quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Rios invisíveis da metrópole mineira


Muito impressionada com as notícias mostrando as consequências das últimas tempestades em BH. Ontem tive sonhos horríveis com chuvas, inundações e desmoronamentos em locais lotados de pessoas que ficavam à deriva num caos de água e lama.
Acordei lembrando da entrevista que eu e o Guto Borges fizemos com o querido Alessandro Borsagli em 2018, na coluna Direito à Cidade, dentro do meu programa, na Rádio Inconfidência. Aprendi muito ouvindo o Alessandro e lendo seu livro.
Geógrafo e pesquisador nas áreas de espaço e geografias urbanas e história das cidades, Borsagli publicou o livro ‘Rios Invisíveis da Metrópole Mineira’, uma extensa pesquisa sobre os rios submersos em Belo Horizonte.


A capital mineira, tem pouco mais de 100 anos. Inicialmente planejada apenas dentro dos limites internos da av do Contorno, desde o início de sua construção já convive com os problemas das enchentes. A primeira grande enchente foi registrada me 1899 e “causaram estragos inéditos e desconhecidos para grande parte da população, resultado da incompreensão política e técnica dos caminhos seguidos por elas”.
A relação da cidade com seus rios já nasceu equivocada. As grandes enchentes que acontecem desde 1899 se repetem ano após ano, intercalado por períodos de desastre de proporções “nunca vistos antes”. As soluções parecem ignorar os eventos passados e a força da natureza não distingue classe social e nem poder de compra. Todos podem ser atingidos.
O livro do Alessandro Borsagli é um documento importante para conhecer o que existe debaixo do asfalto que cobre a cidade, para entender o que pode acontecer nos próximos temporais, o que pode ser feito e quais mudanças são importantes para a gente exigir do poder público.

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