quarta-feira, 29 de maio de 2019

Dois lançamentos que vale a pena conferir!



O cérebro no mundo digital, de Maryanne Wolf

“Neste bem pesquisado livro, Wolf apresenta argumentos lúcidos para ensinar nosso cérebro a abraçar a era da tecnologia digital.” - Alberto Manguel

“Maryanne Wolf vai para o cerne da questão: ler é um ato político e a velocidade da informação pode diminuir nossa capacidade de pensamento crítico.” - Corriere della Sera

“Este rico trabalho da cientista Maryanne Wolf trata de uma questão urgente: como os dispositivos digitais afetam o cérebro leitor? Wolf explora as camadas cognitivas abaixo da superfície das palavras, a desmotivação das crianças saturadas pelos estímulos em telas e o poder da leitura profunda e de textos desafiadores.” - Nature

“A era digital está efetivamente remodelando o circuito de leitura de nossos cérebros. Mas há esperança, argumenta Wolf: a leitura profunda, contínua, é vital para desenvolver novamente a atenção e manter o pensamento crítico, a empatia e outras habilidades em perigo de extinção.” - The Wall Street Journal

“Wolf mantém os pés no chão ao apresentar sugestões para ensinar crianças pequenas a serem competentes, curiosas e contemplativas em um mundo inundado por estímulos digitais. Este é um chamado claro para pais, educadores e desenvolvedores de tecnologia para trabalhar com o objetivo de reter os benefícios da leitura, independentemente do suporte.” - Publishers Weekly


***
O que acontece no nosso cérebro quando lemos? Como a multiplicação de telas nas nossas vidas afeta a forma como lemos? E quais os perigos – e oportunidades – da leitura digital? Essas questões são analisadas pela neurocientista norte-americana Maryanne Wolf. Com base em diversas pesquisas, a autora mostra a importância da leitura profunda na história da humanidade e como ela está ameaçada. Mas nos dá esperança: é possível educar as crianças para que sejam duplamente letradas, tanto em livros impressos quanto em leitura digital. Dessa forma, elas poderão aproveitar o melhor dos dois universos.

A neurocientista Maryanne Wolf recebeu diversos prêmios acadêmicos e é incansável defensora do letramento das crianças ao redor do mundo. Diretora do Center for Dyslexia, Diverse Learners, and Social Justice na UCLA (Universidade da Califórnia) e professora da Tufts University, é autora de mais de 160 publicações científicas

Campanha de financiamento para o livro "As aventuras sensoriais de Théo"


O mundo sensorial é mesmo surpreendente. Ele está aqui ao nosso redor, diariamente nos bombardeando de sons, cheiros, sabores e toques. Porém, com o tempo nos acostumamos tanto a isso que nem percebemos mais.

No meu caso, eu comecei a notar verdadeiramente as aventuras sensoriais diárias a partir de um certo dia que recebi uma folha de papel em mãos com uma frase esquisita: Transtorno do Espectro Autista. Era o laudo médico do meu filho Henrique, na época com cinco anos.
A partir desse dia, compramos a passagem só de ida para esse novo mundo: o mundo sensorial. Precisávamos aprender mais sobre ele, pois eram essas alterações sensoriais que faziam meu precioso filho ficar tantas vezes perturbado e agir de forma diferente das outras crianças.
Esse papel mudou nossas vidas para sempre e, a partir dele, um novo personagem surgiu: Théo.

O livro "As Aventuras Sensoriais de Théo" traz as vivências de um menino com autismo, mostrando o quanto as alterações sensoriais podem interferir na qualidade de vida dessas crianças.
Quando falamos em autismo, muitos mitos permeiam a mente da população, de modo geral. Crianças que adquirem a fala e conseguem se comunicar através dela não são compreendidas em suas dificuldades, pois a população pensa se tratar de problemas comportamentais.

