quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Um pedaço de madeira e aço, de Chabouté


O francês Chabouté teve sua estreia no mercado Brasileiro em 2017 com sua versão de Moby Dick de Herman Melville. Em 2018 ele retorna com seu livro gráfico "Um Pedaço de Madeira e Aço" novamente pela Editora Pipoca & Nanquim. A excepcionalidade de "Um Pedaço de Madeira e Aço" não está na ausência de diálogos na obra, mas sim no fato de conseguir analisar o comportamento humano a partir de uma perspectiva distante, ou seja, estando fora da esfera humana. Qual artifício o autor usou para se conseguir isso? 



Colocar um banco de praça como personagem principal. Ao fazê-lo Chabouté nos permite um olhar analítico de fora da esfera humana. Para isso ele elimina todo e qualquer diálogo entre as pessoas, já que "sobre o que nós conversamos" se torna menos relevante na medida em que o que importa é nosso comportamento sob uma perspectiva mais ampla. Outra excepcionalidade da obra é a perspectiva da passagem do tempo. Que se dá acima de nossas pequenas e frágeis preocupações, nos colocando sob a perspectiva da passagem eterna do tempo. "Um Pedaço de Madeira e Aço" parece simples... Mas esconde profundas percepções a respeito de quem nós somos enquanto seres chamados "Humanos".

Fonte: Marcelo Fernandes, no Facebook, em 11.12.2018

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