quarta-feira, 26 de junho de 2019

Comentário sobre "Russos em Revista" de Andréa Casa Nova


Praticamente um ano após ter adquirido o livro, em lançamento aqui em BH, finalmente a pilha de livros foi abaixando e pude apreciar este exemplar organizado pela historiadora Andrea Casa Nova.


Recebendo o autógrafo da organizadora...

Trata-se de uma pesquisa feita nos arquivos digitais da Biblioteca Nacional. Foram consultadas algumas das revistas que circulavam no Brasil nas primeiras décadas do século passado.

Evidente que um fato da dimensão da Revolução Russa teria de ser comentado nessas revistas: Careta, Eu Sei Tudo, Fon-fon, A Leitura para Todos, o Malho, Para Todos e Revista da Semana.

Leitura relativamente rápida e gostosa. Importante para que possamos compreender como o anticomunismo foi se implantando no Brasil, haja vista que boa parte dos comentários na época e publicados nas revistas era constituída de críticas negativas ao que se passava na Rússia. Não seria diferente, já que tais revistas associavam-se a agências de notícias norte-americanas e europeias, que traduziam o medo da possível expansão revolucionária russa.



Como afirmou o professor Muniz Ferreira, “A imprensa brasileira não foi indiferente à revolução de outubro, veiculando aqui reportagens, análises e controvérsias a seu respeito.[...] foi sendo edificado um discurso anticomunista que, difundido por jornais e revistas, buscou legitimar e fortalecer concepções conservadoras no imaginário social brasileiro”.

E como a organizadora enfatizou: “Em linhas gerais, as revistas ilustradas, adotando a cartilha das agências de notícias europeias e norte-americanas de maior destaque, passam a relacionar o ‘maximalismo’ e os sovietes ao caos, ao roubo das riquezas dos burgueses, ao fim da família por contas das mudanças em relação ao trato das mulheres. Também difundem o medo da ameaça do crescimento do comunismo entre nós [...]"

Alguma semelhança com nossos dias?

Contos de cães e maus lobos, de Valter Hugo Mãe


Único livro de contos de Valter Hugo Mãe, célebre por escrever romances marcados de lirismo e oralidade, este Contos de cães e maus lobos traz onze narrativas que permeiam o universo infantil, entre a descoberta e o assombro.
O autor afirma não saber se dirigir ao público infantil, mas aqui compõe fábulas que repercutem em nossas leituras prévias, como se buscassem encantar a criança no adulto. Uma menina pobre que busca a riqueza interior, a mãe que aprende a lidar com a perda de um filho, um menino solitário que busca a felicidade nos livros, e a aparição de uma santa em um vilarejo, no inédito "Nossa Senhora de Vila do Conde", conto escrito especialmente para esta edição. Leitores das mais variadas idades poderão ser atingidos pela força e pela sutileza dessas narrativas.

DADOS DO PRODUTO
título: CONTOS DE CÃES E MAUS LOBOS
isbn: 9788525066831
idioma: Português
encadernação: Brochura
formato: 15 x 22 x 0,7
páginas: 96
ano de edição: 2019
ano copyright: 2019
edição: 

Valter Hugo Mãe, português nascido em Angola, em 1971, é escritor, editor, artista plástico e músico. José Saramago o definiu como um “tsunami” literário, depois que seu romance O remorso de Baltazar Serapião ganhou em 2007 o prêmio que leva o nome do Nobel português. Além desse título, seu primeiro romance publicado no Brasil, Valter Hugo Mãe lançou A máquina de fazer espanhóis, considerado o grande acontecimento literário português em 2010.


A vereda dos girassóis mortos, de Verônica Su-Kira


O que faria se fosse projetado para um cenário de morte e destruição sem escapatória?


Província de Angola, 1961. 
Benjamim de Sousa, caixeiro-viajante e portador de bisbilhotices, surge com notícias terríveis sobre o desvio do paquete Santa Maria e assaltos armados a prisões de Luanda, espalhando o pânico entre os excêntricos habitantes da aldeia da Vereda dos Girassóis, mal sabendo que uma terrível realidade se aproxima e tomará conta de todas as vidas, incluindo a sua.