Com interesse em quebrar esse mito e divulgar o autismo para o maior número de pessoas, surgiu o livro.
Lançado em maio de 2018, As Aventuras Sensoriais de Théo" teve sua primeira edição esgotada em setembro do mesmo ano.

Assim, essa campanha de financiamento coletivo tem o propósito de arrecadar fundos para que o livro continue disseminando informações e sensibilizando o maior número de pessoas sobre o autismo, suas características e a necessidade eminente de compreensão para que ocorra a verdadeira inclusão social dessas crianças no contexto em que vivem.
Objetivo
O projeto pretende imprimir 500 exemplares do livro “As aventuras sensoriais de Théo”, motivada pelo sucesso da primeira edição, esgotada nos primeiro meses de publicação. Com isso, expandir o alcance da obra para servir de ferramenta ao professor e demais profissionais da área da Educação para entender as condições e peculiaridades de uma criança com autismo a partir de sua percepção de mundo, facilitando o processo de inclusão social.

Você sabia que um estudo revelou que 1 em cada 59 crianças tem autismo? E o que você sabe sobre autismo?
Todos os dias, mães e pais me contactam nas mídias para tirar dúvidas, perguntar que rumo seguir, o que fazer...
Com o apoio do livro As Aventuras Sensoriais de Théo, pude levar informação para muitas escolas e instituições.
Trabalhar com isso é algo muito prazeroso, traz alegria infinita ao meu coração. Cada vez que visito alguma escola ou converso sobre autismo com alguém que não tinha nenhum conhecimento sobre isso, sinto que uma pequena semente foi plantada. Com carinho, empatia e respeito, essa semente se tornará em uma linda planta de aceitação genuína das diferenças.
Para que esse trabalho tenha continuidade, preciso da sua contribuição.
Acesse o link do projeto e veja as maneiras de ajudar. Tenho certeza que juntos chegaremos ao 100% da meta para continuar essa missão!


Novo número da revista Divulga Escritor


Está sendo disponibilizado para leitura a 39ª edição da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, abaixo link para acesso gratuito a revista.
Desejando participar da próxima edição é só encaminhar um e-mail informando o que deseja divulgar para análise editorial.



Estamos com promoção de participação para divulgação de livros,
Divulgar um livro, sendo sinopse, imagem de capa, opção para compra, pelo valor de R$30,00 (trinta reais), dois livros por R$50,00(cinquenta reais).

Nosso e-mail

Clique no link ou imagem abaixo para leitura gratuita da edição de N.39.

Do que estamos falando quando falamos de estupro, de Sohaila Abdulali


Depois de sobreviver a um estupro coletivo aos 17 anos em Bombaim, Sohaila Abdulali ficou indignada com o silêncio ensurdecedor que se seguiu e escreveu uma coluna inflamada sobre a percepção acerca do estupro – e de suas vítimas – para uma revista feminina. Trinta anos depois, sem aviso, seu artigo voltou à tona e viralizou, na esteira do estupro coletivo ocorrido em Nova Deli, em 2012 (que resultou na morte da vítima), incentivando Abdulali a escrever outro artigo para o New York Times – que circulou amplamente – sobre o processo de cura de um abuso sexual. Agora, a autora apresenta "Do que estamos falando quando falamos de estupro": um olhar profundo, generoso e inflexível sobre o estupro e a cultura do estupro.

Partindo de sua própria experiência, bem como de seu trabalho atendendo centenas de vítimas nos Estados Unidos, além de três décadas de trabalho intelectual feminista, Abdulali encara algumas das questões mais espinhosas sobre o tema. Em entrevistas com sobreviventes do mundo todo, ouvimos relatos emocionantes de força encontrada na adversidade, no humor e na sabedoria que contam, em conjunto, uma história maior sobre o significado do estupro e como a cura pode advir. Abdulali também aponta questões sobre as quais não conversamos: Um estupro é sempre um evento que define uma vida inteira? Um estupro é pior do que outro? Um mundo sem estupros é possível?

