quarta-feira, 11 de março de 2020

Entrevista - Francine Rodrigues

A partir de hoje publicarei entrevistas com os autores e autoras da Liga de autores mineiros. A primeira entrevistada é Francine Rodrigues.




1.       Fale um pouco sobre sua trajetória de vida antes de se dedicar à literatura.

Desde pequena sempre gostei de ler e imaginar histórias. Era uma garota introspectiva, mas que sempre pensava muito sobre tudo.
Aos 11 anos durante um projeto escolar da 4ª série, a poesia me chamou a atenção e naquela época comecei a colecionar num caderno recortes de poemas, poesias e gravuras que significavam algo para mim. Aos 15 anos comecei a escrever, em forma de críticas e crônicas sobre os conflitos da adolescência. Tinha muita vontade de cantar e tocar e foi através da música que flertei com a poesia. Já adulta, permaneci escrevendo e guardando tudo sem mostrar para ninguém. Em 2016 durante o estágio na Procuradoria do município entrei num concurso literário com uma poesia e fui selecionada para ser publicada na antologia Concurso Nacional Novos Poetas da Vivara Editora Nacional e a partir daí não parei mais de escrever poemas até que em 2018 publiquei meu primeiro livro, Veros Versos. Formei ainda naquele ano na faculdade de direito e decidi seguir carreira como escritora. Agora em maio de 2020 lanço meu segundo livro, Versos Tortos, mas nos últimos 4 anos participei de várias antologias. 


 2.       Quando descobriu sua “vocação” para a literatura?

quando entrei no concurso literário Concurso Nacional Novos Poetas e fui selecionada para estar na antologia poética de 2016

3.       Fale um pouco sobre seus livros.




Meus livros solo são de poemas, poesias e reflexões.
Veros Versos o primeiro, é simples, objetivo, romântico, saudosista, otimista.
Versos Tortos, o segundo, é mais intimista, revela meus inconformismos, meus dilemas, minhas dores.
Ambos fazem homenagens, chamam a atenção das pessoas para a carência de afeto na tratativa das pessoas umas com as outras no dia a dia.
Pretendo fechar esta trilogia de poesia com um terceiro livro de poemas eróticos.

4.       Existe algum que seja o preferido? Por que?

Amo todos os projetos igualmente, pois foram escritos com o mesmo objetivo, levar mais sensibilidade para as pessoas, em forma de poesia.

5.       Você baseia seus textos em fatos da vida real, ou são mera ficção?

Diria que um misto dos dois. Há muito de mim neles, e essa essência é muito real, porém, no mundo dos pensamentos tudo é possível, então há muito do que eu gostaria também que acontecesse, ou seja, ficção em forma de projeção, ideais.

6.      Queria saber sobre sua experiência com editoras, caso publique por elas, ou então se realiza produção independente. Quais as dificuldades encontradas?

Bom, minhas experiências são ambíguas, pois, quando lancei o primeiro livro, era inexperiente, não fazia ideia do mercado editorial, de como era a produção de um livro até ser impresso.
Penei nas mãos desta editora, que não cumpriu prazos, foi imatura na tratativa. Já na produção deste segundo livro, a experiência foi a melhor possível. Eu não criei expectativa, pois estava calejada, ainda mais porque o projeto resultou de um concurso literário que participei e ganhei em dezembro de 2019. A Lesto Editora me surpreendeu positivamente. 
Tenho vontade de realizar produções independentes, e acredito que as principais dificuldades estão ligadas a encontrar bons preços, profissionais que apostem na obra, que queiram mais que receber o pagamento.

7.      Nas entrevistas e bate-papos que acompanhamos pela internet, verificamos que existe uma preocupação muito grande com a revisão. Há livros sendo publicados sem revisão de espécie alguma, nem a técnica (própria da editora) nem a ortográfica/gramatical. O que você pode nos dizer a respeito? No seu caso particular, você contrata um(a) revisor(a)? Ou a editora se encarrega disso?

Minha opinião é a de que há casos onde o talento e licença poética, superam as técnicas, porém, acho importante a atuação destes profissionais na cadeia de produção de um livro, desde que não interfiram na essência do autor, da obra. No meu caso, sempre as editoras foram as responsáveis pela revisão. 

8.      Outro ponto chave para os novos autores é a divulgação de suas obras. Pode nos dizer de sua experiência a respeito?

Antes mesmo de publicar o primeiro livro eu já tinha as redes sociais para divulgar minhas pílulas poéticas e fotografias, acho fundamental uma boa divulgação e em tempos tecnológicos, a internet é a maior aliada. Minha experiência com a primeira editora não foi boa, já com a segunda espero que seja diferente, e vou só vou saber a partir de abril quando os livros forem enviados. Como escritores, precisamos de estratégias para divulgar nosso trabalho, que sejam chamativas, e façam as pessoas se interessarem em saber mais sobre nós e nossas obras. Eu uso e abuso da tecnologia.

9.     Algo que muito me espanta são os comentários depreciativos sobre a literatura brasileira contemporânea. É comum ouvir-se algo do tipo “não gosto, não leio autores nacionais”. Em seu entendimento o que explicaria tal tipo de comentário?

Vejo que tal fato se explica na própria cultura do nosso país, já que as artes não são uma prioridade, e as pessoas não vêem a escola como uma experiência rica e revolucionária, mas sim para cumprir o currículo e arrumar um emprego, outras coisas que preencham seu ego fútil e vazio.
Esta carência no ensino da importância da cultura e educação como um todo geram pessoas preguiçosas para leitura, e estas pessoas são as mesmas que buscam o alívio de suas frustrações no abuso dos celulares e redes sociais, seria um tipo de alienação, explicada pela cultura do país. Temos autores nacionais contemporâneos maravilhosos, com lindas obras, porém, vivemos uma recessão cultural.

 10.  A partir de sua experiência pessoal, o que poderia dizer para aqueles e aquelas que pretendem publicar livros?

Eu diria para o fazer por vocação, para dar vazão ao talento, sem expectativas de retorno financeiro ou fama, pois estes são consequência de vários fatores somados, e nem sempre a fórmula se aplica a todo mundo.
Eu diria também que até a publicação muita coisa vem antes e todos os passos da cadeia de produção são igualmente importantes. Então, muita calma, pesquisa.


  FRANCINE RODRIGUE​S - (31) 98206-6522
www.francinerodrigues.tambemescrevo.com

4 comentários:

  1. Uma honra participar! Muito obrigada 🙏🏻🌹

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  2. Francine, bela reportagem! Gostei muito de sua posição firme e corajosa, muito presente em seus poemas. Parabéns!

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  3. Eu estou tendo a felicidade de descobrir os versos da Francine e gostando muito! Parabéns, Francine!

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