Na aldeia, colonos e nativos vivem alegremente de boatos e enredos, sob o domínio de um chefe de posto ditador, cuja mulher agoniza em obesidade mórbida, chantageado por um alferes misterioso. Um padre traiçoeiro e controlador, um médico estrambólico, um bordel de ingénuas meninas, a invasão dos estrangeiros e a discórdia com os ciganos, vem alimentar ainda mais a imaginação do povo, até que o pior acontece: o assassinato de uma das figuras mais amadas da aldeia; e quem o matou circula por aí...

A guerra entre os movimentos nacionalistas expande-se por toda a parte, e, enquanto a nova bandeira é hasteada em Luanda, a Vereda dos Girassóis exala o último suspiro.
A aldeia da Vereda dos Girassóis é uma aldeia imaginária, que poderia ser em qualquer lugar do mundo, cuja história, baseada em personagens reais, se situa num contexto histórico de grandes conflitos armados. 

Caros leitores, o meu romance (que também é vosso), continua à venda nas lojas da AMAZON, em diversos países, nos formatos eBook, e impresso. Aproveitem as promoções! Para Portugal, é mais fácil comprar através de Espanha. E aí, leitores do Brasil, já está saindo o formato impresso! Compatriotas angolanos, estou à vossa espera! O livro tem cenas fortes, sabem que cenas de guerra são sempre tristes, mas também podem encontrar passagens hilariantes, e algum erotismo... descubram!
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As múltiplas matrizes discursivas na obra OS SERTÕES de Euclides da Cunha


É com grande prazer que recomendo esta obra de um ex-aluno meu!



Autor:
Jussaty Luciano Cordeiro Junior
O combate da República Brasileira ao Arraial de Canudos, a Guerra de Canudos , foi o motivo que levou o engenheiro-jornalista-escritor Euclides da Cunha a viajar à cidade baiana inaugurada por Antônio Conselheiro e fazer a cobertura jornalística do conflito. A viagem ao sertão e a expedição renderam dois registros importantes: o diário de uma expedição e a caderneta de campo . Dos dois e da cobertura jornalística surgiu a obra Os sertões. 

O presente trabalho procura identificar as matrizes discursivas , conceito cunhado a partir das teorias linguísticas com o intuito de identificar quais as características dos vários discursos que atravessam/compõem a escrita de Os Sertões (o jornalístico, o literário, o científico-natural e o historiográfico) e de que maneira eles se imbricam no discurso de Euclides da Cunha. Aliás, todas as vertentes são alinhavadas pelo positivismo de Comte. 

Assim, o trabalho desse livro evidencia uma proposta de análise e identificação das influências e ideologias que compõem um dado discurso, no caso de Os Sertões, como instrumental teórico para se identificar a dialetização do discurso na obra literária ou qualquer outro gênero ou domínio discursivo que se queira analisar. Ao mesmo tempo, pelo fato de Os sertões ser uma das maiores obras da literatura brasileira de todos os tempos e que colabora no entendimento da sociologia do país, esse trabalho de análise do discurso ajuda a compreender a realidade e atualidade dos problemas brasileiros recorrentes e ainda não enfrentados.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Brasil fin-de-siècle - a trilogia está chegando ao fim!

Se você já leu os dois primeiros... sabe que o terceiro será tão bom quanto!
Se você ainda não leu os dois primeiros... pode ler rapidamente, basta me enviar uma mensagem pelo messenger, que explicarei como fazer para adquirir com 30% de desconto e ganhar frete grátis e um marcador.