"Do que estamos falando quando falamos de estupro" é um livro para a época de movimentos como #MeToo, #TimesUp e #MeuPrimeiroAssédio, que vai permanecer com seus leitores – tanto homens quanto mulheres – por muito, muito tempo.



DADOS DO PRODUTO
título: DO QUE ESTAMOS FALANDO QUANDO FALAMOS DE ESTUPRO
isbn: 9788554126346
segmento específico: ESTUDOS DE GENERO
idioma: Português
encadernação: Brochura
formato: 14 x 21 x 1,3
páginas: 256
ano de edição: 2019
ano copyright: 2019
edição: 


autor: Sohaila Abdulali
tradutor: Luis Reyes Gil

Telmah - a tragédia do desencontro, de André Carretoni



André Carretoni, nascido no Rio de Janeiro, em 11/01/1971, cedo se apaixona pelas artes; aos 27 anos, graças aos seus conhecimentos de informática, dá uma reviravolta em sua vida e parte do Brasil, à procura de novas experiências.
Vive por seis anos em Lisboa; faz o Caminho  Português de Santiago de Compostela, inscreve-se em um curso de pintura em Florença e escreve “Piedade Moderna”, seu primeiro romance. Vive por dois anos na Suíça; escreve “Mais Alto que o Fundo do Mar”, envia contos e crônicas para os sites Tertúlia e Bonjour Brasile frequenta o Laboratório de Escritura Criativa à Distância do Instituto Camões.
Depois de quatro anos em Paris, no encalce da Geração Perdida, instala-se em Nice, publica seu livro “Mais Alto que o Fundo do Mar” em francês (“Plus Haut que le fond de la Mer”) e escreve “TELMAH, A Tragédia do Desencontro”.
“Sua originalidade e, com isso, a certeza de que muitas pessoas irão lê-la duas vezes. Na primeira, irão se surpreender; na segunda, irão lê-la como se a estivessem lendo pela primeira vez.”
Boa leitura!

Escritor André Carretoni, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a ter gosto pela
arte de escrever?
André Carretoni - O escritor americano Ernest Hemingway, mesmo que tenha sido de fora para dentro. No início, eu me apaixonei pela sua vida; em seguida, apaixonei-me pelos seus livros; e, finalmente, apaixonei-me pelo seu estilo literário. Até hoje, não há nada que simbolize mais a minha busca como escritor do que a Teoria do Iceberg, princípio que ele dominava.
Leia entrevista completa clicando no link abaixo:

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Lançamento: A faca e a pele, de Danilo Azevedo


Mulheres Intelectuais na Idade Média


Mulheres intelectuais na idade média: entre a medicina, a história, a poesia, a dramaturgia, a filosofia, a teologia e a mística
Marcos Roberto Nunes Costa; Rafael Ferreira Costa


É corrente afirmar-se que, antes da chamada Modernidade, não há registro de mulheres na construção do pensamento erudito.  Que, se tomarmos como exemplo a Filosofia e a Teologia, as quais foram as duas áreas do conhecimento que mais produziram intelectuais durante a Idade Média, não encontraremos a presença das mulheres intelectuais nesse período. Realmente, se nos basearmos em alguns dados empíricos, como, por exemplo, os Manuais ou Compêndios de Filosofia (comumente chamados de História da Filosofia), pelo menos na sua grande maioria, não aparece nenhuma mulher na lista dos chamados Filósofos. Também nos Manuais de Teologia há uma ausência total das mulheres. Esses e outros exemplos levam à afirmação corrente, porém não muito científica, de que o Pensamento Ocidental é essencialmente machista, no sentido de que foi ou é construído exclusivamente por homens. Entretanto, apesar de todas as evidências, se vasculharmos a construção do Pensamento Ocidental veremos que as mulheres sempre estiveram presentes, contribuindo indireta ou diretamente, seja como sujeito passivo ou ativo desta história. E até é possível identificar a presença de algumas delas já nos tempos remotos, na Filosofia Clássica Antiga, por exemplo, passando pela Antiguidade Tardia, pela Patrística (ou Alta Idade Média), pela Escolástica (ou Baixa Idade Média), até alcançarmos o Renascimento. 

