O francês Chabouté
teve sua estreia no mercado Brasileiro em 2017 com sua versão de Moby Dick de
Herman Melville. Em 2018 ele retorna com seu livro gráfico "Um Pedaço de
Madeira e Aço" novamente pela Editora Pipoca & Nanquim. A excepcionalidade
de "Um Pedaço de Madeira e Aço" não está na ausência de diálogos na
obra, mas sim no fato de conseguir analisar o comportamento humano a partir de
uma perspectiva distante, ou seja, estando fora da esfera humana. Qual
artifício o autor usou para se conseguir isso?
Colocar um banco de praça como personagem principal. Ao fazê-lo Chabouté nos
permite um olhar analítico de fora da esfera humana. Para isso ele elimina todo
e qualquer diálogo entre as pessoas, já que "sobre o que nós conversamos"
se torna menos relevante na medida em que o que importa é nosso comportamento
sob uma perspectiva mais ampla. Outra excepcionalidade da obra é a perspectiva
da passagem do tempo. Que se dá acima de nossas pequenas e frágeis
preocupações, nos colocando sob a perspectiva da passagem eterna do tempo.
"Um Pedaço de Madeira e Aço" parece simples... Mas esconde profundas
percepções a respeito de quem nós somos enquanto seres chamados
"Humanos".
Fonte: Marcelo Fernandes, no Facebook, em 11.12.2018
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