (1-4)
Editorial
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EDITORIAL (5-7)
Rangel Cerceau Netto, Fabricio Vinhas Manini Angelo
Artigos
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A SIMBOLOGIA DAS CORES EM "A MÁSCARA DA MORTE VERMELHA", DE EDGAR ALLAN POE
(8-16)
Higor Cesar Araujo, Marcelo Augusto Nery Médes
FORNO HOFFMAN: A RESSIGNIFICAÇÃO DO LUGAR E O RESGATE DA MEMÓRIA
TIMOTENSE. (17-39)
Simone Isabel Batista da Cruz
VIK MUNIZ: À SOMBRA DE UMA DENÚNCIA. (40-53)
Verônica Cristina de Almeida e Silva de Figueiredo
Dossiê Temático
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LONGE DE SUAS ESPOSAS, MAS AINDA EM FAMÍLIA: O CONCUBINATO ADULTERINO COMO
CONDIÇÕES PARA AS MESTIÇAGENS (SABARÁ, SÉCULO XVIII). "Dossíê:
História da Educação em Processo - Dinâmicas Educativas em Minas
Séculos XVIII e XIX." (54-65)
Igor Santos
ESTRATÉGIAS EDUCATIVAS DAS FAMÍLIAS EM MINAS NO SÉCULO XVIII: ALGUMAS
TRAJETÓRIAS EDUCATIVAS. "Dossíê História da Educação em Processo -
Dinâmicas Educativas em Minas Séculos XVIII e XIX." (66-82)
Fabrício Vinhas Manini Angelo
ENTRE O RURAL E O URBANO: OS ÓRFÃOS DE FAMÍLIAS ABASTADAS E A EDUCAÇÃO
NA COMARCA DO RIO DAS VELHAS, SÉCULO XVIII. "Dossíê: História da
Educação em Processo - Dinâmicas Educativas em Minas Séculos XVIII e
XIX." (83-93)
Talítha Maria Brandão Gorgulho Gorgulho
SER TUTORA – OS CAMINHOS, REQUISITOS E PRÁTICAS PARA A MANUTENÇÃO DA
FAMÍLIA E A EDUCAÇÃO DOS FILHOS – COMARCA DE VILA RICA, 1770-1822.
"Dossíê: História da Educação em Processo - Dinâmicas Educativas em
Minas Séculos XVIII e XIX." (94-107)
Kelly Lislie Julio
MÃES TUTORAS E ESTRATÉGIAS EDUCATIVAS EM MARIANA (1790-1822). "Dossíê:
História da Educação em Processo - Dinâmicas Educativas em Minas
Séculos XVIII e XIX." (108-117)
Leandro Silva de Paula
Revista completa
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"Pátria" - romance de Fernando Aramburu - comentário

Pe. ALFREDO J. GONÇALVES, cs

Patria” é o título de um recente romance do escritor espanhol Fernando Aramburu (Ugo Guanda Editore, Milano, 2016). O livro põe a nu as feridas de duas famílias bascas, ambas golpeadas pela onda de atentados da organização nacionalista basca ETA – Pátria Basca e Liberdade. Embora uma das famílias estivesse do lado das “vítimas” do terrorismo e a outra do lado dos “libertadores” da pátria, ambas viram-se igualmente envolvidas em circunstâncias de isolamento, desprezo e perseguição. Com riqueza de cores e sabores, de tons e detalhes, o autor nos oferece um magnífico antídoto contra o nacionalismo extremista que hoje ameaça fechar corações, portas e fronteiras.
No caso da organização ETA, diferentemente do que se vê nos dias atuais, trata-se de um extremismo nacionalista com tonalidades de esquerda. As entrelinhas do texto, porém, não deixam dúvidas quanto ao “rastro de viúvas e órfãos” que o fanatismo exacerbado é capaz de provocar, seja ele de natureza política, religiosa ou ideológica. Vemos isso na crise dos anos de 1930 em não poucos países: Alemanha de Hitler, Itália de Mussolini, União Soviética de Stalin, Espanha de Franco, Portugal de Salazar, Iugoslávia de Tito, Brasil de Getúlio Vargas, entre outros. Vinda da direita ou da esquerda, os métodos usados por semelhantes grupos intolerantes sempre deixam atrás de si um número considerável de mortos e feridos, além de desencadear um fluxo em massa de migrantes, prófugos e refugiados.
O princípio motivador de tais atitudes costuma ser simples, ou melhor, perigoso porque extraordinariamente simplista. Uns encontram-se “deste lado”! Defendem a soberania nacional, uma determinada religião ou certa ideologia. Outros, colocam-se “do lado de lá”, e, por isso mesmo, são inimigos. Devem ser combatidos com todas as forças e meios que os primeiros possuem. Instala-se um dualismo implacável e irredutível entre os “nossos” e “eles”, entre os de “dentro” e os de “fora”. De ambos os campos em jogo, respira-se um clima de medo, ameaça e desconfiança. Imediatamente erguem-se muros, barreiras e obstáculos de toda ordem, visíveis ou invisíveis, para separar os dois grupos. O princípio da dignidade da pessoa humana ou da defesa de seus direitos fundamentais cede a primazia à ideologia da segurança nacional. Mais preocupante ainda quando se trata da “guerra santa”, na qual os dois lados combatem em nome de Deus. Se um possui a verdade absoluta, o outro deve ser eliminado como “herege” ou “infiel”. Quantos, ao longo da história, tombaram marcados com essa mancha maldita!
As primeiras décadas do século XXI assistem, com um misto de perplexidade e estupefação, ao surgimento de uma onda devastadora de novo fundamentalismo. Uma de suas versões mais fortes é constituída pelos grupos e partidos da extrema direita, em particular, com vestes de nacionalismo populista. Valem-se de recursos, meios e mecanismos para manipular e instrumentalizar politicamente o medo, a ameaça e a desconfiança. Com isso, assumiram o poder em uma série de países, ressuscitando, entre outras coisas, o protecionismo e a guerra comercial. Desta vez, o alvo principal das hostilidade recai sobre o estrangeiro, o outro, o diferente – ao mesmo tempo estranho e vindo de fora. Daí a tendência geral ao controle e/ou fechamento das fronteiras; à crescente negação do direito de asilo; à elaboração de leis migratórias cada vez mais rígidas, seletivas e restritivas; à expatriação dos chamados “clandestinos ou irregulares”; e à redução do orçamento para os serviços de acolhida, assistência e inserção dos migrantes.
As ações da organização basca ETA, da Irlanda do Norte ou do Estado Islâmico, por exemplo, não parece ser o melhor caminho para lançar os alicerces de uma noção positiva de pátria ou de patriotismo. Uma e outro, se e quando reais e verdadeiros, mantêm abertas as possibilidades do encontro, do confronto sadio e do diálogo recíproco. Tal noção de pátria e patriotismo reconhece as próprias raízes, a história e os valores, e reconhece de igual modo as raízes, história e valores de seus vizinhos. O nacionalismo, em lugar de semelhante abertura, privilegia a separação, a inimizade e o conflito. Traz embutida uma noção negativa de pátria e patriotismo, a qual parte do pressuposto que a pátria deva construir-se contra os demais países e, por vezes, com as armas e a violência. Entretanto, o patriotismo nasce, cresce e se consolida num terreno de relações saudáveis para o convívio entre povos, culturas e nações. Em sua versão construtivista sabe que o intercâmbio internacional enriquece mutuamente a todos os envolvidos, na busca de uma cidadania sem fronteiras, ou com fronteiras leves e fluídas, onde prevalece o princípio de cidadania universal.
(fonte: https://espacoacademico.wordpress.com/2019/01/05/patria-patriotismo-e-nacionalismo/)