Corpo História - João da Marta e Juniele Rabêlo (orgs)



A corporalidade do processo histórico é a questão que atravessa os textos deste instigante livro, organizados em dois eixos: analítica do poder e cultura libertária; narrativa e memória da resistência. Seus capítulos, produzidos por pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, discutem posições distintas acerca do papel do corpo na constituição, entre tempo e narrativa, do saber histórico. Cada texto, assim, possui sua especificidade e confirma que ainda há muito para se discutir a respeito do corpo na História – um campo vasto permeado por compromissos éticos e políticos redimensionados, muitas vezes, pela cultura libertária.



Conteúdo _
Introdução: Experimentações narrativas entre corpo, história e resistência libertária
João da Mata e Juniele Rabêlo de Almeida

CORPO-HISTÓRIA, ANALÍTICA DO PODER E CULTURA LIBERTÁRIA
O corpo-Terra 
Edson Passetti
Histórias insurgentes inscritas nos corpos: A arte-luta da capoeira e a política libertária 
João da Mata
Heterotopias do corpo na escola? Pensar Foucault com Schérer 
Sílvio Gallo
Ocupar e resistir: Cinema, corpo e educação nas ocupações estudantis 
Amanda Calabria e Rodrigo de Almeida Ferreira
Trajetória de Vida – José Maria Carvalho Ferreira: Anarquia, corpo e resistência 
José Maria Carvalho Ferreira, João da Mata e Juniele Rabêlo de Almeida

CORPO-HISTÓRIA, NARRATIVA E MEMÓRIA DA RESISTÊNCIA
Merleau-Ponty, Fernando Pessoa e Kopenawa: narrativas sobre o corpo, a arte e o mundo 
Gisele Batista Candido
Corpo negro, história e memória: A recuperação do poder usurpado em Maria Beatriz Nascimento 
Francisco das Chagas Fernandes Santiago Júnior
Vamos sentar ali e existir: Narrativas orais de mulheres trans sobre constituição, visibilidade e direito aos seus corpos 
Marcela Boni Evangelista e Marta Gouveia de Oliveira Rovai
Corpo, presença e identificação na pesquisa em ensino de História 
Eleonora Abad Stefenson e Everardo Paiva de Andrade
Ressonância e tessituras gestuais dos corpos nas pesquisas com História Oral 
Luís Vitor Castro Júnior e Ana Rita Queiroz Ferraz

POSFÁCIO: Memória do corpo-resistência e práticas de liberdade: Narrativas autobiográficas sobre o encontro com Beatriz Nascimento Manifesto em primeira pessoa
Ana Paula S. de Jesus
Pequena homenagem a Beatriz Nascimento
Carlos Addor


Novo número da revista Varia Historia


Novo número da Varia Historia saindo do forno! Neste número, trazemos o dossiê "Cultura escrita no mundo moderno", organizado por Márcia Almada e Guiomar de Grammont, além das seções de artigos livres e resenha.



Link de acesso:


Centelha – haikais, poesias e contos curtos, de Geraldo Elísio


Geraldo Elísio é consagrado jornalista mineiro, natural de Curvelo. Já publicou “Plenário à moda antiga”, “Toada de Asfalto” e “Baú de repórter – memórias do Jornalismo Analógico”.
Seu último livro é este que acabei de devorar. “Centelha – haikais, poesias e contos curtos”.


Eu e o autor, na noite de lançamento.

















Haikais são aqueles poemas de três versos, criação japonesa. Ele nos brinda com exatos 104 neste livro, dos quais eu destaco este:

Bem ou mal me quer?
Buscava a moça o futuro.
A flor nada disse. (p.41)

Das 143 poesias, escolhi uma apenas para exemplificar, porque vale a pena ler e fruir todas elas:

Jurisprudência

Não se desvencilha do amor
tal operário
não consolidado
pela Consolidação das Leis do Trabalho.