O homem delicado, de Lino de Albergaria




Em seu novo livro “O homem delicado”, o escritor mineiro Lino de Albergaria apresenta a história de Lauro, um homem que decide tecer uma narrativa autobiográfica para resgatar as lembranças de sua trajetória. Mas, assim como a memória, esse relato não é linear ou cronológico: o livro resgata imagens, como em um caleidoscópio ou quebra-cabeças, de episódios e momentos que marcaram a vida de Lauro



Formado em Letras e Comunicação, com mestrado em Editoração pela Universidade de Paris XIII (Villetaneuse), Lino de Albergaria nasceu em Belo Horizonte, no dia 24 de abril de 1950. Morou três anos na França, onde estagiou em editoras parisienses (Éditions Lafayette e Bayard Presse) e na Biblioteca Infantil da cidade de Clamart. Pela experiência com os livros para jovens, tornou-se editor na área ao voltar para o Brasil, quando atuou em São Paulo (Editoras FTD e Abril Jovem) e no Rio de Janeiro (Editora Rio Gráfica).
Retornando a Belo Horizonte, foi editor de literatura nas editoras Lê e Dimensão. Retomou os estudos, concluindo mestrado e doutorado em Literaturas de Língua Portuguesa pela PUC-Minas. Ocasionalmente, traduz livros franceses para crianças e adapta autores clássicos, como Mark Twain, Camões, Dante e Cervantes. Seus outros romances incluem os títulos Em nome do filho (1993), A Estação das Chuvas (1997), Um bailarino holandês (2015) e os 31 Dias (2015). Dentro da literatura infanto-juvenil, Lino possui mais de 80 títulos publicados e é um dos nomes mais relevantes do gênero em atividade no Brasil.


Não perca o lançamento, dia 29 de junho, das 11 às 14 horas, na livraria Quixote

Livraria Quixote - Rua Fernandes Tourinho, 274 - Savassi

Dicionário de Ensino de História



Confiram os artigos que dão suporte a este Dicionário de Ensino de História. Indispensável a todos os professores e professoras da disciplina!




Lançamento - De cor, de Lelena Lucas


quarta-feira, 12 de junho de 2019

Lançamento em breve: Exercícios de partida, de Rogério Zola Santiago


Bastante anunciada pelo autor, Rogério Zola Santiago, o livro está em fase de impressão. Seu lançamento está previsto para 26 de setembro, no Automóvel Clube de Belo Horizonte.
Rogério é jornalista, escritor, um verdadeiro artista, como foi apresentado pelo seu prefaciador, Fábio Lucas:
o poeta firma-se entre os mais hábeis cultores da palavra literária em língua portuguesa hoje, garantindo tradição de sangue (seu avô, Baptista Santiago) e do solo (Minas Gerais).

Ser mulher, de Alcidéa Miguel


Alcidéa Miguel tem formação superior em Música e Artes, cursando Pós-graduação em Artes, Educação e Cultura. Professora de Educação Infantil a Ensino Médio. É saxofonista, violonista, regente e cantora.

Membro da Academia de Letras da Grande São Paulo (cadeira 25 Vinicius de Moraes).

Possui 9 livros publicados nos gêneros: poesias, contos, crônicas para leitores infantis e adultos; lançará em 2019 seu primeiro romance, além de ser colunista em veículos de imprensa nacional e internacional.

“O desafio é que, através da visão adquirida na leitura do livro, os leitores possam construir fortalezas inabaláveis em seus lares. Que nada venha destruí-los, que sejam multiplicadores da mensagem desse livro, geradores de filhos saudáveis e abençoados.”



Boa leitura!

Escritora Alcidéa Miguel, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que mais a atrai na arte de escrever?

Alcidéa Miguel - O que mais me atrai é compartilhar com os meus leitores o que trago na alma, propagar experiências e ver as pessoas desfrutarem dos resultados. Quando eu comecei a escrever era apenas uma grande admiradora da boa literatura e fiel leitora. Fiz uma autobiografia: “Ainda há tempo para a esperança” e fiquei espantada ao ver minha obra ser vendida rapidamente. Em quatro meses vendi 500 livros, parti para a 2ª edição e nunca mais parei de escrever, porque a parceria leitor e escritor é prazerosa e frutífera: acredito que quanto mais plantarmos livros, contemplaremos a colheita do conhecimento e da transformação. 