Novo número da Revista Espaço Acadêmico

Revista Espaço Acadêmico
v. 18, n. 212 (2019): Revista Espaço Acadêmico, n. 212, janeiro de 2019

Sumário

DOSSIÊ: EPISTEMOLOGIAS QUEER, FEMINISTAS E DE GÊNERO (Orgs.: Dr. Alexandre Fernandes e Dr. Marcos Lopes de Souza)
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Corpos, gênero e sexualidade inconformáveis e transgressores: expondo as violências e produzindo resistências em meio ao conservadorismo
(Apresentação) (01-02)
Alexandre de Oliveira Fernandes, Marcos Lopes de Souza

A excêntrica família homossexual: discursos e saberes que constituem sujeitos homossexuais e suas famílias no contexto escolar (03-18)
Anderson Ferrari, Danilo Araujo de Oliveira

"Parece uma mulher, mas é um traveco": produções discursivas marginais e transfóbicas nas vivências de uma travesti professora (19-30)
Danilo Dias, Marcos Lopes de Souza

Interseccionando discursos sobre travestis e mulheres transexuais no candomblé à luz da filosofia ancestral africana (31-45)
Miguel Angelo Silva de Melo, Isaac de Oliveira Magalhães e Silva

"Você está na fila errada": corpos possíveis em um currículo escolar do Município de Porto Seguro – BA (46-55)
Kauan Santos Almeida

In Absentia: descolonizando corpos em Zong! (2008) de Marlene Nourbese Philip e Creole Portraits (2002) de Joscelyn Gardner (56-65)
Thiago Marcel Moyano

Pedagogias transgressoras: as potencialidades decolonizadoras de pedagogias que tratem de gênero e sexualidade (66-77)
Emmanuel Henrique Souza Rodrigues

educação
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A pedagogia histórico-crítica e a questão do método na práxis da capoeira (78-91)
Antonio Alencar Filho, Doriedson do Socorro Rodrigues

A formação de professores da Educação do/no campo: território em disputa legal (92-103)
Maria Aparecida Vieira de Melo, Ricardo Santos de Almeida

filosofia social
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Bruxas de Salem, ressentimento, moralidade histérica e paranoia social (104-112)
Renato Nunes Bittencourt

sociologia jurídica
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O direito ao esquecimento e o habeas data “negativo”: uma analise a partir da audiência pública realizada no Supremo Tribunal Federal (113-125)
Waldir Araújo Carvalho

sociologia rural
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Las estrategias de los productores de soja en la negociación con las empresas en el Noreste del Departamento de San Pedro (Paraguay) (126-140)
Gabriel Avalos Vera, Valdemar João Wesz Junior

resenhas & livros
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Os conflitos entre as frações burguesas e a crise do lulismo. (141-143)
Cássio Augusto Guilherme

PAULA, Ana Paula Paes de; SOUZA, Mariana Mayumi Pereira de. Gestão Dialógica e Tecnologias Colaborativas. Curitiba-PR: Appris, 2018, 131 p.
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