Não se esquece do amor
igual a ex-ídolos de estádios.
Depois somente amarelos
recortes de álbuns.

E não se coisifica
o amor
para deixá-lo
encostado.

Em se tratando de amor,
certas coisas não se fazem. (p.124)

E ainda ele nos brinda com 33 contos curtos, de rara beleza.
Está esperando o quê? Corre para comprar o livro!

Sobre o autoritarismo brasileiro. de Lilia M. Schwarcz



Valendo-se de uma ampla reunião de dados estatísticos, Lilia M. Schwarcz examina algumas das raízes do autoritarismo brasileiro, bastante antigas e arraigadas, embora frequentemente mascaradas pela mitologia nacional.

Compre na pré-venda e receba o livro autografado pela autora.



Os brasileiros gostam de se crer diversos do que são. Tolerantes, abertos, pacíficos e acolhedores são alguns dos adjetivos que habitam frequentemente a mitologia nacional. Neste livro urgente e necessário, Lilia M. Schwarcz reconstitui a construção dessa narrativa oficial que acabou por obscurecer uma realidade bem menos suave, marcada pela herança perversa da escravidão e pelas lógicas de dominação do sistema colonial. 

Ao investigar esses subterrâneos da história do país — e suas permanências no presente — a autora deixa expostas as raízes do autoritarismo no Brasil, e ajuda a entender por que fomos e continuamos a ser uma nação muito mais excludente que inclusiva, com um longo caminho pela frente na elaboração de uma agenda justa e igualitária.

DADOS DO PRODUTO
título: SOBRE O AUTORITARISMO BRASILEIRO
isbn: 9788535932195
idioma: Português
encadernação: Brochura
formato: 14 x 21
páginas: 288
ano de edição: 2019
edição: 


Lilia Moritz Schwarcz nasceu em 1957, em São Paulo. É professora titular no Departamento de Antropologia da USP e Global Scholar na Universidade de Princeton (EUA). Seu livro As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos ganhou o prêmio Jabuti de Livro do Ano, em 1999. Além deste, publicou também: O espetáculo das raçasO sol do Brasil (prêmio Jabuti de melhor biografia, 2009), D. João carioca — história em quadrinhos sobre a chegada da Corte portuguesa ao Brasil, em coautoria com Spacca —, entre outros e Um enigma chamado Brasil, com André Botelho (prêmio Jabuti ciências sociais, 2010). Dirigiu a coleção História do Brasil Nação em seis volumes, sendo três volumes indicados para o Jabuti.

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Casa de boneca para elefantes, de Patrícia Porto

Maranhense, professora universitária, formada em Letras e Mestre e Doutora em Políticas Públicas e Educação, organizou o livro Poemas de Portinari (Funarte), publicou a obra acadêmica Narrativas memorialísticas: por uma arte docente na escolarização da literatura(2010) e os livros de poesia Sobre pétalas e preces (2013), Diário de viagem para espantalhos e andarilhos (2014) e Cabeça de Antígona (2017). Também é autora do volume de contos A Memória é um Peixe Fora D’Água (2018). Seus textos estão presentes em coletâneas poéticas e sua atuação como escritora ainda inclui a participação em vários eventos literários no Brasil e no exterior.