Leia entrevista completa clicando no link abaixo:


O coração das coisas, de Leandro Karnal


O título saiu de uma crônica: ‘O coração das coisas’. A ideia não é mostrar aquele texto sobre o coração músculo e o coração símbolo como o texto mais definidor. A ideia é que tudo possui uma parte interna, um coração, uma alma para quem desejar, uma essência, se nosso senso filosófico não estiver de mau humor. Olhar além da aparência, pensar o interior de tudo, ver partes que a fala, o gesto e o fato parecem ocultar, eis o motivo do título. Viver é decifrar signos ‘sem ser sábio competente’, como cantava Violeta Parra. Os signos nos excedem, como excederam Violeta, que acabou se matando. É sempre preciso ter esperança, muita paciência, humildade e tentar, de vez em quando, ouvir o bater do coração das coisas. Esse tem sido o meu desafio. Eis uma parte do meu itinerário pela frente. - Leandro Karnal


***

“Ver o todo pela parte e adensar coisas passageiras em seu sentido maior: eis minha maneira de encarar o coração de tudo.”
 
“Entre o herói e o canalha, existe uma outra categoria, talvez a mais numerosa, o cúmplice silencioso, que nada fez para ajudar e também não tomou parte direta nas mortes. A maioria calada é sempre a face tranquila do mal em todas as épocas.”

“Nunca tantos seres humanos tiveram a capacidade de ler. Nunca tantos leitores tiveram crescente dificuldade com a interpretação do lido.”

“A dúvida incomoda muito e, não obstante, dela nasce quase toda transformação científica ou de valores.” 

“Viver é traduzir, ressignificar, adaptar, compreender, refazer, trair, ser literal ou fugir do original em bela licença poética.”

Leandro Karnal é historiador, professor, escritor, colunista fixo do jornal Estadão,palestrante e formador de opinião nas redes sociais. Publicou, pela Contexto, como autor e coautor: Estados Unidos: a formação da naçãoHistória da cidadaniaAs religiões que o mundo esqueceuO historiador e suas fontesHistória na sala de aulaHistória dos Estados UnidosConversas com um jovem professorO Brasil no Contexto: 1987-2017Diálogo de culturas e O mundo como eu vejo

O romance de estreia de um engenheiro mineiro


Texto escrito por José de Souza Castro:

Joaquim Cardozo, nascido em Recife em 1897, foi engenheiro, poeta, contista, dramaturgo e tradutor, mas parece nunca ter escrito um romance em seus 81 anos de vida. Até recentemente, eu não conhecia nenhum engenheiro brasileiro romancista. Hoje acabei de ler “Nós nos nós – joias em jogo”, romance de estreia do engenheiro mineiro Gilberto Scheffer. Calhamaço de mais de 680 páginas, o livro foi publicado pela editora mineira Ramalhete e pago, possivelmente, pelo próprio autor.


Lançado em dezembro passado no Minas Tênis Clube, do qual Gilberto é conselheiro e cantor no coral do clube, o livro não mereceu até agora, pelo que pude verificar, nenhuma resenha. Desconfio que resenhistas não se animem a ler um livro de 687 páginas escrito por autor estreante. Eu, que não sou resenhista, li porque minha mulher leu e gostou muito.
Confesso que também tive alguma dificuldade até para sustentar nas mãos enfraquecidas o peso do livro, dificuldade que fui superando com a leitura dinâmica feita em numerosos parágrafos, técnica aprendida em muitos anos de jornalismo. Foi com essa habilidade que pude escrever duas páginas do Jornal do Brasil sobre o livro da historiadora mineira Heloísa Starling que recebi às 11 da manhã na redação mineira da sucursal. À meia-noite, o texto já estava no Rio, por telex, para ser publicado daí a três dias, num domingo, na edição especial “31 de março – A revolução dos empresários”.
É verdade que “Os Senhores das Gerais – os Novos Inconfidentes e o Golpe de 1964”, de Heloísa Starling, tem 378 páginas, pouco mais da metade do calhamaço de que estou tratando. Eu lamentava, ao longo da leitura, que Gilberto Scheffer, nesses nossos tempos apressados, tenha ultrapassado em muito esse número.
Seu romance estaria mais apropriado, pelo volume, aos romances dos séculos 18 ou 19,  quando os leitores tinham mais tempo e disposição. “Nós nos nós” se parece com esses antigos romances. Não propriamente pelo primoroso estilo, mas pelo intricado da trama – os nós –, os mistérios e o desfecho, quando, nos capítulos finais, tudo vai sendo esclarecido, como nos livros de Agata Christie do século passado.
O bom é que nesses últimos capítulos eu pude dispensar, com muito gosto, a leitura dinâmica. Mereceram atenção maior de um leitor que, a essa altura, já estava conciliado com tantas traições de casais, com descrições meticulosas de exposições de joalherias e pinturas, em Bruxelas e Hong Kong, e no cotidiano de uma grande fábrica de joias localizada nessa ilha chinesa.
Reconheço que há quem goste de ler sobre o mundo dos ricos – o que não é o meu caso. Assim, talvez de boca em boca, o romance de Gilberto (ou Otreblig) será divulgado e lido a ponto de satisfazer o autor.
Teremos então um inédito romancista mineiro reconhecido. Como reconhecido é esse engenheiro sócio principal e administrador da Alpes Engenharia Ltda, de Belo Horizonte.
É esperar também que em seu próximo romance ele esteja tão seguro que possa ambientar sua trama no Brasil, com nomes brasileiros. Como fez o médico mineiro Guimarães Rosa, que, como diplomata e escritor, foi um cidadão do mundo, sem esquecer suas raízes mineiras.
Na estreia, faltou ao autor aquela ajuda que pode proporcionar uma boa editora. Quem sabe, numa segunda edição deste livro, Gilberto Scheffer encontre alguém que não se limite a receber um bom dinheiro pela encomenda.
“Nós nos Nós – Joias em Jogo”
Gilberto Scheffer
Ramalhete
687 páginas
Por R$ 60

Transições democráticas - ensinamentos dos líderes políticos


Como países tão diversos fizeram a transição de regimes autoritários para democráticos? Este livro apresenta uma série de entrevistas com lideranças políticas que desempenharam papel de destaque nessas transições em seus países, entre as décadas de 1980 e 1990: Fernando Henrique Cardoso, no Brasil; Patricio Aylwin e Ricardo Lagos, no Chile; Ernesto Zedillo, no México; Aleksander Kwasniewski e Tadeusz Mazowiecki, na Polônia; F. W. de Klerk e Thabo Mbeki, na África do Sul; Felipe González, na Espanha.


Esses líderes compartilham suas experiências sobre os bastidores dos processos históricos que culminaram no estabelecimento dos regimes democráticos em suas nações, com as peculiaridades de cada uma.
As entrevistas são acompanhadas de uma análise dos respectivos países feita por especialistas, além de uma resenha biográfica dos entrevistados e uma cronologia. A obra traz também um capítulo sobre a contribuição dos movimentos de mulheres nesses momentos de transição e um ensaio dos organizadores.
As lições desta obra são muito úteis para prevenir regressões da democracia para o autoritarismo.

Os autores:

Sergio Bitar é engenheiro, economista e político. Foi ministro no Chile no gabinete do presidente Salvador Allende. Após o golpe de Estado, foi preso político e posteriormente exilado nos Estados Unidos e na Venezuela. Mais tarde foi senador, líder do Partido pela Democracia e ministro dos governos de Ricardo Lagos e Michelle Bachelet. É presidente da Fundação pela Democracia do Chile e diretor do programa Tendências Globais e o Futuro da América Latina do Centro Diálogo Interamericano. Tem mestrado em Políticas Públicas pela Universidade de Harvard.

Abraham F. Lowenthal é professor emérito de Relações Internacionais da Universidade do Sul da Califórnia, fundou o programa sobre América Latina no Centro Woodrow Wilson, no Diálogo Interamericano e no Conselho do Pacífico sobre Política Internacional. Suas publicações abordam a política latino-americana, as relações interamericanas, a governança democrática e a política externa dos EUA. É doutor pela Universidade de Harvard.

Benjamin Constantino, de Ismael Campos Junior


Em outubro de 2018 eu fiz, aqui no blog, um pequeno comentário sobre o primeiro livro da Saga Benjamin Constantino, escrita por Ismael de Campos Junior, autor que fiquei conhecendo na Bienal de São Paulo.