***
Leia dois poemas da autora no livro Casa de Bonecas para Elefantes.

perseguindo o corvo

 
nada está fora do lugar
os graves e os agudos
tocam o réquiem
de peso grama

 
nenhuma gota a mais
nada sobrando
o peso sobre a folha
um sonho profanado

 
dormir é morrer pequeno
peço que o coração pare
na miúda oração de anjo
mas o dia me espera como noiva

 
abotoando sessenta botões
nenhum fecha sangrias
não morrer todos os dias
morrer todos os dias

 
pólvora alguma será néctar

***

Êxtase

 
Tão intenso esse ruído de memória batendo os cascos na terra ceifada.
A terra onde se pode acumular da pedra um corpo de memória.
Corpo dilacerado de memória, um gosto de poema na boca.
Uma sensação fina depurada de desgaste no que se resmunga,
a descoberta tardia de que uma topada na pedra é apenas uma topada na pedra.
Vasta ideia de lembrança deitada na cama
- vestido azul, sapatos pretos, brincos de prata,
a arrumação inútil do marido, rosto sem maquiagem,
um sopro feroz de vida nas narinas.

 
Nosso tempo se foi,
murchando em flores miúdas que me cobrem os olhos.

Comentário sobre Pito, o anjinho canino


Trata-se de um livro que avós, tios e pais deveriam comprar e dar para seus netos, sobrinhos e filhos.
É uma história verídica, de um cãozinho adotado. Ele tinha uma deficiência numa das patas e em pouco tempo descobriu-se que ele estava com leishmaniose.
Como a autora é veterinária, além de narrar a história do cãozinho até sua morte, ela colocou no livro também indicações preciosas sobre a leishmaniose. Depoimentos foram também colocados, de pessoas que conviveram com o cãozinho.
E muito importante para quem possui animais de estimação são os Mandamentos que ela apresenta ao final. Observações significativas sobre os cuidados com os bichinhos, a necessidade de eles serem levados a passear para "esticar as pernas" e socializar-se com outros. 
Uma leitura prazerosa e que vale a pena!

Lançamento: Poli escolhe, de Cláudia Rezende


Casal estreia na literatura com livro sobre as escolhas das crianças 


Ela escreveu, ele desenhou. Foi assim que nasceu Poli escolhe, livro que o casal Cláudia Rezende (autora) e Douglas Cardoso (ilustrador) lança no próximo dia 25 de maio, das 10h às 13h, pela Páginas Editora, no Museu das Minas e do Metal da Gerdau, na praça da Liberdade. O texto, que fala das escolhas — ou não escolhas — que partem das crianças, foi escrito há dois anos, quando, curiosamente, o casal gestava outra obra, esta, prima, que é a filha deles, hoje com 1 ano e 8 meses. Para abordar a temática da escolha das crianças, a autora, que é jornalista, pensou em uma situação muito comum entre as gerações, que é a definição de qual vai ser o time de futebol do coração do filho. Assim, a partir de um encontro num parquinho, a dúvida se estabelece na protagonista, e o enredo se desenvolve, com Poli muitas vezes colocando os adultos contra a parede.

A ideia, conforme a jornalista, é propor a reflexão sobre as interferências que os pais fazem nas escolhas dos filhos e a possibilidade de proporcionar a estes o desenvolvimento da autonomia do pensar já desde a infância. O livro não deixa, também, de levar uma mensagem de paz entre as torcidas, já que a rivalidade deve ser mesmo só nos gramados, certo?

Assim que escreveu o texto, Cláudia o enviou para o esposo, que gostou da história. Depois, ela fez o convite para que ele, que é formado em Matemática e atua na área de tecnologia, fizesse as ilustrações. “Ele já tinha me mostrado desenhos e até um jogo infantil que tinha criado e desenhado há muitos anos. Então, achei que seria a melhor pessoa para, naquele momento, embarcar nesse projeto comigo. Acabou dando certo, porque ele entendeu a personagem”, conta a autora.

No dia do lançamento, haverá contação de histórias, com a contadora Vanessa Corrêa, e sorteios de outros livros infantis a cada meia hora. Além disso, o livro virá com dois brindes: um marcador e uma cartela de adesivos Poli escolhe. Para quem quiser dar uma esticadinha, após o lançamento, o museu terá programação própria, também destinada às crianças, o projeto “Uma tarde no museu”.

Serviço
 Lançamento Poli escolhe – Cláudia Rezende (texto) e Douglas Cardoso (ilustrações)
Data: 25/5/2019 Horário: das 10h às 13h Local: Museu das Minas e do Metal da Gerdau, praça da Liberdade, s/n, Belo Horizonte/MG Informações: Páginas Editora – (31) 3412-5669

Forjando a democracia: a história da esquerda na Europa

Em “Forjando a democracia: a história da esquerda na Europa, 1850-2000” (Editora Perseu Abramo, 2005), Geoff Eley relata o caso de Edith Lanchester, que, em outubro de 1895, comunicou à família “sua intenção de ir viver com James Sullivan numa união de “amor livre”: estavam apaixonados e se opunham por princípio ao casamento como instituição social porque ele destruía a independência das mulheres”. Lanchester e Sullivan militavam no Partido Socialista Britânico, fundado em 1884. “Ele, um operário autodidata de origem irlandesa; ela, a filha com educação universitária de uma próspera família londrina de classe média” (p.37).*


A reação dos homens da família à decisão da jovem socialista foi violenta:
“No dia anterior ao início da união livre, o pai de Edith e três irmãos vieram aos seus aposentos acompanhados pelo doutor George Fielding Blandford, um conhecido especialista em doenças mentais. Depois de uma curta reunião, durante a qual Blandford discutiu com Edith a questão do casamento, invocando as prováveis consequências do nascimento de filhos e os perigos de ser abandonada, ela reafirmou calmamente sua decisão. Blandford se retirou e assinou um atestado de insanidade em favor da família, com o que os irmãos arrastaram Edith para fora de casa, jogaram-na numa carruagem, amarraram seus pulsos e a deixaram numa instituição privada do sul de Londres. Apesar de seus protestos, o médico responsável a internou. O objetivo era salvá-la do “suicídio social” e da “completa ruína”, como explicou Blandford, porque “seu cérebro fora prejudicado pelas reuniões e [pelos] textos socialistas”[1] (Ibidem).
À atitude patriarcalista do pai e irmãos de Edith Lanchester soma-se o absurdo do amparo pretensamente científico da autoridade médica. A pretensa neutralidade da ciência revela-se mero engodo que reforça a ideologia machista-patriarcalista. É clara a motivação familiar de impedir a qualquer custo o intento da jovem. Mas quais seriam as reais motivações do referido doutor em oferecer resguardo à família para o encarceramento de Edith? A solidariedade masculina, o interesse monetário? Ainda que sejamos transigentes e levemos em consideração que os algozes acreditassem que, apesar de toda a violência, agiam por uma boa causa, isto é, para salvar a vítima, nada justifica a atitude opressiva. O mais grave é que ações deste tipo são legitimadas pela predominância da cultura machista na sociedade. Com efeito, mesmo nos tempos atuais não é difícil encontrar discursos e práticas que terminam por culpabilizar a vítima.
Felizmente, há resistências. A Federação Socialdemocrata (SDF) e o público contrário à prisão da jovem Edith protestaram:
“Sullivan requereu um habeas corpus e alertou a imprensa; organizaram-se reuniões públicas em favor de Lanchester dirigidas pelos líderes do movimento; e alguns militantes da SDF passaram a noite diante do hospital. Em resposta ao requerimento, dois especialistas em loucura declararam que Edith tinha a mente sã, ainda que desorientada, e ordenaram que ela tivesse alta, o que só aconteceu depois de alguma demora” (p. 37-38).
Edith, finalmente, foi libertada. Após o ocorrido, ela rompeu com a família e deu sequência a seu propósito. Ela foi proibida de lecionar, devido às suas posições socialistas, e qualificou-se como secretária, chegando a trabalhar com a filha de Karl Marx, Eleanor Marx, nos anos de 1896-98. “A união dos dois durou toda a vida; ele morreu em 1945; ela, em 1966. Sua segunda filha, Elsa Lanchester Sullivan (nascida em 1902), tornou-se atriz conhecida”, nota o historiador Geoff Eley (Ibidem, p.574).