Agora terminei de ler o segundo volume: Benjamin Constantino – Poder absoluto. É a continuação do livro anterior e, tal como naquele, há um clima policial/terror presente em todas as páginas. E são muitas páginas: 396. Não é para assustar os possíveis leitores que digo isso, porque, como já sugeri ao autor, uma diagramação diferente teria o efeito de transformar essas 396 em pouco mais de 200.

O que diz a sinopse:
“Ao descobrir que Antenor Constantino sofre ameaças de chantagem do corrupto delegado Emerson Cerqueira [...] a doutora Sônia Sulivan oferece proteção a ele, através de sua equipe, aliada à ‘M.O.S.G.’, misteriosa agência vinculada ao governo, em troca de seu consentimento em internar Benjamin (o jovem com dons especiais) em sua clínica, um misterioso complexo denominado ‘cidade fantasma’. No entanto, tudo não passa de um plano meticuloso, no intuito de estudar o rapaz e outras ‘cobaias humanas’, usando de fachada os seus conhecimentos ao rotular como ‘projeto científico do governo’.”

Como se pode perceber, a trama tem elementos de suspense, terror e ação policial, que são bem desenvolvidos pelo autor. Mas... temos de esperar os próximos para ter uma percepção completa da saga de Benjamin Constantino... esperemos que não demore!

quarta-feira, 5 de junho de 2019

Lançamento: Pequenas Histórias de Luz e Som


Sanguínea, de Érica Toledo na Rua da Literatura


No dia 5 de junho, o quarteirão da rua Fernandes Tourinho, na Savassi, vai se transformar na "Rua da Literatura". É que as livrarias Quixote e Ouvidor abrem as portas para uma noite de autógrafos com a jornalista e psicanalista Érica Toledo, que lança o livro “Sanguínea”, com ilustrações de Cindy Meira, da Editora Pomar de Ideias 
“Sanguínea” é o primeiro livro de crônicas da jornalista, fruto dos textos publicados em seu blog de mesmo nome, que abordam temas como amor, filhos, a condição feminina, sexo, política e a possibilidade de encontrar pequenas alegrias nas minúcias do cotidiano.
"Tudo me inspira. O olhar de jornalista tem essa atenção ao que se passa no cotidiano. Mas a perspectiva de psicanalista amplia isso demais, porque passei a observar como cada pequeno episódio pode vir carregado de afeto. Então, acredito que o meu trabalho com as crônicas é o de capturar esses sentidos escondidos na rotina, revelar o que, às vezes, não se enxerga. Tento sensibilizar as pessoas para algumas causas e, mais do que isso, acredito que posso sensibilizar as pessoas para as causas delas, como se, ao revelar minha intimidade, pudesse levá-las a atentar para os próprios sentimentos também", conta a autora.
Érica, conhecida pela trajetória de vinte anos como repórter e apresentadora de TV, vai estar na livraria Ouvidor, das 19 às 20h, e na Livraria Quixote, das 20h às 21h.



Livro e autora
Érica Toledo é mineira de Belo Horizonte, 43 anos, mãe de três filhos, formada pela Universidade Federal de Minas Gerais em Comunicação Social e Teoria Psicanalítica. Trabalhou por 20 anos na imprensa diária. Foi repórter e editora na TV Globo, apresentadora e editora chefe dos programas “Feminina”, na TV Alterosa, e “Opinião Minas”, na Rede Minas. 
Faz palestras e cursos na área de comportamento e atua em consultório. Como escritora, já publicou a coletânea de histórias infantis “À espera do Natal”.
O livro “Sanguínea” tem prefácio de Fábio Belo, professor de psicanálise da UFMG, apresentação de Leila Ferreira e contracapa de Cris Guerra. 
Rua da Literatura
A Rua da Literatura é uma proposta que pretende transformar a Rua Fernandes Tourinho em referência para eventos literários na capital mineira. Em apenas dois quarteirões estão quatro livrarias: além da Ouvidor e da Quixote, a Scriptum e a João Paulo II. O local também é palco de iniciativas como o Festival Livro na Rua e da festa São Jorge de Rosas e Livros.
Serviço:
Lançamento do livro “Sanguínea” e do projeto “Rua da Literatura”
5 de junho de 2019 (quarta-feira)
De 19h às 20h – Livraria Ouvidor (Rua Fernandes Tourinho, 253)
De 20h às 21h – Livraria Quixote (Rua Fernandes Tourinho, 274)

Poemas de Portinari




Como parte das comemorações pelos seus 40 anos de atividade, o Projeto Portinari está lançando, em parceria com a FUNARTE, a nova edição do livro Poemas de Portinari. 



Originalmente publicada em 1964, organizada por Antônio Callado e prefaciada por Manuel Bandeira, a obra reúne os poemas que o artista passou a escrever quando foi proibido de pintar por recomendação médica. É uma nova visita a uma face pouco conhecida – ou até desconhecida – de Candido Portinari.

A nova edição não é apenas uma republicação. Pegando de empréstimo a arte primeira do autor, pode-se comparar o trabalho realizado no livro ao retorno à gênese de uma pintura numa busca/pesquisa palimpsesta, numa tentativa de arqueologia poética. Foram consultados manuscritos, diários e datiloscritos para recuperar a forma original dos poemas, algo que ainda não havia sido feito.

Esta tarefa ficou a cargo das pesquisadoras/organizadoras Patrícia Porto, Suely Avelar e Letícia Ferro, que realizaram o cotejo, retorno aos originais e mesmo a reestruturação das estrofes a partir do conteúdo poético. Aliada à pesquisa dos textos, também foi profunda a pesquisa de imagens, sempre na busca por uma interarte que respeitasse o possível desejo do autor: evitar ou minimizar qualquer assimetria entre o texto verbal e o texto visual. 

Dividida em quatro partes, O Menino e o Povoado, Aparições, A Revolta e Odes, o livro passou a acrescentar lustrações e reproduções de quatros de Cândido Portinari para que o leitor possa acompanhar e compreender o rico diálogo, a interação, as semelhanças e as diferenças entre o poeta e o pintor. 

Mas que ninguém se engane. Trata-se de um livro de poemas, que dialoga literariamente com outros autores e busca soluções estéticas próprias da escrita Ou como disse Marco Lucchesi no texto de apresentação: “Em vez de seguir o adágio ut pictura poesis, outro caminho se mostra mais aderente: Portinari como grande leitor de poesia, capaz de absorver os elementos fundadores da literatura brasileira no século xx, entre utopia e distopia, Macunaíma e Vidas secas, Pasárgada e as Gerais. Suas ideias se confundem com a nova geração de poetas, a mesma angústia, o mesmo desejo de reparação, com um sotaque existencial.”


Patricia Porto, organizadora

Maria Firmina dos Reis: faces de uma precursora.


“Negro não é animal para se andar montado nele. (...)
Maria Firmina dos Reis (1822-1917)

Essa foi a resposta que Maria Firmina dos Reis deu quando sugeriram que ela fosse de palanquim (meio de transporte conduzido por escravos) para receber sua nomeação como Mestra-Régia. A mestra ainda chegou a fundar uma escola gratuita para meninos e meninas pobres; uma classe mista era uma tremenda ousadia para a época. Histórias de mulheres corajosas e ousadas que lutam ou lutaram por causas nobres e justas merecem nosso aplauso e propagação.



No romance “Úrsula”, de Maria Firmina dos Reis, os escravos não são os protagonistas da história de amor, mas a narrativa protagoniza indignação com a desumanidade da escravidão conforme se observa nesta passagem da obra: “Túlio obteve pois por dinheiro aquilo que Deus lhe dera, como a todos os viventes – era livre como o ar, como o haviam sido seus pais, lá nesses adustos sertões da África; (...)”.

Para quem deseja saber mais sobre essa mulher fenomenal, recomendo o livro “Maria Firmina dos Reis: faces de uma precursora”, da Malê Editora e Produtora Cultural Ltda.