O “caso Lanchester” teve ampla repercussão e provocou intenso debate internamente e fora do público socialista. As manifestações no interior da social-democracia refletem seus limites. Como ressalta Eley (p. 38):
“A própria SDF defendeu os direitos de Lanchester, mas, apesar de condenar seu sequestro e o abuso da lei e de concordar com a sua crítica do casamento, defendeu a observância pragmática do “mundo como ele é” e criticou a “ação anarquista” individual ou “revolta pessoal”.[2] O partido estava mais preocupado em se dissociar das doutrinas do “amor livre”: elas alienavam possíveis novos membros, inflamavam o público em geral e, impropriamente, introduziam questões pessoais na política.”
A crítica esboçada pela SDF revela o cuidado com a imagem perante a sociedade e, simultaneamente, a postura transigente diante dos valores predominantes à época – os quais encontravam eco no interior da social-democracia. É o tributo que a liderança social-democrata concede à sociedade patriarcalista com o intuito de resguardar o partido do radicalismo e, assim, conquistar apoio e adesões. Com efeito, o proletariado masculino encontra-se imerso na ideologia patriarcal – mesmo os militantes revolucionários não estão imunes ao machismo.
Não obstante, o “caso Lanchester” mostra que a posição pragmática e cuidadosa dos líderes socialdemocratas não é unânime. Ainda que minoritários, há os que aplaudem o “exemplo nobre e altruísta” de Lanchester como um golpe contra esta era de hipocrisia”. O semanário socialista independente Clarion, de Robert Blatchford, declarou: “Os socialistas acreditam que a mulher tem o direito de fazer o que quiser com o próprio corpo […] desafiando tabus, leis, costumes e os bem-pensantes” (apud in ibidem, p. 38). Havia, então, “um meio radical muito mais variado, em que se incentivava a dissidência cultural”, afirma Eley (ibidem).
A polêmica em torno do “caso Lanchester” revela a força do ideário machista dominante na sociedade e sua influência na militância revolucionária. Ao mesmo tempo, expõe a crítica radical aos valores burgueses-patriarcais. Embora esta postura seja significativa, apesar de minoritária, e sua presença possa ser identificada em diferentes épocas e contextos do movimento operário, o elemento predominante é o machismo – reproduzido, inclusive nas relações de gênero internas ao campo socialista. Mesmo líderes e militantes que reconhecem a opressão masculina e apoiam a luta pela emancipação feminina, terminam por secundarizar e atrelar a resolução das desigualdades de gênero à questão de classe. Assim, a emancipação das mulheres é adiada para o horizonte da futura sociedade socialista. Foi preciso que as mulheres se organizassem em torno dos seus próprios interesses e rompessem com o discurso da primazia da luta de classes, ainda que reconheçam sua importância.
Contudo, mesmo com o fortalecimento da luta das mulheres, os argumentos da SDF ainda ecoam no presente. Salvo exceções, as relações de gênero, em todas as esferas sociais, permanecem pautadas pela opressão masculina e subordinadas à cultura machista, dissimulada ou explícita. Infelizmente, outros capítulos desta triste história continuam a ser escritos. O “caso Lanchester”, a despeito do passar dos anos, é atualizado cotidianamente, ainda que sob outras formas de opressão, como a violência doméstica e o feminicídio.
* As citações são de: ELEY, Geoff. Forjando a democracia: a história da esquerda na Europa, 1850-2000. São Paulo: Editora Perseu Abramo, 2005.
[1] Ver: HUNT, Karen, Equivocal feminist: the Social Democratic Federation and the woman question, Cambridge, Inglaterra, Cambridge University Press, 1996, p. 96, citado por ELEY.
[2] Em nota, o autor escreve (p. 574): “Foi esse o comentário editorial no semanário da SDF, Justice, de 2 de novembro de 1895”.